Você já se perguntou quais foram os aprendizados que as adversidades trazidas pela pandemia do coronavírus trouxeram para as nossas vidas? Imagino que não faltaram questionamentos em um período tão difícil e singular como esse, onde a crise afetou eminentemente não só a economia, mas também as relações pessoais e profissionais, além de ter abalado o emocional de muitas pessoas e até a saúde mental em números muito preocupantes. De acordo com uma pesquisa divulgada recentemente pela UERJ (Universidade Estadual do do Rio de Janeiro), a depressão e a ansiedade durante a pandemia cresceram em 80%, ou seja, um percentual alarmante.
Quando pensamos no formato tradicional de trabalho, mesmo que você já tenha voltado ou vá voltar para o escritório físico, ele já não será o mesmo, assim como o seu colega ou o seu chefe não serão mais como eram antes da pandemia. Frente a este cenário, que é inegável, veio também uma série de novas questões e desafios impostos que surgiram em quase todas as áreas profissionais. E neste contexto, vale reforçar o importantíssimo papel do RH frente a todas estas mudanças. O departamento de Recursos Humanos está mais do que nunca repleto de desafios e até por isso é o principal agente de transformação para as empresas que terão que obrigatoriamente rever todos os seus processos, cultura, relação com as pessoas, processos de inovação, digitalização, comunicação e até sua filosofia. O novo RH é o protagonista destas mudanças que vieram com o Covid-19 e chegaram para ficar no que tem sido chamado de o Novo Normal.
Mas qual seria este novo normal de RH com toda esta realidade que nos foi imposta? Como aprender a delegar, mostrar resultados em um cenário conturbado e confiar no potencial de cada um? Qual a fórmula para os líderes motivarem uma equipe, mesmo com um futuro ainda incerto? Como estimular o protagonismo, imputar responsabilidade e entrega de resultados e ainda como cuidar de todas as questões relacionadas ao ser humano?
A necessidade de se preparar para os cenários mais imprevisíveis e o papel do RH nessa jornada passou a ser um dos temas mais discutidos no momento, virou assunto de matéria na imprensa especializada em RH, que tem abordado temas como liderar na incerteza, protagonismo de RH, engajamento dos colaboradores como um dos maiores desafios das empresas, o trabalho remoto que veio para ficar e tantas outras discussões impostas pelas competências exigidas para viver o novo normal.
Vale abrir um parágrafo aqui também para falarmos do papel dos líderes, que se tornaram ainda mais estratégico neste momento e que devem promover e investir na mudança de mindset de sua equipe para criar verdadeiros campeões. Competências como inteligência emocional, colaboração, empatia, inovação não serão mais desejáveis apenas, mas fundamentais para se viver em uma nova realidade. A promoção do bem estar e a preocupação genuína com as pessoas é agora um ativo de valor altíssimo para as companhias. A tempestade trouxe um novo amanhecer e todos devemos rever e implementar valores em tudo que fazemos. O ser humano está no centro disso. A vida é o bem mais valioso, como costumamos afirmar e reafirmar aqui na Safe Care.
Agora, é claro, precisamos pensar nos negócios, na manutenção, na geração de empregos, e mais uma vez a pandemia nos trouxe uma lição. É necessário inovar mais do que nunca, habituar-se com novas exigências do consumidor; aquele que vai avaliar a empresa, produto e serviço principalmente pelo propósito, pelo engajamento e pelo impacto que traz na vida dos seus colaboradores e da sociedade. As empresas precisam pensar nisso; investir em tecnologia para fazer melhor e pensar em gente, sempre, trazer soluções humanizadas! Promover ações para controlar gastos – afinal isto é necessário para a sobrevivência das empresas- e combinar isso com a promoção da saúde física e mental dos colaboradores precisa estar na pauta das prioridades dos RH’s e C-levels.
As lideranças devem ser sensíveis às dores da equipe, aos seus medos e preocupações, encontrando maneiras de ajudar e apoiar os colaboradores. O RH não deve também deixar transparecer de maneira exacerbada seus receios diante dos conflitos, dos problemas financeiros e das crises, pois seu papel é orquestrar mudanças para o bem de todos: empresa e pessoas. O RH precisará se reinventar, rever processos e olhar para o futuro, oferecendo novas experiências a colaboradores que não são mais os mesmos. Todos nós mudamos.
É um novo tempo, de aprender e reaprender; de se reinventar, de engajar, de trazer resultados, respeitando a individualidade de cada um e os novos formatos de trabalho e das relações. Não vamos ficar presos ao que sabemos, pois isso já é passado, vamos usar estes conhecimentos para planejarmos um novo futuro, de desafios, mudanças, aprendizados, resultados e por que não dizer para um futuro feliz, afinal esta palavra nunca teve um significado tão intenso, não é mesmo?
*Katia de Boer é diretora comercial da Safe Care.