A média de conhecimento humano dobra a cada 13 meses e, de acordo com a IBM, o volume de informações que temos disponível vai duplicar a cada onze horas. O número parece assustador, mas é possível ser um destaque dentro desse cenário se o profissional entender que o significado de nunca parar de aprender estará mais em alta do que nunca e que este é justamente o caminho a ser seguido.
Diante disso e dentro da ideia de aprendizagem constante – ou lifelong learning – encontram-se quatro pilares principais: aprender a conhecer, aprender a fazer, aprender a conviver e aprender a ser. Ou seja, estes princípios se norteiam, basicamente, em atividades autorreflexivas e de avaliação analítica. Outro ponto relevante é a busca por conhecimento voluntária e proativa, o que revela a necessidade de ser um indivíduo cada vez mais autodidata e menos passivo, ao adquirir informação.
Além disso, é essencial que entendamos a necessidade de ter aptidões mais humanas e não só técnicas e automáticas, que o ensino tradicional não tende a nos ensinar. Tais habilidades não só são extremamente demandadas pelo mercado de trabalho, como são cruciais para a vida. Até porque as tarefas mais automáticas estão sendo, cada vez mais, realizadas por máquinas e robôs. É importante ressaltar que eles não vão tomar o nosso lugar, mas o lifelong learning vai ser fundamental para de fato não deixarmos isso acontecer.
Ouvimos muito falar nas soft skills e são justamente elas que nos farão diferentes das máquinas. Segundo uma pesquisa global da Capgemini Digital Transformations Institute de 2017, 60% das empresas estão com dificuldades para encontrar as soft skills em seus colaboradores. E esse é um cenário preocupante.
Na mesma pesquisa, 1.250 executivos responderam quais são as maiores necessidades, no que diz respeito às soft skills. Entre eles, 60% buscam pessoas que saibam atender bem o cliente, 64% desejam funcionários que saibam trabalhar em equipe, 64% esperam por pessoas que tenham paixão pelo aprendizado e 61% anseiam colaboradores com boas habilidades de conhecimento sobre a organização e seus desafios.
Temos então a faca e o queijo na mão: sabemos que o aprendizado ao longo da vida é passo fundamental na busca pelo destaque no mercado de trabalho e também o que as empresas procuram. Ou seja, o segredo do sucesso é uma dedicação contínua e voluntária.
Para ser um lifelong learner é indispensável entender a necessidade de uma mudança mental presente na sociedade em acreditar que os estudos acabam quando se termina um período acadêmico. Essa transformação trará uma capacidade de adaptação melhor para o mercado e vida, além de promover oportunidades, até então despercebidas. E com tanta tecnologia, ferramentas e informação, aprender nunca foi tão acessível. Cursos online e gratuitos estão à disposição de qualquer um, seja sobre o assunto que for. A frase “conhecimento nunca é demais” nunca fez tanto sentido quanto agora.
*Bruno Leonardo é co-fundador e CEO da Witseed, edtech que auxilia profissionais e empresas a atingirem seus objetivos por meio de vídeos com produção cinematográfica. É mestre em engenharia de produção, com foco em gestão e Inovação pela COPPE/UFRJ e Engenheiro de Produção pela UFRJ.