Projeto atende mulheres agricultoras e promove sustentabilidade com negócios próprios na área de panificação
Aprender um novo ofício e profissionalizar a mão de obra são maneiras de transformar a própria realidade e que permitem sonhar com um futuro mais digno. Esse é o objetivo do projeto social desenvolvido na cidade de Candelária (RS) com mulheres do campo. Por meio de oficinas de culinária e artesanato, oferecidas pelo Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Candelária em parceria com ao Departamento da Cidadania e Paisagismo de Candelária, e apoio da Japan Tobacco International (JTI), cerca de 300 mulheres vislumbram a possibilidade de alçar novos voos.
O projeto, iniciado em junho deste ano, oferece oficinas itinerantes ministradas pela coordenadora Damaris de Morais e acontecem em 18 diferentes regiões para que todas as mulheres da área rural da região possam participar em sua própria comunidade local. Essa é uma oportunidade de aprender novas técnicas e aproveitar aquilo que possuem na própria terra, além de alimentação saudável e complementação de renda.
Para Cleonice de Medeiros, esposa do Prefeito da Candelária e apoio institucional do projeto, a parceria está proporcionando muita motivação nos grupos de mulheres rurais. “Isso foi uma grande comemoração, de poder participar e quase não gastar porque o momento de crise financeira atingiu a todos. Hoje já temos algumas produzindo para vender na sua comunidade e divulgando o seu conhecimento. Claro que a Mestre Damaris é muita dedicada e está fazendo com que aumente a procura de mais grupos. Vamos crescer mais no próximo ano”, adianta.
De acordo com Dilson Dittberner, segundo secretário do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Candelária, as oficinas são espaços que vão além do aprendizado de técnicas; são enriquecidos com a troca de conhecimentos e o apoio que as mulheres participantes dão umas às outras. “As mulheres do interior, principalmente em áreas rurais, têm mais dificuldades de acesso à informação. Então observamos a importância desse momento de trocas e compartilhamentos de conhecimentos. E esse é um espaço onde elas se sentem realizadas, mais à vontade para expor os sentimentos e dialogar umas com as outras. Um apoio que nunca tiveram”, afirma Dilson.
Custo zero para as participantes
Com o apoio financeiro da JTI de cerca de R$18 mil, todo o material utilizado nas oficinas foi adquirido com esse recurso– como batedeiras, espátulas, máquinas de costura -, possibilitando a prática das atividades. “Projetos como esses estão alinhadas com o propósito da JTI, pois por meio do fortalecimento de parcerias promovemos oportunidades, desenvolvemos habilidades, estimulamos a troca de saberes e o melhor, ajudamos mulheres que muitas vezes são invisíveis ao nosso olhar a se empoderar das capacidades que possuem. Além disso, serão futuras agricultoras empreendedoras, gerando renda extra pra família”, afirma Marinês Kittel, supervisora de Projetos Sociais da JTI.
“Ver o brilho nos olhos de cada uma por dispor de tantas coisas novas, que faziam muita falta a todas nós, é maravilhoso, afirma Denise Iara Zimmermann, aluna do projeto. O apoio às oficinas faz parte de iniciativas de suporte a programas nas comunidades produtoras da JTI. “Projetos como esses nos possibilitam estar mais próximos das comunidades, conhecer e mudar realidades”, destaca Marinês.
Projeto estimula formação de líderes
O ciclo de oficinas itinerantes possibilita às mulheres não apenas um momento de trocas e novos aprendizados, mas também o desenvolvimento de habilidades, descoberta de talentos e melhoria da autoestima.
“Ao final, serão produzidas feiras para que possam vender os produtos. Um exemplo é a “Chococandi”, feira de produtos com a temática da Páscoa, com muito chocolate nas receitas, e a feira “Delícias de Natal” com a venda de panetones e outras receitas típicas desta época do ano”, destaca Dilson. Ambos eventos acontecem em Candelária.
“As oficinas oferecidas são boas por ser no período da tarde, após nosso trabalho na terra. É um momento emque trocamos experiências umas com as outras além de aprender com os cursos. É uma maneira de garantir apoio às que precisam. Nessa época, por exemplo, tivemos uma de nossas participantes que perdeu o marido para a COVID-19. Então é uma hora que pode ser apoiada e amparada. Poder saber que não está sozinha! Ter uma palavra de apoio pelas demais do grupo”, afirma Denise.
O apoio financeiro garantiu o início dessa jornada de novas descobertas e construções. “Cada vez mais a JTI está apostando no papel de agente de transformação na família e protagonismo da mulher no campo. O apoio vai muito além do financeiro, pois o combinado com os parceiros é que se tenha continuidade para que outras mulheres também tenham acesso aos cursos, porque agora já temos os materiais necessários e com a parceria do Sindicato e Prefeitura temos certeza de que ele será expandido nos próximos anos” explica Marinês.