Em 2030, a população brasileira deve ser superior a 230 milhões de pessoas. Já a população mundial deve chegar a 8,3 bilhões de pessoas, elevando a demanda por alimentos e energia em 50%, e por água potável em 30%. A ONU espera que, ao lado dos emergentes China, Indonésia, Tailândia, Rússia e Ucrânia, o Brasil – hoje um dos maiores produtores de alimentos e de agroenergia do mundo – supra esse significativo aumento da demanda.
O grande desafio é como conciliar crescimento da produção e redução do impacto no meio ambiente, ao mesmo tempo em que se promove melhorias para quem vive ou tira seu sustento do campo. Isso vai exigir a quebra de muitos paradigmas, com a ajuda de novas técnicas e tecnologias que resultem em ganhos de produtividade e reduzam impactos ambientais, como produção orgânica, manejo florestal, produção integrada e agricultura de precisão, além de recuperar áreas degradadas.
Segundo o estudo “Agricultura de baixo impacto: construindo a economia verde brasileira”, desenvolvido pelo Instituto de Estudos do Comércio e Negociações Internacionais (Icone), o Brasil pode sim conciliar aumento da produção com desenvolvimento sustentável. Mas, para isso, o agronegócio brasileiro, do produtor familiar ao empresarial, deve agregar cada vez mais práticas de baixo impacto, levando à construção da economia verde brasileira. Isso inclui a regularização ambiental das propriedades diante do novo Código Florestal, a redução do desmatamento, o incremento na conservação da biodiversidade e o uso racional de água e de insumos.
A partir do estudo “Agricultura de baixo impacto: construindo a economia verde brasileira”, a Revista Empreendedor foi em busca das perspectivas para o agronegócio brasileiro nos próximos 20 anos e apresenta estratégias para que se colham bons frutos – e as oportunidades que surgem para que se atinja os resultados esperados –, com exemplos de quem já vem quebrando paradigmas.