Pagamentos por aproximação e carteira digital: você sabe como isso funciona?

A evolução da tecnologia no setor de pagamentos tem transformado a forma como interagimos com o mundo, no que diz respeito a maneira como consumimos e fazemos compras. Com a adesão das chamadas carteiras digitais, estamos passando por um período de transição, onde, aos poucos, deixamos de carregar a carteira no bolso e passamos a utilizar aplicativos mobile como Android Pay, Samsung Pay e Apple Pay, que armazenam os dados dos nossos cartões e permitem transações por aproximação de forma rápida, segura e criptografada.

Mas você sabe como isso funciona?

Provavelmente você já ouviu falar em NFC (Near Field Communication), tecnologia sem fios e de curto alcance que permite operações financeiras entre as maquininhas de cartão e os dispositivos de pagamentos, como os smartphones, tablets, pulseiras e relógios inteligentes. Nas configurações do seu celular é possível saber se esse serviço está ativo fazendo uma simples busca na parte de conexões. Caso esteja liberado, o segundo passo é verificar se a sua instituição bancária já adotou a tecnologia para que você possa se cadastrar e ter o acesso permitido.

No varejo e em estabelecimentos comerciais, as maquininhas que aceitam pagamentos por aproximação têm o símbolo de três ondinhas ou o nome do sistema de pagamento que aceita. Para realizar uma compra, basta que o lojista digite o valor no equipamento e escolha a forma de pagamento do cliente. A sua parte é apenas autenticar a operação no smartphone com leitor biométrico, código PIN ou com reconhecimento facial e aproximá-lo da maquininha. Pronto! Você fez uma aquisição com o celular em poucos instantes.

Outra diferença importante é que qualquer pessoa com um CPF válido ou um CNPJ pode ter uma carteira digital, não sendo preciso ter dinheiro na conta nem pagar taxa de manutenção. Ou seja, a iniciativa também viabiliza a participação das pessoas sem conta bancária em diferentes tipos de transações, inclusive online.

Para os lojistas, esses meios de pagamento são interessantes, pois permitem operações mais ágeis e, às vezes, nem exigem a maquininha de cartão de crédito. Muitos bancos e carteiras digitais já aceitam cobranças com o QR Code: o comerciante exibe o código, que pode ser impresso ou na tela do seu celular, e o consumidor, usando a câmera do smartphone, escaneia o código no aplicativo do banco ou da carteira digital. E o melhor: com a chegada dos pagamentos instantâneos prevista para novembro de 2020, esse tipo de transação poderá ser realizada entre diferentes instituições e não apenas entre correntistas e usuários do mesmo aplicativo.

Imagine, por exemplo, um ambulante vendendo sorvete na praia e recebendo o pagamento com um QR Code no seu celular. Além de obter uma margem maior – já que esse tipo de transação não possui a cobrança de taxas – é possível vender para mais pessoas, já que muitos não carregam dinheiro em espécie ou não têm a quantia na carteira naquele momento.

Segundo o e-Marketer, empresa de pesquisa de mercado, o Brasil deve ter 21 milhões de usuários de pagamentos por aproximação até 2023. O número atual de usuários é de 12 milhões. A justificativa é clara: os pagamentos por aproximação e as carteiras digitais dependem apenas de um dispositivo móvel, possibilitando que as pessoas saiam de casa sem a carteira física e dispensando a apresentação de um cartão de plástico e documento de identificação. Do outro lado, o ganho dos varejistas é maior com um novo método de pagamento inclusivo.

Um dado interessante do estudo mostra que a penetração de pagamentos por aproximação no país empata com a Argentina, alcançando 14.5%. Essa taxa é mais alta quando comparada ao México (10.2%), o segundo maior mercado de e-commerce da América Latina. Apesar da nossa indústria ter muito a evoluir, a tecnologia por aproximação tem tudo para transformar nossos hábitos de consumo e revolucionar o mercado de pagamentos.

*Ralf Germer é CEO e cofundador da PagBrasil, fintech brasileira líder no processamento de pagamentos para e-commerce ao redor do mundo.

 

Facebook
Twitter
LinkedIn