Para não perder tempo e já ter carteira de clientes, adquirir franquia em funcionamento é opção

Foto: Divulgação | Quando se fala em investir no sistema de franquias, muitas pessoas podem pensar que ao ser aprovado pelo franqueador de uma rede é necessário começar um negócio novo, achar um ponto, reformar o espaço, investir em móveis, contratar funcionários e treiná-los. Mas nem sempre isso é preciso. Esse novo franqueado pode adquirir uma unidade da rede que já esteja em funcionamento. Isso porque, pelo sistema de franquias, é possível que os franqueados comprem unidades de outros desde que a transação seja aprovada pelo franqueador da marca.

E essa é uma prática comum. Só no Brasil estima-se que 5% do volume de vendas anuais de franquias seja de unidades já em funcionamento. Pelo sistema, quando um franqueado não tem mais interesse no negócio, ele pode repassar a unidade sem precisar fechar o estabelecimento. Ele pode vender o ponto comercial e os direitos sobre a loja para outro franqueado e, dessa forma, recuperar seu investimento no negócio. E quem compra a unidade consegue assumir a loja em poucos dias, passa a gerir uma franquia já com clientes definidos e com um histórico de faturamento.

Ao ser aprovado como franqueado da rede de roupas femininas Stroke, o empresário Daniel Angelini preferiu adquirir uma unidade que estava à venda no Shopping Tamboré, em Barueri (SP). “Eu já tenho uma revendedora de pneus e queria mudar de segmento, diversificar e trabalhar com um setor que está em crescimento. Quando recebi essa proposta, achei que era uma boa oportunidade. Ter uma loja em shopping é uma venda mais certa”, afirma.

O empresário assume a unidade em outubro e a mudança de direção será feita sem que o negócio pare de funcionar. Angelini conta que nesse primeiro momento não pretende fazer reformas na loja e, por conta disso, vai manter a decoração e os móveis do antigo franqueado. O que ele quer mudar é a gestão do negócio. “Essa é uma unidade que tem um bom histórico de vendas e quero trabalhar para que isso melhore ainda mais.”

Antes de assinar o contrato de compra, Angelini recebeu da rede uma avaliação da unidade e dos pontos fortes e fracos do negócio. “Fazemos isso para que esse novo franqueado tenha uma noção exata do que está comprando. Assim, quando ele decide comprar uma unidade que está dando prejuízo, sabe de antemão qual é o problema do negócio – se é de falta de qualificação da equipe, se precisa de reforma, se é um problema de gestão ou mesmo do próprio ponto comercial. Com essa avaliação, nós da franqueadora e o novo franqueado sabemos onde precisamos melhorar”, afirma Márcio Melo, diretor comercial da Stroke.

A direção da rede acompanha de perto todas as transações de compra e venda de unidades. Quem faz a avaliação das lojas é o próprio franqueador. É ele quem estabelece o valor da unidade a partir dos investimentos feitos pelo antigo franqueado e da taxa de retorno do negócio. Com essa avaliação, a rede procura em seu banco de dados uma lista de interessados em se tornarem franqueados, apresenta a proposta e os interessados passam pelo processo de seleção. Os aprovados pagam as taxas de franquia e fazem o treinamento para assumir a loja.

Serviço especializado

Para quem está à procura de uma unidade já em operação, mas não tem ainda definido em que rede deseja investir, a Franchise Store oferece serviço de busca de oportunidades de acordo com o perfil do investidor. A empresa tem o cadastro de lojas que estão à venda de 67 redes de franquias, o que permite a esse investidor avaliar as melhores oportunidades e economizar tempo nessa procura.

Além de divulgar as lojas, é a Franchise Store quem faz a avaliação das unidades à venda. Técnicos da empresa fazem a valoração do negócio a partir do faturamento dos últimos 24 meses, da carteira de clientes, da localização e da estrutura do ponto comercial. Depois de estipulado o valor da unidade, a Franchise Store procura em um banco de dados as pessoas interessadas em adquirir o negócio. “Antes, quem pensava em comprar uma unidade em operação, precisava ligar de marca em marca para saber isso. Temos agora à disposição os dados sobre as unidades em funcionamento que estão à venda das 67 marcas que nós trabalhamos”, afirma Filomena Garcia, diretora da Franchise Store.

Ela explica que a procura pelo serviço é alta e que muitas das pessoas que buscam unidades já em operação não querem esperar os cerca de quatro meses necessários para abrir um novo negócio. “Tem pessoas que já querem começar a operar em no máximo 15 dias. O que mais acontece são casos de pessoas que saíram de seu antigo trabalho, decidiram investir em franquia e não querem esperar para começar a trabalhar.”

Se a rapidez de assumir a unidade é uma vantagem desse tipo de negócio, o interessado deve estar preparado para pagar mais pela compra da loja. Além de pagar as taxas de franquia, o valor do negócio costuma ser mais alto, isso porque é levada em consideração a carteira de clientes que a unidade já conquistou e o faturamento. “Eu já vi casos em que a abertura de uma nova unidade custava em torno de R$ 250 mil e a compra de uma já em operação saía em torno de R$ 400 mil”, conta Liana Bittencourt, diretora da Bittencourt Consultoria, empresa especializada em expansão de negócios.

Diante da diferença de preços, Liana considera que os interessados em adquirir um negócio em funcionamento devem avaliar se o resultado financeiro que o estabelecimento vai gerar compensa a diferença. Ela explica que o risco do negócio não dar certo no caso da compra de uma unidade em operação é menor, mas alerta que o sucesso do negócio está associado à gestão. “Comprar uma unidade em funcionamento pode ser menos arriscado porque se sabe qual é o histórico daquele ponto. Se é uma empresa com excelente faturamento, o franqueado tem que entender rapidamente como funciona o negócio para manter e até promover um crescimento maior. Investir em unidade em operação não quer dizer que será preciso trabalhar menos.”

Liana orienta esse investidor a tomar alguns cuidados. “É preciso tirar todas as certidões de regularidade desse negócio para verificar se há pendências fiscais e tributárias e se há passivos trabalhistas.” A especialista afirma que, por mais que o antigo franqueado diga que assumirá todos os possíveis problemas trabalhistas ou fiscais, é preciso analisar isso com cautela. A sugestão é que esse franqueado que assumirá o negócio crie uma nova empresa jurídica e com isso tenha um novo CNPJ. Ela alerta também que devem ser feitos dois contratos: um com o antigo franqueado e outro com o franqueador. “Não basta fechar o contrato com o franqueado da unidade; é preciso ser aceito pelo franqueador. O mais indicado é que o franqueador monitore todo o processo de repasse.”

Repasse em operação

Estimativa: 5% do volume de vendas anuais de franquias é de unidades
já em funcionamento.

Vantagem: Risco menor e rapidez para assumir a unidade (para abrir uma unidade nova são necessários em média 120 dias).

Desvantagem: Preço maior (além das taxas de franquia, são considerados no valor a carteira de clientes que a unidade já conquistou e o faturamento).

Cuidados: Tirar todas as certidões de regularidade desse negócio para verificar se há pendências fiscais e tributárias e se há passivos trabalhistas; criar uma nova empresa jurídica; fechar dois contratos, um com o antigo franqueado e outro com o franqueador.

Contato:

Bittencourt Consultoria: www.bittencourtconsultoria.com.br
Franchise Store: www.franquia.com.br
Stroke: www.stroke.com.br

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