Planejamento, gestão financeira e uso da tecnologia estão entre os pontos-chave para quem quer empreender na área da saúde mental
O Brasil vive um cenário de expansão do empreendedorismo. Segundo dados do Sebrae, apenas no primeiro semestre de 2025 foram criados 2,6 milhões de novos pequenos negócios, alta de 23% em relação ao mesmo período do ano passado. Na área da saúde mental, o movimento também é evidente: o Conselho Federal de Psicologia (CFP) registra hoje cerca de 437 mil psicólogos ativos no país, uma das maiores comunidades da profissão no mundo. Entre eles, cresce o interesse em abrir clínicas e consultórios próprios, motivados pela busca por maior retorno financeiro, autonomia e flexibilidade na carreira.
“Muitos psicólogos acreditam que abrir o próprio consultório é um passo natural da carreira, mas se deparam com dificuldades que poderiam ser evitadas com orientação e planejamento. Entender desde cedo essas demandas faz toda a diferença”, explica Lorrayne Aquino, psicóloga gestora da Psicologus, e ex CEO da empresa adquirida pela Vetor Editora, empresa especializada em saúde mental, parte do grupo Giunti Psychometrics.
Para apoiar esses profissionais, a especialista reúne os principais cuidados para quem deseja empreender na área. Confira:
1. Entenda os primeiros passos burocráticos
Decida se vai atuar como pessoa física ou jurídica, reúna os documentos necessários e estude a legislação que envolve a prática profissional. Essa base evita problemas futuros e garante segurança jurídica.
2. Planeje o modelo de negócio
Defina nicho de atuação, formato de atendimento (online e/ou presencial), cumprimento dos trâmites regulatórios (CRP, CNPJ, alvarás) e organize um planejamento financeiro e de marketing.
3. Separe as finanças pessoais das profissionais
Um dos erros mais comuns é misturar contas pessoais e do consultório. Essa prática compromete o fluxo de caixa e dificulta a gestão. Tenha contas e registros separados.
4. Invista em habilidades além da clínica
Conhecimentos em gestão, finanças e marketing são diferenciais indispensáveis. Essas competências permitem que o psicólogo tenha visão de negócio e tome decisões estratégicas.
5. Aproveite a tecnologia como aliada
Ferramentas digitais ajudam a organizar atendimentos, manter a comunicação com pacientes, reforçar a presença online em redes sociais, Google Meu Negócio e sites profissionais.
6. Comece no momento certo — sem esperar “o ideal”
Não é preciso ter anos de experiência para abrir um consultório. O mais importante é ter segurança clínica, estrutura ética/jurídica e viabilidade financeira para sustentar o negócio.
Lorrayne reforça que empreender na psicologia exige coragem, mas também preparação. “Com planejamento e apoio certo, o consultório pode se tornar não apenas um espaço de atendimento, mas também um negócio sustentável e realizado com propósito.”
Ela lembra ainda que a própria área da psicologia, como a Psicologus, oferece cursos e formações voltados ao empreendedorismo e à gestão, o que ajuda os profissionais a desenvolverem uma visão mais estratégica da carreira.



