Elas contam com o movimento das grandes lojas, estacionamento e segurança. Mas são pequenas. Muitas, apenas um box. Ter uma empresa instalada dentro de outra muito maior, como hipermercados e megalojas, pode ser uma estratégia para se aproximar do público.
Para Alexsandra Barreto, dona da Hiper Ótica, o movimento é a principal vantagem de estar no espaço de um supermercado. "É muito mais fácil fidelizar o cliente, porque as pessoas não mudam de supermercado todo dia. A empresa está na galeria do supermercado Walmart na Barra Funda, zona oeste de São Paulo, desde 1999.
No entanto, não basta apenas contar com o movimento alto. É preciso atender bem. "Se você pisar na bola com alguém, o boca a boca também pode destruir sua reputação com o público, que é sempre o mesmo."
Segurança e acesso ao estacionamento são os pontos fortes para Stéfano Choi, dono do box que abriga a Marina Bijoux, que fica no primeiro andar do supermercado Sonda no bairro Água Branca, na zona oeste de São Paulo.
"É o nosso diferencial. A pessoa pode deixar o carro no estacionamento e fazer as compras tranquilamente. Na rua, é perigoso tanto para o cliente quanto para o lojista", afirma.
Contratos podem prever condições e obrigações difíceis de cumprir
Essas facilidades têm um custo que pode ir além de valores financeiros e criar obrigações. O empreendedor deve estar atento às condições das grandes lojas para aceitar um estabelecimento no seu espaço. Os contratos podem, por exemplo, obrigar a empresa a abrir as portas em horários determinados, além de cumprir outras regras.
João Manuel Teves e a esposa Ana Maria, por exemplo, têm um box no primeiro andar do supermercado Sonda do bairro Água Branca e reclamam das obrigações que precisam cumprir.
"Minha família vive separada, porque a lojinha tem de estar sempre aberta e se formos contratar alguém não sobra nada. O horário é estendido, de 9h às 21h e, como o supermercado abre sábado, domingo e feriados, abrimos também."