Somente nos dois primeiros meses do ano, elas geraram mais de 203 mil empregos com carteira de trabalho assinada
As micro e pequenas empresas (MPE) criaram 203.152 vagas formais de trabalho nos dois primeiros meses deste ano. De cada quatro trabalhadores contratados no período, três tiveram a carteira assinada por uma companhia que possui no máximo 99 funcionários, classificação utilizada como aproximação para definir uma empresa como de micro e pequeno porte.
A participação percentual das MPE na geração de emprego está sendo maior neste ano do que em 2011. No mesmo período do ano passado, elas responderam por 66% das vagas. Os números constam da análise feita pelo Sebrae a partir de dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) do Ministério do Trabalho. Somente em fevereiro as empresas com até 99 funcionários empregaram cerca de 107 mil trabalhadores com carteira assinada, o que corresponde a aproximadamente 71,5% dos empregos formais gerados no mês.
Mais da metade dessas vagas de fevereiro estão no setor de serviços. O destaque foi para as áreas de ensino e serviços de comércio e de administração de imóveis. Mas também tiveram importância as empresas do setor de alimentação. Só no Distrito Federal a abertura de três franquias da rede norte-americana de sanduíches Quiznos resultou na contratação de 60 funcionários. As lojas optaram pelo Simples Nacional, regime de tributação simplificada para empresas que faturam menos de R$ 3,6 milhões por ano.
O comportamento do mercado de trabalho confirma a tendência de mais oportunidades de negócios no setor de serviços, que deve manter uma trajetória ascendente nos próximos anos, afirma o diretor-técnico do Sebrae, Carlos Alberto dos Santos. "As MPE contribuem para a consolidação da nova classe média e distribuição de renda no nosso país", assinala o diretor, ao lembrar que o segmento de pequeno porte tradicionalmente é a porta a se abrir àqueles que buscam o primeiro emprego.
Os novos negócios abriram portas para muita gente que tentava entrar no mercado de trabalho da capital federal. As exigências da Quiznos foram na contramão do que geralmente se pede em uma seleção. "Demos preferência a pessoas sem experiência no ramo e que nunca tivessem trabalhado na vida. Nossa intenção era dar o primeiro emprego e capacitar essas pessoas, sem vícios adquiridos em outros empregos", conta o diretor de marketing da rede, Victor Luidgi. Até o fim do ano, o grupo pretende abrir outras duas lojas em outros estados e gerar mais empregos no país.