Donos de pequenas empresas são exatamente isso: donos de pequenas empresas. Boa parte das empresas é criada em virtude do sonho de seu fundador de se tornar próspero e dono do próprio nariz. No entanto, na raiz desse sonho há uma barreira, invisível e intransponível, que impede a realização plena do sonho.
Minha experiência, ao longo de vinte anos de atendimento às pequenas empresas, mostrou que quando estamos presentes nas empresas, aplicando um Programa de gestão, as coisas funcionam. Às vezes a gente fica um ano inteiro. No entanto, verificamos que, quando nos afastávamos, e voltávamos lá seis meses depois, os sistemas que tínhamos deixado em funcionamento (sistemas de custo, finanças ou marketing), simplesmente tinham sido abandonados. Isto me deixava confuso: por que isto acontece?
Depois de muito pesquisar, descobrimos. Em primeiro lugar, pelo modelo mental de negócios que a maioria dos empresários tem: mãos na massa para garantir a sobrevivência. Com esse modelo mental, o empresário enxerga sua empresa como um instrumento do trabalho, e não como um instrumento do capital. Com esse olhar, “gastar” tempo com a prática da gestão era vista como uma perda de tempo. E isso até faz sentido, pois, na verdade, todos as ferramentas de administração, contabilidade e de gestão empresarial foram desenvolvidas para o investidor, e não para o empreendedor.
Em segundo lugar, como donos absolutos de suas empresas, donos de seus narizes, que não precisam prestar contas de suas ações para ninguém, eles simplesmente decidiam não dar continuidade aos sistemas de gestão que tínhamos implantado, e pronto. Isso não lhes trazia nenhuma consequência imediata, a menos dos resultados precários.
Mas tinha uma terceira ideia-chave. Deixe-me perguntar: de quantas profissões a humanidade precisa para sobreviver: duas, duzentas ou duas mil profissões?
Na sua essência, a humanidade precisa, somente, do Poeta para conquistar a mulher amada, e do Agricultor para alimentar a prole gerada.
A questão-chave é a seguinte: Poderia o poeta, num ato voluntário de liberdade, tornar-se agricultor? E o agricultor sobreviveria se, da noite para o dia, decidisse viver de poesia? Em outras palavras, é possível transformar a costureira numa Presidente de empresa? Transformar um craque bom de bola, um talento, que tudo o que quer na vida é jogar bola, em Presidente de time? Nossa pesquisa mostrou que por si só, sozinhas, as pessoas não conseguem esta mudança.
Então fizemos uma experiência. Simulamos um conselho de investidores e, nesta simulação, o empresário deixava de ser dono absoluto para ser um Presidente executivo de sua pequena empresa. E aí os resultados apareceram e deram um salto.
O que fizemos, na verdade, foi reproduzir nas micro e pequenas empresas, o ambiente da grande empresa. E vimos que este é o caminho que funciona. Os resultados foram fantásticos, como aumento nas vendas, na lucratividade e na criação de reservas financeiras. Isso foi fruto da experiência que os Conselheiros tinham e os insight que passaram aos empresários, e da adoção da disciplina empresarial para implantar as boas práticas de Gestão.
Mas para isso funcionar tem que ter uma última ideia: e esta última ideia é a que sustenta tudo o que veio antes. Para responder essa questão, deixa-me lhe perguntar: qual é a meta final de quem empreende?
Mesmo que a pessoa não tenha se dado conta, tudo começou com a pessoa física tirando um dinheiro do bolso para investir num negócio. Neste momento, ela se transformou num investidor. Consciente ou inconsciente, neste ato, estava depositando uma intenção e uma esperança de que a vida vai melhorar. E a vida melhora, e muito, quando a gente tem o retorno do dinheiro investido acumulado, numa reserva financeira, que nos permita trabalhar por opção e não mais por obrigação. Essa é a meta! E essa é a visão de um investidor. Ou seja, de um empresário com espírito investidor. Muito diferente da visão do empreendedor, que se realiza, botando a mão na massa.
Em outras palavras, o resultado aparece, quando nos apropriamos de uma visão de investidor, e nos permitimos deixar de ser donos absulutos de nossa empresa, nos transformando em Presidente Executivo, com a implantação de um Conselho de Administração, do qual recebemos recomendações, trocamos ideias, e prestamos contas de nossas ações e de nossos Resultados.
Assim, venceremos a barreira invisível e intransponível (quando estamos sozinhos), rumo ao sonho inicial de prosperarmos e sermos donos do próprio nariz. Caso contrário, ficaremos somente com uma parte do sonho, que é sermos, somente, donos de nossa empresa, sem a respectiva prosperidade sustentada.
Essa é a razão do porque você deve tornar-se O PRESIDENTE de sua pequena empresa.
Pense grande, implante seu Conselho de Administração, e torne-se O PRESIDENTE de sua empresa, pois não existe Presidente (ou CEO) de empresa, sem Conselho, nem Conselho sem Presidente.