O governo de Portugal firmou, nesta semana, memorando de cooperação para o desenvolvimento e a internacionalização de startups (empresas em fase de constituição que contam com projetos promissores e inovadores) com a Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), maior entidade patronal do Brasil. As informações são da Agência Lusa.
O termo assinado na quarta-feira (16) pelo ministro português da Economia, Manuel Caldeira Cabral, e pelo presidente da Fiesp, Paulo Skaf, prevê ações bilaterais de cooperação técnica, incentivo à participação de empresas dos dois países em eventos de startups, e a elaboração de diretrizes para estimular o investimento de incubadoras e empresários do Brasil e de Portugal nestas companhias.
“Esta colaboração e os incentivos que estamos a criar vão dar mobilidade aos startups. Num futuro próximo, poderemos ter empresas portuguesas desenvolvendo negócios interessantes no Brasil ou sendo apoiadas financeiramente pelas incubadoras que atuam aqui [no Brasil]. Também poderemos ter empresas brasileiras que querem desenvolver ações no mercado europeu indo para Portugal”, explicou Caldeira Cabral.
O ministro português destacou que para incentivar tais negócios inovadores, criados por empreendedores que “serão responsáveis por grandes mudanças no futuro”, é necessário construir pontes com empresas e instituições privadas. “É o caso deste memorando que assinamos com a Fiesp, que é uma referência em todo o Brasil”, afirmou.
Caldeira Cabral também lembrou que as parcerias de Portugal com o Brasil na área de inovação são discutidas há algum tempo, citando encontros que teve com o ministro brasileiro da Indústria e Comércio Exterior, Marcos Pereira, em Brasília e em Macau (na China).
O ministro disse que pretende apoiar um evento de startups realizado no Brasil chamado Acelera, que será divulgado em Portugal. Ele disse também que deseja trazer mais empresas inovadoras do Brasil ao Web Summit Lisboa.
Otimismo
Questionado pela Agência Lusa sobre a afirmação do primeiro-ministro de Portugal, António Costa, que em outubro destacou, no Brasil, que os empresários dos dois países devem deixar de apenas falar e passar a transformar em negócios o bom relacionamento estabelecido há muitos anos, Caldeira Cabral mostrou-se otimista e disse que algumas parcerias já estão passando do campo das ideias para o das ações.
“Este memorando que assinamos hoje e o que assinamos no Rio de Janeiro [em setembro passado] são concretizações da abertura das portas [entre Brasil e Portugal], que vão permitir uma colaboração maior para promover o empreendedorismo”, afirmou.
O protocolo com a Fiesp não foi o primeiro convênio firmado pelo governo de Portugal com uma instituição brasileira: em setembro, as secretarias de Estado de Ciência, Tecnologia e Inovação do Estado do Rio de Janeiro e de Estado da Indústria de Portugal aviam assinado um acordo parecido.