Programa MentorEla quer potencializar número de mulheres na alta gestão

Iniciativa é dos movimentos Aladas e Elas Lideram 2030 e contará com 20 executivas selecionadas pelas empresas participantes do Pacto Global da ONU no Brasil

O mundo corporativo ainda caminha a passos lentos quando o assunto são as mulheres em cargos de liderança. A jornada costuma ser árdua e cheia de desafios, incluindo pressão por ter que provar sua competência com mais ênfase do que os homens. E, quando chegam ao topo, muitas acabam desistindo da carreira.

Atentos à necessidade de elevar o percentual de mulheres em cargos de liderança no mundo corporativo, o Movimento Aladas e o Movimento Elas Lideram 2030 uniram forças e criaram o Programa MentorEla. O objetivo é impulsionar 20 mulheres líderes durante quatro meses de conteúdo em grupo e mentorias individuais, como ferramentas para incentivar seu desenvolvimento contínuo e alcançar posições cada vez mais altas. Elas foram selecionadas entre as empresas comprometidas com o Movimento Elas Lideram 2030 e participantes do Pacto Global da ONU no Brasil.

O programa MentorEla leva o mesmo nome da plataforma de mentoria do Movimento Aladas, fundado em 2021, com o objetivo de promover transformação social por meio da colaboração entre mentoras e mentoradas, com a proposta de encorajar mulheres que desejam crescer em suas carreiras, alçando voo para cargos de liderança. Desde o lançamento, mais de mil mulheres já foram impactadas e, com essa nova parceria com o Movimento Elas Lideram 2030 (co-liderado pelo Pacto Global da ONU no Brasil e pela ONU Mulheres), o projeto estima alcançar um número ainda mais promissor.

“Sentar-se na cadeira da liderança não é algo fácil para as mulheres. Elas enfrentam desafios profundos, insegurança, preconceito, carga extra de trabalho, desconfiança sobre sua capacidade, solidão entre pares e acabam deixando de lado esse sonho de ascender na carreira”, comenta Daniela Graicar, fundadora do Movimento Aladas

O objetivo do programa de mentoria vai ao encontro das metas do Elas Lideram 2030, co-liderado por ONU Mulheres e pelo Pacto Global da ONU no Brasil: até 2030, alcançar 1.500 empresas comprometidas com o projeto e mais de 11.000 mulheres ocupando cargos de alta liderança.

Segundo Tayná Leite, Gerente Sênior da Plataforma de Direitos Humanos e Trabalho do Pacto Global da ONU no Brasil, essa parceria é fundamental para ajudar a abrir espaço para essas mulheres e ajudá-las a tornar menos árduo e mais promissor o seu caminho profissional rumo a cargos de alta liderança. “As mulheres têm grandes competências que podem ajudar a desenvolver uma liderança mais empática, humana e bem-sucedida. Ter um programa criado especialmente para essa missão de auxiliar as profissionais a seguirem firmes seu propósito me deixa orgulhosa, pois o Aladas também atua em prol de abrir mais espaço para as mulheres, seja no empreendedorismo ou em cargos corporativos”.

Projeto de mentoria
Um dos principais caminhos para alcançar essas mulheres líderes vem de dentro do próprio Movimento Aladas, que já possui a plataforma MentorEla, iniciativa que tem agregado cada vez mais um número maior de mulheres em busca de conhecimento e preparo para o mundo do trabalho. Seguindo os mesmos moldes, junto com o Pacto Global da ONU no Brasil, o Aladas criou o Programa MentorEla, que tem como intuito impulsionar executivas em cargos de alta liderança.

O projeto contará com 20 mulheres executivas selecionadas pelas empresas participantes do Pacto Global da ONU no Brasil e comprometidas com o Movimento Elas Lideram 2030. As escolhidas vão participar de 80 horas de mentoria individual, de junho a outubro de 2023. com um time de mentoras escolhidas a dedo, que serão credenciadas com o selo “mentora Programa MentorEla”.

Daniela conta que as executivas terão ainda quatro sessões com mentoras que mais combinam com o seu perfil ou tema a ser desenvolvido. Além disso, poderão assistir a 15 aulas on-line ministradas por profissionais que abordarão temas que incluem networking, ética e governança, vieses inconscientes, inovação, comunicação, diversidade e inclusão, entre outros assuntos.

Um longo caminho pela frente
De acordo com o relatório Women in the Workplace 2022, feito pela McKinsey em parceria com o LeanIn.Org, a cada 100 homens promovidos de um emprego de nível básico a gerente, apenas 87 mulheres recebem esse tipo de reconhecimento. No Brasil, segundo dados da Grant Thorton, 38% dos cargos de liderança são ocupados por mulheres.

Para Daniela, as empresas precisam investir em treinamentos, mentorias e valorizar as mulheres de alto potencial e que estão na liderança. “E com atitudes simples, o que inclui respeito a elas enquanto profissional, já uma boa parte do caminho percorrido”, conclui.

Sobre o Aladas
Movimento que nasceu em maio de 2020 para unir, encorajar e capacitar mulheres que querem empreender ou aprimorar sua capacidade de liderança e gestão. Com o objetivo de mudar estatísticas e quebrar vieses inconscientes que vêm impedindo as mulheres de performar no mundo dos negócios, o Aladas oferece uma plataforma de cursos digitais (de hard e soft skills) e conteúdos gratuitos sobre empreendedorismo em múltiplos formatos, incluindo vídeos inspiradores, podcasts e textos. Além disso, realiza encontros virtuais, treinamentos corporativos e oferece mentoria.

Na foto em destaque, Daniela Graicar, fundadora do Movimento Aladas (E), Flávia Muniz, especialista em Empoderamento Econômico da ONU Mulheres Brasil e Tayná Leite, gerente sênior de Direitos Humanos do Pacto Global da ONU no Brasil

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