O InovAtiva Brasil, realizado pelo Ministério do Desenvolvimento (MDIC), Indústria e Comércio Exterior e pelo Centro de Open Innovation Brasil (Wenovate), será oferecido em três etapas, começando com a realização de cursos de capacitação on-line e, em seguida, a seleção dos 300 projetos com maior potencial de crescimento. Os 100 empreendedores que chegarem até a terceira e última fase receberão mentoria individualizada e conexão com investidores, grandes empresas e aceleradoras de empresas do Brasil e do exterior.
A proposta do InovAtiva Brasil é oferecer capacitação gratuita em negócios inovadores. Na avaliação de Nelson Fujimoto, Secretário de Inovação do MDIC, a baixa preparação dos empreendedores para apresentar seus negócios é um dos principais problemas do empreendedorismo no Brasil. “O mercado para investimento em start-ups vem crescendo muito no País, com grupos de investidores-anjo e grandes fundos de investimento sendo formados ou vindos do exterior. No entanto, eles têm dificuldade de encontrar projetos bons e estruturados para investir e, com isso, perdemos inúmeras oportunidades de atrair investimento e gerar renda e emprego de alta qualidade”.
Nesta, que é a segunda edição do programa, o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai) fará parte como correalizador, oferecendo às empresas da segunda etapa a participação nas Oficinas Senai de Criatividade. A parceria será oferecida nas unidades de Maringá (PR), para a área de metal-mecânica; Dourados (MS), para o desenvolvimento de produtos e processos, micro ou pequenas empresas e start-ups; Rio de Janeiro (RJ), para prototipagem mecânica, virtual e eletroeletrônica; Campina Grande (PB), para o segmento de prototipagem rápida, com confecção de eletrônicos ou mecânicos com impressão 3D; e, ainda, na unidade de Manaus (AM), que disponibilizará a infraestrutura dos laboratórios de microeletrônica, metal-mecânica, automação e mobiliário.
Segundo o especialista em desenvolvimento industrial do Senai, Marcelo Prim, o objetivo da parceria é dar aos participantes um espaço de aprendizado e a oportunidade de mostrar, na prática, aos seus mentores o quanto as ideias de negócio podem evoluir. “Vemos que o espaço de prototipagem é o mais necessário hoje”. A expectativa é que a participação do Senai se consolide daqui para frente. “Esperamos que futuramente o serviço seja oferecido em mais que cinco laboratórios e se torne uma atividade fixa do Senai”, complementa.
Outro destaque desta edição é a participação do especialista em empreendedorismo, Marcelo Nakagawa, na elaboração do conteúdo do curso, que contou também com consultoria do pesquisador brasileiro Léo Burd, que integra o Media Lab do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT), para desenvolvimento da plataforma on-line e da consultoria norte-americana Everwise. A possibilidade de visitas ao exterior está sendo avaliada pela coordenação do programa. Na edição piloto, no ano passado, os 20 finalistas foram levados para uma semana de apresentações e encontros no Vale do Silício, nos Estados Unidos.
O empreendedor Rui Miadaira, que foi finalista na edição com o projeto do site de divulgação de vagas, cursos e produtos, para o segmento de beleza Carreira Beauty, na oportunidade teve contato com a aceleradora 500 Startups. “Fora todo o conhecimento do Vale do Silício, tivemos o contato com empreendedores, tanto os de sucesso, quanto aqueles que falharam”, comenta sobre a participação no programa de aceleração da empresa que durou cerca de cinco meses. O Carreira Beauty negocia agora sua primeira rodada de investimento, a ser utilizado para melhorias na plataforma, hoje com 150 mil acessos por mês, e aumentar a equipe de três para dez funcionários.
Para Miadaira, no entanto, o principal benefício da participação no InovAtiva Brasil não foi esta oportunidade de aporte financeiro, mas a validação da proposta do negócio que começou como uma solução de nicho, quando montou uma página na internet para buscar mão de obra para sua rede de spas urbanos em São Paulo, a Olimpia Spa. “O mais interessante foi perceber que a gente tinha uma oportunidade de negócio que não era pequena e que estávamos construindo um modelo rentável e escalável”, afirma lembrando que o segmento conta com 500 mil estabelecimentos e 5 milhões de profissionais registrados no País.