Quebra de paradigma

Danny Kabiljo nunca acreditou na máxima de que para uma pessoa ficar bonita é preciso sofrer, passar por intervenções cirúrgicas, fazer exercícios físicos chatos e desgastantes e sofrer fazendo depilação. Quando ele decidiu investir no ramo de estética, uma de suas preocupações foi procurar um negócio que mostrasse que beleza não é sinônimo de sofrimento.

Ao estudar o setor, Kabiljo percebeu que os indesejáveis pelos movimentavam um mercado de US$ 4 bilhões no Brasil com a venda de cremes depilatórios, ceras e procedimentos a laser, fazendo com que o País represente o oitavo maior mercado de depilação do mundo. Diante de tanta procura por uma pele lisa e sem pelos, o empresário não teve dúvidas em investir no ramo da depilação. Antes de abrir o próprio negócio, Kabiljo decidiu estudar os diferentes processos de depilação oferecidos no País.

O empresário observou que a forma mais popular realizada no Brasil é a feita com cera, mas costuma ser um processo doloroso e o resultado não dura mais do que 15 a 30 dias – isso obriga que o procedimento seja feito a vida inteira. Já a depilação feita com laser traz resultados mais duradouros, mas o investimento para realizar as sessões é alto e o procedimento de retirada dos pelos também é doloroso.

A ideia de Kabiljo foi então investir em um processo de depilação que promovesse os mesmos benefícios do laser, mas que fosse mais indolor e barato. Ele pesquisou procedimentos na Europa e conheceu o aparelho de luz pulsada intensa que emite feixes de luz e calor até a raiz dos pelos. Por esse processo é possível inibir o crescimento dos pelos de forma duradoura.

O procedimento é, segundo o empresário, mais indolor do que o realizado com laser porque é menos invasivo. “O aparelho de luz pulsada intensa permite que sejam aplicadas na pele ondas de luz de diferentes comprimentos – a aplicação pode ser ajustada de acordo com a sensibilidade de cada paciente. Já o laser tem comprimento de onda de luz constante que, muitas vezes, pode ir além das camadas de pele necessárias para fazer a depilação.”

Diante das vantagens da luz pulsada intensa e ao se tratar de um procedimento ainda pouco conhecido no País, Kabiljo não teve dúvidas. Deixou a carreira de engenheiro em segundo plano para se dedicar a montar uma empresa especializada em depilação com luz pulsada intensa. O empresário explica que no começo não foi fácil. Precisou de dinheiro de um investidor e um dos seus grandes desafios foi adaptar o negócio aos padrões exigidos pelos órgãos de saúde brasileiros. 

Um processo desgastante, mas que não fez Kabiljo se arrepender. Ele considera que dedicar um maior tempo para estruturar o negócio antes de abrir a primeira unidade fez com que a empresa crescesse mais rápido depois. Em 2009, ele lançou em São Paulo a rede D’pil, especializada em fotodepilação, já tendo em mente a ideia de expandir o negócio. Seis meses após a abertura, ele franqueou a D’pil. “Minha ideia sempre foi popularizar a fotodepilação e achei que o procedimento mais adequado para isso fosse através do sistema de franquias. Eu não teria condições de expandir a rede para todo o Brasil se não fosse através do franqueamento. Nossa média é de 30 novas unidades abertas por mês".

O negócio chamou a atenção de muitos investidores e em pouco mais de um ano de funcionamento a rede abriu 250 unidades em todo o País. O empresário explica que o rápido crescimento da rede está associado ao baixo custo para a abertura das unidades da D’pil e no retorno rápido do dinheiro investido – a média de payback do valor gasto é de 10 meses. O empresário explica que uma unidade da D’pil tem um faturamento bruto que gira em torno de R$ 24 mil a 30 mil e lucro líquido entre R$ 10 mil e 12 mil por mês.


A taxa de franquia de uma unidade de 35 metros quadrados é de R$ 80 mil e o franqueado recebe um kit completo para abrir a loja. No pacote estão incluídos a máquina de otodepilação, equipamentos e móveis para mobiliar a unidade, como cadeira e maca, 100 bisnagas do creme de alto teor de hidratação – que foi desenvolvido  xclusivamente pela marca para ser utilizado nas sessões –, materiais publicitários para fazer a divulgação do negócio e cartões de visita.

Outro diferencial da franquia é a facilidade de operação da unidade. Isso porque com apenas dois funcionários é possível administrar uma loja da D’pil de pequeno porte. Por esse modelo, um funcionário fica encarregado da recepção e o outro pelo manuseio do aparelho. O empresário explica que pela legislação brasileira não é necessário que o procedimento seja realizado por um médico, mas o profissional que vai aplicar a sessão de fotodermólise no cliente precisa receber treinamento. “Todos os funcionários que vão manusear o aparelho são treinados em São Paulo e fazem cursos de capacitação com uma médica dermatologista. Além disso, a rede oferece assessoria médica 24 horas por dia para dar suporte a toda a rede”, afirma o empresário.

O franqueado e os funcionários que forem trabalhar na recepção da unidade também são treinados pela rede. “A  recepcionista precisa fazer a capacitação. Ela vai atender o telefone e responder às perguntas de quem está interessado no processo. Por conta disso, precisa ser treinada para, por exemplo, saber explicar o que é a fotodepilação. Se a pessoa não responder a isso com segurança,  o cliente não terá confiança em realizar o tratamento.” Kabiljo explica que o processo de  depilação com luz pulsada intensa é feito em média de quatro a oito sessões.

O tratamento precisa ser realizado de forma contínua e o intervalo entre cada sessão não deve passar de 30 dias. O cliente não deve tomar sol duas semanas antes e após a aplicação da fotodermólise, e durante o tratamento o cliente não pode realizar qualquer outro tipo de depilação que arranque os pelos pela raiz. O resultado do tratamento depende de cada organismo, mas o empresário afirma que já na primeira aplicação é possível ver a diferença.

Cada sessão custa R$ 55 por área escolhida pelo cliente – pode ser rosto, braços, pernas, virilha, axilas e abdome. Um valor que, segundo Kabiljo, equivale ao processo de depilação com cera e é três vezes mais barato do que a quantia cobrada em tratamentos feitos com laser. O preço é único tanto para homens quanto para mulheres em qualquer uma das unidades da D’pil, e a franquia não trabalha com pacotes. “Não fechamos pacotes porque entendemos que cada organismo reage de uma forma diferente. Não tem por que cobrarmos oito sessões, por exemplo, de um cliente que em quatro aplicações já alcançou o resultado esperado.

Nós não queremos amarrar o cliente, ele tem que escolher fazer o procedimento com a D’pil porque gosta do atendimento e vê os resultados da depilação.” Além de procedimentos de depilação, as unidades da D’pil oferecem serviços de fotorrejuvenescimento e fototerapia para tratamento de manchas na pele. Kabiljo explica que esse procedimento precisa ser prescrito por um médico e que as sessões ajudam a atenuar rugas e linhas de expressão, lesões de pigmentação provocadas, por exemplo, por acne, e deixam a pele mais jovem e saudável.

Este ano, a D’pil vai ampliar os tratamentos oferecidos e passará também a vender produtos de beleza nas unidades. Além disso, já está prevista a expansão da rede em cidades de pequeno e médio portes no Brasil e a internacionalização da marca, com abertura de unidades no México, Argentina, Uruguai e em países da Europa. A expectativa de Kabiljo é de que a rede feche o ano de 2011 com mais de 1 mil unidades em atividade no Brasil e no exterior.

Franquia D´pil

Investimento: R$ 80 mil*

Incluso: equipamento de fotodepilação, mobiliário completo de recepção e sala de depilação, treinamento da equipe

Funcionários: um gerente e um técnico em depilação

Plano de expansão: cidades acima de 30 mil habitantes

* Investimento necessário para abrir uma unidade D’pil – formato 35 metros quadrados

D’pil: www.dpilbrasil.com.br

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