No ano de 2018 os brasileiros viram uma recuperação, ainda lenta, de nossa economia. Em maio, a greve dos caminhoneiros parou o país, afetando o desempenho da produção e do PIB.
Mas, apesar de ter travado o país, a greve não foi a única responsável pela lentidão na recuperação econômica. As incertezas externas provocadas pela guerra comercial entre Estados Unidos e China, o vaivém da saída do Reino Unido da União Europeia e a tensão do processo eleitoral no Brasil derrubaram ainda mais o resultado do PIB, que deve fechar o ano com crescimento de apenas 1,3%, quase metade do inicialmente estimado.
O mercado de câmbio também foi afetado por esses fatores internos e externos passando por fortes oscilações. A alta na taxa de juros nos Estados Unidos fez com que investidores com capital aplicado em países emergentes, como o Brasil, tenham preferido retirar recursos e investir em títulos do Tesouro americano. Com menos dólares no mercado, o preço da moeda subiu, fechando o ano cotada a R$3,876.
Os efeitos externos e internos também afetaram o principal índice do mercado de ações no Brasil, o Ibovespa. No acumulado, o ano foi positivo para a bolsa brasileira que valorizou 15,03%, aos 87.887 pontos, registrando o terceiro ano consecutivo de alta.
Com inflação mais baixa e economia em recuperação gradual, a taxa básica de juros, a Selic, chegou a 6,5%, seu menor nível histórico em 2018 justamente para estimular a retomada do consumo. Isto mexeu com a postura de grande parte dos investidores brasileiros, que acostumados com um patamar elevado de juros mantinham suas aplicações em modalidades conservadoras. O novo patamar dos juros fez com que grande parte passasse a buscar rentabilidades em ativos de maior risco. As projeções do mercado financeiro para a inflação, no entanto, foram certeiras. De acordo com o Boletim Focus, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), deve fechar o ano em 3,69%, abaixo da meta central estipulada pelo Banco Central para o ano.
Por fim, o ano de 2019 promete ser muito bom para a economia brasileira com a aprovação de reformas indispensáveis para o Brasil. Com isto, a projeção do Banco Central é que a economia acelere em 2019, com uma expansão em 2,4% do PIB.
Vivien Aucar de Tolla, especialista de investimentos e previdência da Unicred SC/PR