Apicultores que conseguiram referenciar o própolis vermelho para uso na área da saúde e cosmética; uma Cooperativa de Pescadores com forte atuação social – e econômica; uma loja de roupas do interior que inova no atendimento; novas e modernas práticas na produção de café especial; uma adega e restaurante com um cardápio despretensioso harmonizado com mais de 500 rótulos de vinhos, equipe capacitada, reuniões diárias e mensais, hora orgânica, controle de resíduos. Estes são alguns exemplos dos melhores pequenos e médios empreendedores de todo Brasil, que receberam, na manhã desta quarta-feira, em Brasília, o Prêmio de Competitividade para Micro e Pequenas Empresas.
Em sua 12 edição, o MPE recebeu 50.918 inscrições e escolheu as dez melhores práticas de gestão e qualidade em oito categorias e dois destaques: Indústria, Comércio, Serviços, Turismo, TI, Saúde, Educação, Agronegócio, Destaque de Boas Práticas de Responsabilidade Social e Destaque de Inovação. Promovido pelo Sebrae, Movimento Brasil Competitivo (MBC) e Gerdau, com o apoio técnico da Fundação Nacional da Qualidade, o MPE de 2015 recebeu 50.918 inscrições, 19,4% a mais do que no ano anterior.
O maior número foi de Comércio (49,7%), sendo que 51,8% de todos participantes são microempresas com faturamento de até R$ 360 mil por ano. O Prêmio seleciona as melhores práticas em oito categorias e dois destaques: Indústria, Comércio, Serviços, Turismo, TI, Saúde, Educação, Agronegócio, Destaque de Boas Práticas de Responsabilidade Social e Destaque de Inovação.
O MPE é equivalente ao Prêmio Nacional da Qualidade, direcionado a grandes empresas. Baseado na metodologia do Modelo de Eficiência da Gestão (MEG), é também uma iniciativa Fundação Nacional da Qualidade. Através da aplicação de um questionário, a fundação consegue fazer um raio X das empresas e avaliar as melhores práticas de gestão entre as pequenas. Conforme o superintendente Geral da Fundação Nacional da Qualidade, Jairo Martins da Silva, a qualidade requer a clareza de oito critérios principais: começa pela liderança, a necessidade de ouvir os clientes, qual o processo de produção, qual de vendas, a estratégia de mercado, engajamento de pessoas qualificadas e sistema de comunicação internos, o que geram os resultados das empresas.
“Os problemas das pequenas e grandes empresas não diferem tanto em natureza, talvez em magnitude. O que fizemos foi simplificar o questionário e as abordagens, tornando o material mais acessível e claro, sem tantos termos técnicos. Somos o único país que conseguiu transferir a metodologia de avaliação de grandes empresas para as pequenas. Em encontros anuais com instituições voltadas para a qualidade que diferem em diferentes países, somos referência. Apresentamos nosso caso no mais recente encontro, em Cingapura, e a África do Sul já está utilizando as normativas como referência. O modelo não é difícil nem engenhoso demais. E ele deixa toda a empresa mais compreensível para orientar suas decisões”, explica.
A Cooperativa dos Pescadores e Marisqueiros de Vera Cruz, da Bahia, foi a empresa com a melhor gestão de Boas Práticas de Responsabilidade Social do país. A condecoração se deve à programas de incentivo à educação, inclusão e cidadania, além do trabalho focado em produtos de qualidade capazes de aumentar a renda das famílias.
Já apicultores de Maceió, em Alagoas, transformaram a própolis vermelha em referência nutritiva e farmacêutica e assim conquistaram o destaque em Inovação para a Apícola Fernão Velho.
Entre os Estados, o Rio Grande do Sul e Minas Gerais foram mais representados, com duas empresas de cada origem. A Lycos Equipamentos, de Caxias do Sul (RS), e Loja Paty’s (RS), de Santa Clara do Sul, foram escolhidas como as empresas com as melhores práticas de gestão de todo país no setor que atuam – Indústria e Comércio, respectivamente.
A Lycos fabrica soluções que melhoram a ergonomia e produtividade de seus equipamentos hidráulicos para movimentar cargas e pessoas. Com certificação, participação em rodada de negócios, modelo de negócio fortalecido com gestão de custos e estoques para ter mais controle financeiro, trabalha no registro de patentes, enquanto promove a gestão dos colaboradores de maneira detalhada e inclusiva, além de se antecipar em licenças ambientais e construir um gerenciamento de resíduos.
Outra premiada, a loja Paty´s conquistou diferenciadas práticas de gestão num empreendimento tão comum como comércio de roupas. A proprietária Tatiani Hermann começou a ajudar nos negócios da família e por dez anos focou no aprimoramento das práticas empresariais. A loja hoje situada em Santa Clara do Sul, além de vender roupas, agrega consultoria em moda e imagem, atende de forma diferenciada o público masculino e feminino, promove capacitação e participação os lucros para as funcionárias, pratica coleta seletiva e participa de campanhas de roupas e agasalhos.
De Minas Gerais, duas empresas premiadas: a adega e restaurante Território do Vinho, em Campo Grande, no setor de Turismo, e o laboratório São Luiz, que mostrou inovações com produtos específicos para cada segmento de clientes, participação deles e uma intensa prática de valorização, interação e participação dos funcionários. Recebeu o troféu da categoria de TI.
Além de toda análise proporcionada pela participação e relatório, os vencedores participam de uma missão empresarial internacional nas áreas técnica e gestão, de mais rodadas de negócios e contam com o apoio dos parceiros do evento na busca por apoiadores.
Na visão de Jorge Gerdau Johannpeter, a eficiência da pequena empresa está no DNA da produtividade nacional. “A competitividade do nosso país passa, necessariamente, pela eficiência de geração e continuidade das MPEs. Estamos em um cenário internacional com dificuldades de toda natureza. Entendo e sei bem o quanto é difícil e o tempo que demanda a criação de uma cultura de produtividade na pequena empresa. Toda tecnologia e conhecimento que são necessários, e os vencedores já entenderam isso também”.
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