Sucesso na criação de marca de gin produzido com cana-de-açúcar

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A engenheira agrônoma Flávia Amorim, a coach e palestrante Jeane Resende e a empresária do ramo de consultoria financeira, Thaís Freitas, lançaram o Gin Trevo Raro 

De acordo com uma pesquisa da MindMiners, 57% das mulheres brasileiras consomem bebidas alcoólicas. E mais do que consumidoras, hoje elas querem ser donas de suas próprias marcas de bebidas. Hoje em dia existem diversas marcas de destilados que foram criadas por mulheres, algo que antigamente não era visto com frequência”, explica Leandro Dias, empreendedor e criador do curso Lucrando com Bebidas, que ensina como ter a própria marca de destilados sem precisar gastar muito nem ter uma destilaria. De cada 100 alunos do curso, 30 são mulheres, e a tendência é que esse número cresça cada vez mais, já que elas estão cada vez mais se destacando no setor com ideias ousadas e criativas.

Gin com cana de açúcar

A engenheira agrônoma Flávia Amorim e a empresária, coach e palestrante Jeane Resende moravam no interior de Minas Gerais, em Presidente Olégario, e eram amigas inseparáveis. Já a empresária do ramo de consultoria financeira, Thaís Freitas, é sobrinha de Jeane, e apesar de ser mais nova do que as duas, ela sempre dava um jeito de participar das rodas de bate papo das amigas. O tempo passou e Jeane e Thaís, que são paulistas, foram morar em Brasília, e Flávia continuou em Minas.

“Com a pandemia, nós sempre fazíamos vídeo chamadas para descontrair, colocar o papo em dia e beber”, explica Flávia. As reuniões eram sempre feitas com 10 amigas, e em um desses encontros virtuais, surgiu a ideia de criar uma cachaça que fosse a cara delas. Depois de um tempo, apenas cinco amigas estavam interessadas em levar o projeto para frente e passado um certo período, as únicas que estavam dispostas em tirar a cachaça do papel eram a Flávia, a Jeane e a Thaís.

“Decidimos então estudar mais sobre o setor e procurar por cursos online que ensinassem como criar uma marca de destilado do zero de forma prática e sem gastar muito”, ressalta Flávia. Foi então que elas encontraram em outubro de 2020 um curso com o sugestivo nome Lucrando com Bebidas e decidiram iniciar os estudos. A princípio, a ideia era criar uma cachaça, porém, depois do curso, elas resolveram apostar no Gin, pois descobriram que o destilado está em alta no país.

“Apesar de mudarmos nossa ideia inicial que era criar uma cachaça, nós não queríamos deixar de lado o DNA brasileiro, então decidimos criar o Gin com a mesma matéria prima da cachaça: a cana de açúcar”, diz Flávia. Geralmente os gins são produzidos com milho, mas as três amigas queriam um produto diferenciado no mercado e que fosse sofisticado e ao mesmo tempo tivesse a essência do Brasil. Surgiu assim o Gin Trevo Raro.

“Toda a produção da bebida é terceirizada, desde a embalagem até o próprio gin, que é produzido em um alambique em Itaverava (MG), então nós não tivemos que nos preocupar em comprar um alambique ou algo nesse sentido, pois hoje em dia é muito mais prático criar uma marca de bebida”, afirma Flávia. Por conta da praticidade, as amigas e sócias não precisaram abrir mão de seus respectivos trabalhos, ou seja, elas conseguem conciliar a nova rotina de empresárias do ramo de bebidas com suas outras profissões.

Inicialmente, a garrafa de 700ml pode ser adquirida no site oficial da marca por R$129,90, mas a ideia é ampliar a distribuição nos próximos meses. Estamos muito empolgadas com esse projeto, que começou com uma simples brincadeira e hoje se tornou um projeto que nos enche de orgulho, já que é uma bebida feita por três mulheres que amam desafios e com uma receita que é a cara do nosso país. Nossa expectativa é lançar outros produtos com a marca”, finaliza Flávia.

Segundo dados do Global Entrepreneurship Monitor (GEM) – um programa de pesquisa global sobre empreendedorismo – atualmente existem, no Brasil, mais de 24 milhões de mulheres empreendedoras. O número expressivo é o resultado de muita luta e persistência que começou há muito tempo e dura até hoje. Mas se foi uma tarefa árdua conquistar espaço no mundo dos negócios que, até então, era um setor predominantemente masculino, hoje elas também precisam enfrentar barreiras e preconceitos dependendo do setor que decidem investir, como é o caso do segmento de bebidas.

O empresário Leandro Dias reforça os dados da pesquisa. “Ações de sucesso como estas de Flavia, Jeane e Thais, com certeza vão abrir ainda mais as portas do mundo da bebida destilada para a mulher empreendedora”, afirma o empresário.

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