Com tecnologia e inovação, a Olsen produz e exporta equipamentos médicos e odontológicos para mais de 100 países, entre eles os Estados Unidos
Há mais de 40 anos consolidada no mercado nacional, a Olsen é fabricante de equipamentos odontológicos sediada em Palhoça (SC) e deve dobrar os números de exportação até o final do ano, reforçando a presença em mais de 100 países. Em agosto, a empresa comemorou os 43 anos de fundação com um ato festivo e anunciou o início de uma trajetória renovada, com a construção da nova sede fabril, prevista para estar pronta em 2023. A obra, a cargo da I-BR Engenharia, deve ampliar substancialmente a capacidade de produção e contará com uma área de 25 mil metros quadrados, erguida junto ao Distrito Industrial de Palhoça, sendo 15 mil metros de área construída. De acordo com Cesar Augusto Olsen, CEO e fundador da empresa, o projeto idealizado no conceito de indústria 4.0 vai propiciar o aumento da produção em quase 90%, passando dos atuais 800 equipamentos para 1500 equipamentos fabricados por mês.
O novo passo da indústria coroa um trabalho iniciado por Cesar Olsen no dia 4 de agosto de 1978, quando decidiu aliar todo o know-how adquirido como técnico de consultórios odontológicos, junto a suas ideias diferenciadas e doses de coragem e ousadia, para a criação de uma indústria genuinamente brasileira. Assim nasceu a Olsen, dentro do emergente universo odontológico brasileiro. Na década de 90, ciente de sua expertise industrial, a Olsen lançou a linha médica, amparada nos mesmos conceitos que já haviam a consagrado na Odontologia: qualidade, durabilidade e inovação, amparados por um valioso sentimento de cultura, identificação e perpetuação de valores que são disseminados na fábrica e retratados em todos os produtos.
Efeitos da pandemia – Como todas as empresas nacionais, a Olsen também sentiu de perto os efeitos da pandemia, e passou por momentos de retração da produção, especialmente durante dois meses. Mas com a volta das permissões para atendimentos presenciais, a indústria ampliou sua estratégia de estar presente em boa parte dos grandes centros brasileiros, como em Teresina (PI), onde mais de 3 mil profissionais de Odontologia exercem a atividade. O foco comercial nesta praça é o atendimento aos segmentos de equipamentos novos para o contingente de alunos recém-formados ou nas últimas fases de cursos de Odontologia locais, o mercado de trocas, as faculdades e escolas de pós-graduação de Odontologia. Para Cesar Olsen, a crise sanitária trouxe prejuízos, mas a indústria soube se adaptar rapidamente aos novos tempos. “O mundo mudou, não há dúvida, em linhas de raciocínio, formas de atendimento, e nós também fazemos parte dessa nova visão de mercado”, avalia o industrial catarinense. Nesse sentido, a forma de atuar da Olsen segue a cartilha vencedora de seu comandante: “Não fazemos como todo mundo faz ou como a academia ensina, nós contrariamos tudo isso, tanto que somos uma empresa totalmente verticalizada que vai do projeto a produção e distribuição do produto, inclusive de grandes pedidos, onde dispensamos até transportadoras, são os nossos caminhões que transportam”, ensina.
“Nossos equipamentos são modernos, inovadores, duráveis e de custo de manutenção muito baixo. Estas qualidades foram alcançadas por uma equipe competente e dedicada”, Cesar Augusto Olsen
Novos mercados – Assim a Olsen vai conquistando novos mercados mesmo em tempos turbulentos. De acordo com o diretor comercial Cleber Adir, a expansão busca colocar a estrutura da marca Olsen mais perto de seu consumidor final em vários nichos de mercado, tanto em venda como em pós-venda. No momento estão em fase final de preparativos para abertura mais duas filiais próprias da Olsen, a segunda filial de fábrica em São Paulo, na cidade de Ribeirão Preto e também a segunda filial no Rio de Janeiro. A Olsen já tem filiais próprias de fábrica nos estados do Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais e Bahia.
No mercado internacional, uma das novas freguesas ilustres da Olsen é a Faculdade de Odontologia de Porto, em Portugal, que desde o ano passado conta com doze consultórios odontológicos da consagrada linha Infinity. Na ocasião, os testes e a instalação dos equipamentos foram realizados por Willians Santos, inspetor técnico da Indústria e acompanhada pelos diretores da unidade Clínica da instituição portuguesa, Carlo Trivoli, professor Gilberto Branco e a coordenadora Susana Oliveira, além do apoio técnico local. Mas Portugal não foi o único país a escolher a linha Infinity para compor os consultórios das escolas e clínicas. Iraque e Rússia também são parceiros e optam por importar o que há de melhor de equipamentos odontológicos brasileiros. A rápida recuperação da indústria catarinense no promissor mercado de saúde também está levando a Olsen a fincar bandeiras em um dos maiores mercados do mundo, o norte-americano, onde já está presente com seus produtos e planeja para um futuro não muito distante a criação de uma fábrica própria. Para isso, os equipamentos da Olsen já têm a certificação FDA para o mercado norte-americano, uma das mais exigentes, bem como a da CE – Comunidade Europeia, e também o selo Nato Otan, que habilita a empresa a comercializar seus equipamentos para todos os países deste tratado. A linha médica já está certificada com o selo FDA e no segmento odontológico a certificação está com processos em finalização para as famílias Infinity, Logic e Quality.
Razões do sucesso – De acordo com a vice-presidente Elisa Olsen, o produto desenvolvido pela empresa é o grande diferencial e avalista do sucesso obtido até agora em mais de quatro décadas. “Buscamos sempre reforçar a política de qualidade que estabelecemos, de desenvolver, produzir e comercializar soluções em equipamentos médicos e odontológicos, com foco na melhoria contínua dos processos do sistema de gestão da qualidade, no atendimento aos requisitos legais e na maximização dos resultados”, observa ela. O sucesso da Olsen não guarda nenhum mistério, garante o CEO, mas uma cultura fortemente identificada com a qualidade de produzir e comercializar equipamentos médicos e odontológicos. Foi assim que a linha Infinity reuniu diferenciais que permitiram aprovações como o Certificado de Qualidade da Comunidade Europeia (CE), Versão atualizada das normas norte-americanas FDA, além de ANVISA e ISOs, selos de qualidade reconhecidos em todo o mundo.
Para ganhar mercado, sustenta Olsen, é preciso conferir valor à marca e fazer com que ela cresça. “Para isso há de se agregar qualidade ao produto. O cliente tem que receber tudo aquilo que ele espera, e a marca por sua vez não pode ser afetada pela não solicitação dos anseios do cliente, seja na hora da compra ou na prestação de serviços”, reforça Cesar Olsen, priorizando a qualidade em duas vertentes essenciais: Produto e Atendimento. Assim como grandes players do mercado nacional, a empresa também sentiu o impacto do chamado “efeito China”, quando viu reduzirem-se drasticamente os níveis de exportação, que antes correspondiam até a 60% de tudo o que era produzido. Isso implicou uma reavaliação dos mercados externo e interno e a volta gradual de um crescimento consolidado. “Hoje temos mais clara a percepção de que nossa qualidade é um diferencial. E aqui na Olsen tudo é padrão exportação, o que serve para o mercado externo serve para o mercado interno. No mercado internacional, a reação já veio graças também às novas visões que viemos cultivando. Hoje estamos perto de alcançar 26% em exportações até o final do ano, com o agregado de valor e com a disparidade do dólar”, define Cesar Olsen. “Eu costumo dizer pro meu pessoal que eu quero ver a Olsen mandando ver na exportação com o dólar a dois por um, porque pra mais de cinco reais é até covardia”, brinca o industrial.
Olsen em números
Fábrica sede: Palhoça (SC)
Produção atual: 800 equipamentos médicos e odontológicos/mês
Nova fábrica em Palhoça: 25 000 m2 e 15 mil de área construída
Presença internacional em + de 100 países
Produção prevista com a nova fábrica, a partir de 2023: 1500 equipamentos/mês