Florianópolis, a capital de Santa Catarina, é hoje um perfeito laboratório de análise do presente e do futuro de uma cidade que poderá servir de exemplo para cada cidade brasileira em busca de um desenvolvimento econômico e social sustentável , que assegure qualidade de vida para todos seus moradores.
A ilha catarinense abriga hoje mais de 2 mil empresas de base tecnológica, muitas delas líderes no Brasil e algumas já avançando por diferentes países do mundo, a exemplo da Softplan, Neoway e Audaces, entre outras. As empresas de base tecnológica são hoje as que mais empregam mão de obra em Florianópolis e já representam 12% do PIB, de tudo que é produzido na cidade, superando as receitas geradas pelo tradicional mercado do turismo.
Só pelo fato de gerar empregos e renda na cidade, se reconhece a importância das empresas de base tecnológica para Florianópolis. Mas a tecnologia e a inovação podem fazer muito mais, principalmente se conectar com a cultura sustentável, com o meio ambiente, com as tradições e as vocações econômicas de cada região.
Ainda sobre Florianópolis, nota-se que a cidade tem sérios problemas de mobilidade urbana, constantes congestionamentos de carros em diferentes ruas. Sem dúvida, boa parte das soluções para esse grave problema está na tecnologia. O Uber, um bom exemplo mundial, que é um aplicativo de base tecnológica, vem reduzindo a cada dia mais as saídas dos carros da garagem, diminuindo o fluxo de veículos no trânsito. Em São Paulo essa mudança já é bem perceptível em função do Uber.
No maior centro de tecnologia de Florianópolis, o Sapiens Parque, localizado numa área de 4,5 milhões de metros quadrados, entre Canasvieiras e Jurerê, onde até 2025 vai abrigar mais de 100 empresas de referência nacional e internacional e gerar 10 mil empregos diretos, já é aplicada uma solução tecnológica para evitar o congestionamento de veículos no local: o transporte solidário. Através de um aplicativo , as pessoas que trabalham nas diferentes empresas do Sapiens Parque podem compartilhar carona até o trabalho.
Não apenas na mobilidade urbana a tecnologia pode e deve estar ligada com as cidades. Hoje 84,72% dos brasileiros ocupam áreas urbanas, segundo a última Pesquisa Nacional por Amostras de Domicílios (PNAD/2015). Sem dúvida, na maioria das cidades o crescimento econômico e social está sendo desordenado, caótico mesmo.
Quais cidades brasileiras sabem o número de crianças matriculadas e as que estão sem escolas? Por que numa determinada região acontece um número maior de acidentes? Quantas pessoas utilizam o transporte coletivo e carros particulares? Qual a origem do maior número de óbitos? Esses são exemplos de perguntas que a tecnologia tem respostas e pode indicar e mesmo realizar as melhores soluções.
Por isso, é da máxima importância a conexão da tecnologia com as cidades para criar soluções inovadoras, criativas, para resolver os graves problemas de urbanismo, transporte, educação e sustentabilidade, para atingir o grande objetivo de proporcionar qualidade de vida a todos.