Juntar as pontas entre hospitais e pacientes foi a solução encontrada pela startup Vidia
Menos de um quarto da população brasileira possui plano de saúde. Se você é um dos mais de 160 milhões de pessoas que não possuem cobertura, como você realiza uma cirurgia? Ao notar esse problema, dois empreendedores da área de tecnologia, Thiago Bonini e Eduardo Cerqueira foram pesquisar o mercado e viram que os hospitais privados possuem 60% de capacidade ociosa em seus centros cirúrgicos. “Pensamos numa solução que poderia conectar essas duas pontas”, conta Bonini, CEO da empresa.
A startup Vidia foi criada exatamente quando a pandemia chegou ao Brasil. O problema da falta de acesso a cirurgias já era grande e se tornou ainda maior, porque o Sistema Único de Saúde (SUS) adiou a realização de 1,5 milhão de cirurgias eletivas. E, assim, a oportunidade de resolver esse problema se tornou ainda maior. “Nossa plataforma busca resolver um problema crônico do sistema de saúde no Brasil e por ser um modelo de negócios que não existia previamente, temos um oceano azul pela frente com o desafio de contar para os milhões de brasileiros que precisam realizar uma cirurgia que existe uma saída, que eles podem cuidar da saúde sem precisar esperar em uma fila por meses ou anos”, explica Bonini.
A pandemia agravou essa situação, mas mesmo antes dela quem não possui plano de saúde já sofria com as esperas e burocracia do sistema, portanto uma alternativa já se fazia necessária há muito tempo. No entanto, o cenário diante de um vírus desconhecido também gerou desafios. “Por um lado, muitas pessoas ficaram represadas na fila do SUS. Por outro, mesmo tendo a possibilidade de realizar cirurgia particular, em condições acessíveis, parte dos nossos clientes simplesmente preferiram não ingressar em ambientes hospitalares neste momento. Felizmente, os protocolos observados pelos nossos parceiros foram capazes de afastar os riscos de contágio e, com isso, temos conseguido cumprir nosso propósito, ajudando até agora mais de uma centena de pessoas e suas famílias”, esclarece ele.
Outro obstáculo foi em relação às pessoas. Startups são organizações mais frágeis inicialmente, pois não possuem receita, mercado definido, vantagens competitivas. O que as fortalece são o propósito e a cultura. Bonini conta que “formar cultura em um ambiente de trabalho remoto é super desafiador. Nós fizemos 100% das nossas contratações de maneira remota e boa parte do time até hoje não se conheceu pessoalmente. Desde o início, tivemos que ser super disciplinados para criar as formas de conexão e formação de cultura, ainda que de maneira digital”.
O que vai ficar
Comemoramos recentemente a marca de 100 cirurgias realizadas nos primeiros meses de atuação e nos orgulhamos muito por ter contribuído para dar acesso a saúde para estes brasileiros que estavam buscando por alternativas para resolverem seus problemas de forma rápida e acessível. “Recebemos diariamente pessoas buscando por procedimentos, hoje esse número já passa de três mil pessoas”, diz o CEO, acreditando que a solução tecnológica veio para ficar.
Sobre a Vidia – A Vidia é uma plataforma digital que conecta hospitais particulares com pacientes que necessitam de cirurgias eletivas mas não possuem um plano de saúde. Seu propósito é dar acesso à saúde de qualidade de forma simples, rápida e sem burocracia. A plataforma é inovadora e contribui para a sustentabilidade do sistema de saúde, possibilitando que a capacidade ociosa do sistema privado seja usada em prol de quem precisa. Fundada em 2020, a Vidia foi acelerada pela Eretz.Bio, do Hospital Albert Einstein, e foi a mais jovem entre as 12 participantes do programa Scale-Up Endeavor Healthtech. www.souvidia.com