O crescimento digital é uma realidade no Brasil e no mundo. Relatório digital da We Are Social e da Hootsuite revela que, atualmente, existem 140 milhões de usuários nas mídias sociais no país, um aumento de 7,7% em relação ao ano passado. Mais do que isso, somos o 3º país que mais passa tempo na internet em dispositivos móveis, atrás apenas da Tailândia e das Filipinas.
Muito desse tempo se dá por conta das possibilidades do mundo cibernético, que nos proporciona formatos como YouTube, IGTV e Podcasts. Mas, se por um lado, a vastidão de conteúdo facilita qualquer tipo de entretenimento ou aprendizado, também dificulta uma pessoa ou marca de ser notada por potenciais consumidores do seu trabalho. É pensando nisso que o professor de oratória Yang Mendes dá dicas de como se portar em cada uma dessas mídias, e assim se tornar ainda mais interessante para o público.
“Hoje existem muitas maneiras de nos posicionarmos enquanto profissionais, o que acaba gerando uma enorme concorrência, pois todos tem acesso às mídias e querem se expressar através delas. Para se destacar, é preciso buscar aperfeiçoamento sempre, independentemente da plataforma que esteja sendo utilizada”, orienta o professor.
YouTube
Com mais de 2 bilhões de usuários ativos, o que equivale à metade da internet, o YouTube é consumido por 95% da população brasileira, segundo o próprio Relatório do YouTube Insights. Embora contenha todo tipo de conteúdo, a tendência para vídeos feitos nessa plataforma é se manter leve e descontraído.
“O que costuma despontar no YouTube são vídeos autênticos e informais. É preciso ter uma certa dinâmica e espontaneidade na apresentação para atrair o público, afinal, é um espaço com muita competição”, informa Yang, diretor da Eloquence Escola de Oratória.
Entre as dicas do que não fazer no YouTube, o profissional ressalta “não discutir sobre temas polêmicos se não tiver muito embasamento no assunto, e nunca negligenciar a qualidade do áudio. Muitos Youtubers focam em ter um visual bonito, mas não se preocupam tanto em ter um som alto e claro”, explica.
Podcast
Estilo muito popular nos Estados Unidos, o Podcast está em período de ascensão no Brasil. Segundo a Associação Brasileira de Podcasters (ABPod), atualmente existem 2 mil programas no país, sendo que 40% da população diz ter ouvido um podcast pelo menos uma vez na vida.
“O Podcast é uma mídia mais conteudista. Quem o consome, quer uma noção mais profunda do tema em questão e não vê problema em ouvir algo mais longo, pois é um elemento que a pessoa acrescenta na rotina. Pode-se ouvir um programa enquanto dirige, lava a louça ou pratica alguma atividade física”, revela o professor.
Por se tratar de um formato com apenas áudio, o Podcast se torna muito prático. Em contrapartida, a falta de elementos visuais faz com que outros itens precisem ser feitos para manter a atenção do público. Para Yang, esses recursos seriam “recursos sonoros, como vinhetas, quadros específicos, e bate-papos com especialistas do tema, para que não fique uma única pessoa falando”.
“Do ponto de vista da oratória, o Podcast é muito focado na voz, então é preciso se preocupar bastante com a qualidade da dicção, o ritmo da fala, das pausas, e claro, evitar cacoetes”, completa o professor.
IGTV
O IGTV é o caçula entre os citados, tendo sido lançado em junho de 2018 pelo Instagram. Contudo, a ferramenta não fica para trás, uma vez que faz parte de uma mídia social com mais de 50 milhões de usuários no Brasil.
“Por ser uma mídia muito nova, o IGTV ainda está se desenvolvendo, mas o que é perceptível nele é o caráter de aprofundamento nos temas. Enquanto vídeos no feed só podem ter um minuto, o IGTV permite vídeos mais longos, o que proporciona ao criador de conteúdo um melhor desenvolvimento de suas ideias”, reflete Yang.
Por ser um recurso audiovisual, como o YouTube, o IGTV necessita de alguns cuidados semelhantes. “Diferente do podcast, os vídeos precisam se preocupar com iluminação, postura, gesticulação, olhar, sorriso, expressões faciais e vestimenta, de modo que a imagem como um todo seja harmônica”, finaliza o professor.