Ele “abrasileirou” o clássico frango frito e quer alcançar R$ 1 bilhão de faturamento

A rede começou na churrasqueira de casa com investimento de R$ 5 mil. Hoje conta com 100 pontos de venda, espalhados por 17 estados do Brasi e faturou no ano passado R$ 115 milhões 

 

 

O frango frito é um dos fast foods mais populares nos Estados Unidos. Essa paixão nasceu em 1930, após a fundação do Kentucky Fried Chicken, uma rede de restaurantes fundada no Kentucky, na região sudeste dos EUA. Com isso, não demorou muito para a iguaria começar a fazer parte da cultura de outros países. O Brasil é um bom exemplo, onde um dos grandes protagonistas neste cenário é o Grupo Frango no Pote (FNP) que tem ganhado cada vez mais destaque, apostando em uma versão ‘’abrasileirada’’ da proteína.

O Frango no Pote é hoje uma das referências em frango frito no país, sucesso em 17 estados. A rede de franquias fechou o ano de 2024 com faturamento de R$115 milhões e já planeja para os próximos 5 anos chegarem a 400 lojas, com faturamento de R$ 1BI. Mas o caminho foi longo para chegar até aqui.

 

O ESTALO

A rede é comandada hoje pelo CEO Carlos Jr ( foto em destaque), mas tudo começou com o seu pai, Carlão que é formado em pedagogia e sempre trabalhou em escola, mas a família sempre teve uma veia empreendedora.  Em 2011 o avô materno faleceu e deixou R$ 80 mil reais na poupança para a mãe dele, que era filha mais nova. Com esse dinheiro, realizaram o sonho de viajar para os Estados Unidos, para passar o ano novo na Disney.

Lá conheceram o frango frito, e Carlão teve o estalo de que não tinha nada parecido em Brasília. Foi quando decidiu montar um negócio na churrasqueira de casa. Investiu cerca de 5 mil reais em três fritadeiras e um freezer.  Comprou vários baldes de paçoca e adesivou, na época, com a logo de uma galinha. Fez o tempero, criou um empanamento especial e começou a divulgar no Orkut. Começou a dar muito certo:  as pessoas ligavam e o motoboy próprio entregava, chegando a faturar R$ 20 mil em casa em três meses.

Carlos continuou trabalhando na escola por um período e com dois ou três meses de negócio, perceberam que estava insustentável ficar com a operação em casa, por conta do fluxo de motoboy no condomínio, em Arniqueiras. Foi então que decidiram investir R$ 90 mil reais para revitalizar uma loja em frente ao condomínio para montar o restaurante com delivery + salão. O dinheiro veio uma parte de economias e outra de empréstimo. A primeira loja faturou R$ 90 mil mês.
“Nesse momento, meu pai ainda estava trabalhando na escola de dia e a noite na loja. Quando a marca atingiu 8 unidades próprias, ele largou a pedagogia e passou a focar 100% nos negócios. Eu seguia a veia empreendedora na escola, na época eu vendia cookies para os alunos e já contava até com parcerias: um amigo em cada sala me ajudava a vender, e ganhavam comissão se batessem a meta de venda do total de cookies estabelecidos. Conseguia tirar uns R$ 500 reais por mês” – lembra Carlos Jr.

 

PRIMEIRA UNIDADE

Em 2012, com a primeira unidade, muitas pessoas já estavam demonstrando interesse em abrir uma franquia do Frango no Pote. Logo em seguida, a segunda unidade, em Águas Claras, foi inaugurada com investimento de R$ 150 mil. “Com essa segunda unidade as coisas começaram a mudar. Um cliente chegou na loja querendo abrir uma franquia e levou uma apresentação em power point com um estudo dizendo que daria muito certo. Meu pai que não acreditava muito, resolveu chamar o cliente para ser sócio e formatarem um modelo de franquia, com isso, abriram a terceira unidade que já foi franquia, no JK Shopping em 2014.

Em 2017, com 16 anos, Carlos Jr que sempre gostou muito de gastronomia, fez vestibular para a faculdade e passou, com isso, conseguiu acelerar os estudos e a trabalhar no Frango no Pote “Comecei como despachador de delivery, caixa e outras funções.  Comecei a perceber que as lojas não seguiam um padrão e com isso passei a formatar o setor de operações do Frango no Pote, ficha técnica e até mudança de produto” explica.

Em 2018, se formou em gastronomia com 18 anos e decidiu que queria viver o sonho americano e tentar ser chef de cozinha. Chegando nos EUA, trabalhou de jardineiro, uber, cozinheiro, tudo para não pedir ajuda para o seu pai e ter a sua independência financeira. Quando voltou dos EUA, O Frango no Pote já contava com 16 lojas. “Foi uma época instável economicamente, então a marca estava sem crescer. Só voltei dos EUA, porque o meu pai ligou dizendo que os sócios estavam saindo e apostavam que os negócios quebrariam. Voltei com o objetivo de aplicar tudo que aprendi nos lá fora com operação, delivery e aplicar no Frango no Pote. Conseguimos fechar o ano de 2018 com 18 lojas e em 2019 crescemos 93% só com delivery e fechamos com 20 lojas. Vou quando meu pai me nomeou como CEO da marca” – afirma Carlos Jr.

Em 2020, a chegada da pandemia da Covid-19 fez com que todos ficassem receosos com o futuro dos negócios, ainda mais no ramo do fast food. Com isso, a marca, que já tinha uma parceria com o Ifood começou a fazer todo protocolo e a melhorar o processo de delivery. O Frango no Pote continuou crescendo em faturamento e mesmo durante a pandemia teve uma expansão acelerada, estourando nacionalmente.  “A gente fez toda uma estratégia de expansão acelerada, crescemos bastante e saímos de 20 unidades para 60, triplicamos o número e o tamanho da marca em 2020”. Explica o CEO.

Em 2025 a marca volta a crescer com força total: com uma trajetória de crescimento sustentável, a marca projeta faturar R$196 milhões. Entras as principais iniciativas, a expansão regional, com abertura de 30 novos pontos de venda no centro-oeste até dezembro, consolidando a liderança regional, e implantação do primeiro drive-thru da região no segmento.

 

O FUTURO

Para os próximos 5 anos, o planejamento para o faturamento anual é de R$ 1 bilhão com base em expansão e aumento do ticket médio, além do crescimento do número de lojas de 100 unidades em 2025 para 400 em 2030. “Estamos redesenhando nossa história para oferecer mais do que refeições. Queremos criar experiências que inspirem orgulho em ser brasileiro, sempre com inovação, acessibilidade e compromisso com a sustentabilidade. Estamos nos preparando para liderar o segmento de fast food no Brasil e criar um legado que celebre a cultura e a brasilidade em cada refeição’’ – conta Carlos Jr.

 

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