O setor de franchising é um dos mais expressivos da economia brasileira, sendo que, somente no ano passado, o segmento movimentou R$ 115 bilhões. Esse cenário promissor vem abrindo portas para as redes também no mercado internacional, que se mostra receptivo às franquias brasileiras. Segundo dados da Associação Brasileira de Franchising (ABF), cerca de 4,8% das marcas nacionais operam também no exterior.
A internacionalização de franquias vem ganhando cada vez mais força no Brasil. Segundo Wagner Lopes D’ Almeida, diretor da Global Franchise Latin America, braço em Miami de uma das principais consultorias de franchising do Brasil, investir em outros países aumenta a valorização e a capacidade de atendimento da marca.
“Investir no mercado internacional é uma ótima opção para as redes que desejam explorar novos mercados, pois a marca e seus conceitos são elevados a nível mundial. Outro fator extremamente positivo é que o negócio passa a gerar receitas em moeda estrangeira, além de criar uma escala de consumo em proporções bem mais elevadas do que a do mercado brasileiro”, explica D’Almeida.
Apesar de promissora, a internacionalização de uma marca precisa levar em conta alguns fatores, como o planejamento e a execução da expansão, a identificação de um parceiro adequado e, principalmente, a adequação do modelo de negócio à cultura local.
Para estimular a migração das marcas brasileiras para o exterior, a ABF e a Agência Brasileira de Promoção de Exportação e Investimentos (APEX) contam com um projeto que oferece apoio em todas as etapas de internacionalização. Além disso, os empreendedores brasileiros podem buscar apoio de consultorias especializadas, como a Global Franchise que, atenta ao potencial desse mercado, mantém dois escritórios nos Estados Unidos, onde oferece uma assessoria exclusiva para as franqueadoras nacionais que desejam ingressar neste mercado.Além disso, possui uma rede com 22 parceiros em diversos países, promovendo assim, uma forma de expansão mundial.
Desde 2000, muitas empresas brasileiras se lançaram em outros países e obtiveram muito sucesso. Atualmente, a consultoria está cuidando da internacionalização de marcas nacionais já consagradas, como o DNA Natural, o Açay e a Pão To Go. “Essas redes já estão tendo bons índices de performance no Brasil e buscam agora o crescimento em novos mercados, principalmente o norte-americano. Após analisarmos as opções, concluímos que a Flórida era o melhor lugar para iniciar esse processo. Afinal, é o estado que mais cresce naquele país, possui uma economia muito vigorosa, impulsionada principalmente pelo turismo e tem um grande número de latinos que se identificam com a cultura e os costumes brasileiros”, afirma D’ Almeida.
Para conseguir êxito na implantação dessas redes, é muito importante que o conceito seja adaptado à cultura de cada país. De acordo com D’Almeida, essa adequação é fundamental para o sucesso do negócio. “Ao entrar em um estabelecimento, seja para comprar um item ou até mesmo para comer, o americano sempre busca algo que faça parte da sua cultura, algo com que ele se identifique, que seja um referencial. As marcas brasileiras que querem ganhar esse público precisa investir nessa adequação. No caso de uma franquia de alimentação, por exemplo, uma saída para atrair esse público é incluir no cardápio produtos tipicamente americanos”, comenta.
