A pouca fluência do brasileiro em uma segunda língua (apenas 3% da população brasileira possui fluência em uma língua que não o português, segundo uma pesquisa do site de busca de empregos Catho) somados ao expressivo potencial do segmento que fatura mais de R$ 35 bilhões anuais no país, representam uma excelente oportunidade de mercado a ser aproveitada por investidores que se interessam pelo setor.
Ainda de acordo com o estudo da Catho, o domínio do inglês entre os brasileiros é tão baixo que o país ocupa apenas a 41ª colocação em um ranking de proficiência na língua inglesa que conta com 70 países. Em geral, também segundo o levantamento da plataforma, profissionais bilíngues (especialmente aqueles que têm o inglês como segunda língua) são entre 30% a 50% melhor remunerados e também desfrutam de mais flexibilidade em suas carreiras.
No congresso da Associação Brasileira de Equity e Ventury Capital foi discutido amplamente o tema “a crise pode ter abalado parte do setor de educação, mas as oportunidades ainda são abundantes”. Foi o que defenderam profissionais de fundos de investimento no Congresso ABVCAP 2017, em São Paulo. Os campos mais discutidos (e promissores) foram a educação à distância (EaD) e o ensino de idiomas. Beatriz Amary, diretora da gestora britânica Actis, foi uma das defensoras de que há espaço para investir no setor de educação. “É um segmento que ainda tem muito crescimento orgânico para acontecer. Eu acredito que crescimento orgânico ainda existe, ganhando participação de mercado. E você está investindo também em capital humano, no futuro do país.”
O DENTISTA
André Belz, de uma família de dentistas, já estava certo de que seguiria a mesma profissão. Chegou a se formar na faculdade de Odontologia, mas um intercâmbio nos Estados Unidos fez o dentista mudar completamente sua trajetória profissional, se tornando o primeiro franqueado da Rockfeller e, posteriormente, sócio da rede.
A ENGENHEIRA
Renata Morais também seguiu os passos do pai, decidindo pela engenharia. No penúltimo ano da graduação, percebeu que não era o que queria para sua vida. O pai resolveu ajudar. Arrendou uma unidade de uma franquia de curso de idiomas para a filha tocar, já que ela havia feito dois intercâmbios e falava inglês fluentemente. Infelizmente, a marca encerrou as atividades de todas as suas unidades dois anos depois. Mas isso não inibiu a empresária, que decidiu abrir a sua própria escola de idiomas.
Em 2004, abriu a Rockfeller Language Center, em São José, na grande Florianópolis (SC). A marca virou franquia em 2008, tendo o ex-dentista, André Belz, como o primeiro franqueado, que se tornou sócio da rede.
A ROCKFELLER
Hoje, a rede tem 39 unidades e em torno de 468 colaboradores, incluindo franqueadora e franquias. Cada unidade tem a média de 12 funcionários. No ano passado, o faturamento de toda a rede atingiu quase R$ 29 milhões, e a previsão para 2018 é chegar a R$ 31 milhões.
Para abrir uma unidade da rede, o investimento varia de R$ 95 mil a R$ 400 mil, dependendo da cidade e do porte da escola. Os valores englobam taxa de franquia, montagem e capital de giro.
A ABF aponta ainda que o mercado de Educação, Idiomas e Treinamentos é o que mais cresce:
1. Educação, Idiomas & Treinamentos – 15%
2. Alimentação – 14%
3. Beleza & Estética – 14%
4. Vestuário – 12%
5. Informática & Eletrônicos – 11%
6. Cosméticos & Perfumaria – 10%
7. Casa & Construção – 10%
8. Lavanderia & Limpeza – 9%
9. Hotelaria & Turismo – 8%
10. Microfranquias – 4,3%