Mãe empreendedora passa o comando de marca de sorvetes ao filho, que transforma em franquia e fatura R$ 35 milhões

Em uma noite de outono de 1990, em Maringá, interior do Paraná, a então balconista Adriana Ramalho, quase deu a luz dentro da sorveteria em que trabalhava. Embora o susto tenha sido grande, a experiência foi quase uma profecia para o filho, Thiago Ramalho, que no futuro viria a se tornar diretor da Gela Boca. Juntos, a mãe, o filho e o pai comandam uma rede de franquias de sorvetes com mais de 60 unidades em dois estados brasileiros e um faturamento de R$ 35 milhões ao ano.

Do balcão ao carro da sorveteria, Adriana fez de tudo para transformar o negócio no que ele é hoje. A Gela Boca emprega mais de 130 pessoas e tem uma linha completa de sobremesas que vão dos picolés mais simples, que chegam a custar R$ 1,00, a sobremesas com valor médio de R$ 30.

“O começo do negócio foi emblemático. Vivíamos em cima da sorveteria e quando ela funcionava meu esposo tomava conta da produção e eu da venda para os clientes atrás do balcão. Thiago, filho mais velho, nasceu dentro deste contexto e aos dez anos de idade nos convenceu que deveria ficar no caixa. Isso nos ajudou bastante, pois abriu espaço para que eu ficasse responsável pelas vendas com uma Fiorino cheia de sorvetes”, relembra Adriana.

A bagagem comercial passada quase que de maneira instintiva pela mãe ao filho foi fundamental para que o negócio decolasse. Nas mãos de Thiago, que hoje tem 29 anos, a empresa aderiu ao projeto de franquias e bateu a marca de 50 unidades, com direito a criação de uma fábrica própria de mais de 8,5 mil me uma produção de mais de 180 mil litros de sorvete/mês.

“Minha mãe sempre foi um exemplo de superação e determinação para mim. Naquela época não tinha uma fonte didática que passasse conhecimentos sobre empreendedorismo como matéria, o que havia era o exemplo de persistência e otimismo passado pela minha mãe. Seja trabalhando em dois empregos ou nos ensinando sobre a loja, no fundo, o que ela sempre quis é dar um futuro melhor para seus filhos, e com isso nos ensinou a jamais desistir daquilo que acreditamos”, comenta Thiago Ramalho, atual diretor da Gela Boca.

Após implementar a franquia, Thiago modernizou também o formato de suas unidades, incluindo além do modelo para rua uma estrutura mais adequada para shopping center.

“A Gela Boca sempre foi uma empresa voltada para a família. Nos momentos de lazer, os pais levavam os filhos para passear na praça e se deliciar com um sorvete, hoje a história se repete dentro do shopping center. Vendemos experiências de consumo, onde uma família unida pode ter bons momentos e se divertir ao saborear uma de nossas taças. Modernizar a rede e acompanhar o mundo é um de nossos lemas. Estamos sempre dispostos a nos reinventar ”, conclui Thiago Ramalho.

Atualmente, mesmo com o filho totalmente no comando do negócio, Adriana ainda participa no dia a dia da Gela Boca, tanto na gestão da rede quanto também no atendimento de algumas lojas.

“Quando se trata de uma empresa familiar nunca se sai totalmente do negócio. Embora uma das minhas maiores satisfações tenha sido passar o comando da rede para meu filho, muitas vezes me pego trabalhando dentro das lojas. É algo que faço com prazer, coisa de mãe. Mesmo após quinze anos eu não me canso do sabor de nossos sorvetes”, brinca Adriana.

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