Diagnóstico Setorial ABF aponta que formato de aula presencial chega a 83% dos alunos
Mesmo com a pesada digitalização vivida pela sociedade durante a pandemia – e todo o arcabouço tecnológico e operacional desenvolvido – os alunos e suas famílias têm dado forte preferência pelo ensino presencial. No entanto, os aprendizados da pandemia foram fundamentais para o segmento, que passou a trabalhar melhor suas bases de alunos, fazendo com que ficassem mais tempo e melhorando suas margens com o apoio de aprimoramentos em sua prestação de serviços (na maioria das vezes com o auxílio de recursos digitais). Estas foram as principais conclusões do Diagnóstico Setorial de Educação 2024, realizado pela Associação Brasileira de Franchising (ABF). Em 2023, este segmento cresceu 9,7%, chegando a um faturamento de R$ 14,25 bilhões e mantendo seu número de operações praticamente estável, aproximadamente 15,7 mil.
O estudo apontou que 83% dos alunos das franquias de educação estudam na modalidade presencial (81% em 2023), sendo que nos colégios bilíngues essa participação chega a 100%, e 86% nas escolas de idiomas. O híbrido atingiu 6% e digital síncrono (ao vivo) chegou a 12%. O tempo médio de permanência dos alunos, no intervalo de 13 a 24 meses, chegou a 61% (ante 52% em 2023) e 17% entre 25 a 36 meses (ante 12%). A quantidade média de alunos também apresentou uma evolução, conforme mostra o gráfico.
O ticket médio das escolas de idiomas atingiu R$ 341,94 (ante R$ 319 em 2023). A média de reajuste da mensalidade ficou entre 6 e 10% para 59% dos entrevistados. Além disso, 80% das redes aplicam até 10% de reajuste nos materiais didáticos. Quanto aos aprendizados da pandemia, os principais continuam a ser o Aumento recursos de ferramentas tecnológicas (63%), Redução do custo de Ocupação (45%) e Ganho de escala (27%).
Para o diretor da Comissão de Educação da ABF, Rogério Gabriel, “apesar de alguns debates ao longo dos últimos anos, a pesquisa deste ano aponta a clara preferencia do brasileiro pelas aulas presenciais. Isso por vários motivos: maior foco, falta de infraestrutrura em casa, vontade de interação social e, principalmente, maior rendimento. No entanto, é importante ressaltar que o segmento tem a capacidade técnica da prestação de serviços digitais, tanto para manter um relacionamento mais próximo com os alunos presenciais à distância, como oferecer atividades complementares e, claro, agora ir em busca deste aluno que aprecia a interação digital que continua sendo uma tendência”.
O diretor completa ainda que “os dados revelaram uma atenção maior a base de alunos, com mais recursos digitais, ações e interações, o que levou a uma maior permanência dele nas escolas e até a uma recuperação das margens. Neste momento de grande transformação social, há um reconhecimento da necessidade de aprendizado constante e o público tem reconhecido este valor das franquias de educação dentro de um ambiente de grande concorrência (direta e indireta).Trata-se de uma lição da pandemia que vai contribuir muito com o desenvolvimento a longo prazo do nosso mercado”.
O Dignóstico traz ainda dados fundamentais para quem deseja investir em uma franquia de educação: 52% das unidades tem até 200 alunos e 43% entre 200 e 500, sendo que a faixa entre 300 e 500 teve um salto expressivo de 2023 para este ano, passou de 12% para 26%. Quanto ao prazo médio para o franqueado alcançar o ponto de equilíbrio, é de 1 a 2 anos para 53%, 6 meses a 1 ano para 34% e até 6 meses 13%. Já a margem de lucro líquido das unidades franqueadas teve o comportamento a seguir.
