Sob nova direção, Farmais mira faturamento de R$ 1 bilhão em 2023

Liderada por grupo de franqueados, rede pretende chegar a 500 unidades

Sob nova direção após a falência do grupo Brasil Pharma, em 2019, a Farmais está pronta para retomar seu espaço de destaque no gigantesco mercado farmacêutico brasileiro. Atualmente com 223 unidades, que em 2022 registraram um faturamento sellout de R$ 870 milhões, a rede projeta uma receita superior a R$ 1 bilhão até o fim de 2023, com a meta de inaugurar 50 novas unidades – até maio, 21 novos contratos já haviam sido firmados.

Desde 2021, quando um grupo de franqueados – empresários experientes e bem-sucedidos, com conhecimento do setor de medicamentos e perfumaria – adquiriu e manteve o nome Farmais em razão da força da marca no mercado nacional, a franqueadora opera em um escritório na Avenida Paulista, em São Paulo. Com os novos líderes, a empresa desenvolveu seu e-commerce próprio e investiu na criação de sua marca própria de produtos, além de montar uma equipe focada na expansão. Em sua expansão nacional, o objetivo da nova Farmais será marcar presença em todos os Estados – atualmente, a marca está em nove Estados.

Royalties reduzidos pela metade
Ao assumirem o controle da Farmais, os novos sócios estabeleceram um novo contrato de franquia, atualizando cláusulas e termos financeiros e inaugurando uma nova fase na relação com os franqueados. Em comparação com os parâmetros aplicados pelos antigos detentores da franquia, os royalties foram reduzidos pela metade.

Com gestões específicas para atender às peculiaridades de cada região, o sistema de gestão foi pensado para adequar-se às particularidades regionais, sob os mais diversos aspectos (tributário, de consumo, de marketing etc.). A marca também passou por uma remodelação visual, com alterações no layout interno e externo das lojas. O Grupo Cherto, uma das principais consultorias especializadas em franquias no país, foi contratado para auxiliar em todos os processos.
Hoje, para terem capacidade de oferecer aos consumidores um catálogo de produtos mais amplo, as novas unidades precisam de espaços iguais ou superiores a 120 metros quadrados. Isso propicia a exposição de um mix de itens ampliado, trazendo às lojas maior competitividade.

A taxa de franquias para a abertura de uma nova unidade da Farmais é de R$ 50 mil, com um investimento total a partir de R$ 800 mil. No caso de conversão de bandeiras – quando a farmácia já existe, e o objetivo é passar a integrar a rede e utilizar a marca Farmais –, o valor da taxa é de R$ 30 mil, com investimento total de R$ 300 mil.

Investimento na força do nome
Na época em que pertencia à Brasil Pharma, holding criada pelo banco BTG Pactual e que chegou a ser o terceiro maior grupo do varejo farmacêutico brasileiro, a Farmais contava com 450 unidades. Em junho de 2019, a Brasil Pharma teve sua falência decretada pela Justiça, que acatou pedido da 2ª Vara de Falências e Recuperações Judiciais da Comarca de São Paulo. O grupo reunia as redes Farmais, Sant’Ana, Mais Econômica e a distribuidora Big Bem.

Entre todas essas empresas, a Farmais era a única superavitária, o que não evitou a bancarrota do conglomerado e obrigou que também fosse incluída na massa falida. Mas, mesmo envolvida no processo, a Farmais nunca perdeu o reconhecimento do mercado. Segundo o estudo da CVA Solutions Varejo Drogarias 2021, a marca ocupava o sétimo lugar entre todas as redes de farmácia do país em relação ao custo-benefício percebido pelos clientes.

Setor movimenta R$ 184,2 bi
Segundo dados da consultoria IQVIA, o varejo farmacêutico movimentou R$ 184,2 bilhões no ano passado, um avanço de 16,2% em relação a 2021. Do total, 43,5% da receita teve como origem o grande varejo farmacêutico – de acordo com informações das 29 empresas que integram a Associação Brasileira de Redes de Farmácias e Drogarias (Abrafarma), a receita nesta fatia do mercado totalizou R$ 80,15 bilhões, contra R$ 68,25 do ano anterior (alta de 17,43%).

Ainda conforme a IQVIA, as farmácias independentes respondem por 22,5% do total do setor farmacêutico, mas vêm perdendo participação, assim como as redes médias e pequenas. Em três anos, o associativismo e as franquias seguiram ocupando essa lacuna e ampliaram sua participação de 20,4% para 21,8%.

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