Especialista ajuda a desmistificar estigmas sobre a trajetória profissional dos nascidos a partir de 1995
Diante de um mercado dinâmico e em constante mudança, a geração Z (nascidos entre 1995 e 2010) cultiva expectativas e enfrenta desafios muito diferentes de seus líderes millennials e boomers. “Boa parte dessa ‘galerinha’ já ingressou ou está se preparando para ingressar no mercado de trabalho”, comenta Mari Galindo, fundadora da Nice House, plataforma de entretenimento com foco em vídeos verticais e geração Z.
“Inclusive, o número de profissionais da GenZ deve ultrapassar o de boomers (nascidos entre 1945 e 1964) nas empresas ainda em 2024, de acordo com o site Glassdoor. Por um lado, enquanto a GenZ traz em sua bagagem várias habilidades importantes para o cenário econômico atual, sobretudo a fluência digital, ambição por experiência e conhecimento e uma espantosa (no bom sentido) capacidade de adaptação, por outro, sua entrada em peso no mercado de trabalho preocupa gestores e recrutadores de empresas”, explica.
Mitos e verdades sobre a GenZ
Em janeiro deste ano, o Resume Builder, software que usa inteligência artificial para ajudar pessoas a montarem um bom currículo, publicou dados alarmantes. De acordo com a pesquisa, mais de 30% dos recrutadores simplesmente se recusam a contratar a Gen Z, preferindo candidatos mais velhos; ainda em relação a esse levantamento, 30% dos gestores demitiram seus funcionários mais jovens um mês depois de sua integração à equipe.
A seguir, Mari comenta os principais estigmas que a geração Z enfrenta no dia a dia profissional. Confira:
1. Falta de compromisso com o trabalho
MITO. “A dificuldade de gerir a GenZ no ambiente de trabalho tem a ver, na maioria dos casos, com mentalidade da geração – tal qual o modo como ela interpreta a carreira profissional e, sobretudo, uma tentativa de quebrar os padrões estabelecidos por gerações passadas, hoje considerados antiquados ou obsoletos”.
2. A educação recebida em casa contribui para certas posturas no trabalho
VERDADE. “Algumas questões comportamentais, durante a entrevista e também no ambiente de trabalho, tanto positivas quanto negativas, vêm da educação que os jovens tiveram em casa. Não necessariamente se tratam de características geracionais”.
3. Os jovens preferem o trabalho 100% remoto
MITO. “A pandemia de Covid-19 acabou impactando a GenZ de maneira mais severa. Aqueles que já procuravam emprego desde 2020 já estavam sendo apresentados ao modelo home office (ou semipresencial, dependendo do segmento), o que também moldou as expectativas dos jovens em relação ao mercado de trabalho como um todo. Em 2021, por exemplo, o LinkedIn apontou que 70% da geração Z acredita que um distanciamento de colegas de trabalho mais velhos e gestores impacta negativamente a carreira, já que é difícil aprender com eles a distância”.
4. Flexibilidade entre profissional e pessoal é tudo
VERDADE. “O mesmo estudo do LinkedIn apontado acima também mostrou que 38% dos entrevistados preferem o modelo híbrido de trabalho, justamente porque os ajuda a manter sua rotina pessoal e também trocar experiências com os colegas mais experientes”.
5. Não dá para mudar a postura da Gen Z no ambiente de trabalho
MITO. “Existem meios de contornar as diferenças geracionais, como apostar em mentorias e outros programas de desenvolvimento para melhorar a etiqueta e o desempenho desses jovens e até mesmo usar suas ambições para criar oportunidades de crescimento e inovação. Essas medidas ajudam não apenas a lapidar esse diamante bruto chamado Gen Z, mas também aprender com ela”.
Mesmo que, algumas vezes, a contragosto de recrutadores e gestores, é extremamente importante que as empresas invistam nos mais jovens. “Ignorar o potencial que eles possuem não é o ideal para nenhuma empresa – em alguns anos, eles serão maioria no ambiente corporativo, ultrapassando até mesmo os millennials em números. Investir na GenZ vai além dos benefícios para as empresas; ele é o fator principal para que tenhamos, hoje e cada vez mais, um mercado de trabalho mais inclusivo, dinâmico e resiliente”, conclui Mari Galindo.
Sobre a Nice House
Plataforma de entretenimento com foco em vídeos verticais e geração Z. Fundada em abril de 2020, pelos empreendedores Mari Galindo e Willian Amaral, a marca trabalha com produção de vídeos em larga escala, campanhas publicitárias e ativações multiplataforma on e off-line.