12 regras de ouro para se tornar um empreendedor de sucesso

Depois de seis anos de atuação e com mais de 200 filmes já criados e produzidos para marcas do mundo todo, os sócios da produtora La Casa de la Madre, André Castilho, de 33 anos, e Jorge Brivilati, de 29 anos, compartilham suas experiências como jovens empreendedores. A ideia é mostrar aos novos profissionais, por meio de palestras e encontros, como começaram “do zero” e atualmente são considerados referências em seu segmento, uma produtora especializada em storytelling. Como passar pelas dificuldades e frustrações, e superar cada etapa, obtendo o sucesso como consequência desse trabalho.

Castilho, roteirista e CEO da La Casa de la Madre, destaca que todas as pessoas que trabalham para uma empresa percorrem a jornada do “herói ao contrário”. O passo a passo da desilusão de um jovem profissional inclui situações como: a visão dele é que seu chefe não entende nada e faz tudo errado; ele tem muita capacidade e seu chefe não enxerga isso, então se sente sufocado; ele não se encaixa no ambiente de trabalho, pois as outras pessoas têm gostos muito diferentes; estão todos ficando ricos, postando fotos de viagens internacionais nas redes sociais, menos ele, que trabalha mais do que todo mundo e ganha pouco; promovem o puxa-saco. Vem a primeira grande frustração.

“De 2000 a 2012 fui funcionário, trabalhei em grandes empresas e aprendi muito com bons e maus exemplos. Depois dessa experiência, decidi sair para ser fiel à minha verdade e fazer do meu jeito, junto com o meu sócio. Eu e o Brivilati abrimos uma produtora de filmes, com a pretensão de sermos diferentes no mercado. Em 13 de maio de 2012, começou o sonho… E o pesadelo!”, brinca Castilho. “Ter uma empresa não é fácil, você quer ditar as tendências do mercado, mas esse mercado vira seu chefe. Ninguém te reconhece, você não ganha tapinha nas costas e ainda não tem salário no fim do mês.”

Para o roteirista, ser empreendedor foi uma experiência bem difícil. Os sócios não tinham dinheiro para pagar o aluguel de uma sede, trabalhavam em casa ou em cafés, e começaram com um cartão de visita e um site. Em 2015, ganharam 3 Leões e um Clio com o filme ‘Meeting Murilo’, mas foi o ano em que a empresa quase quebrou, por falta de preparo dos empresários.

Não desistiram, aprenderam com os erros e, em 2017, ganharam o primeiro Grand Clio de Entretenimento da América Latina com o filme “Movido a Respeito”, produzido para a Rede Globo. Outra grande conquista foi com o curta-metragem “Reencontro”, feito para a LATAM, selecionado no LA Shorts Festival, em Hollywood. O festival é credenciado pela Academy Awards e os vencedores são elegíveis para a nomeação ao Oscar, além de serem qualificados oficialmente para os prêmios de curta-metragem do BAFTA.

“Esse reconhecimento foi muito importante para nós e inédito para o Brasil. Foi a primeira vez que um filme nacional criado para a comunicação de uma marca foi selecionado em um festival exclusivamente dedicado ao mercado cinematográfico. Agora, com mais experiência, sabemos que temos que nos reinventar constantemente, para não deixar a ‘peteca cair’. Aprendemos com os erros do passado para não repeti-los”, comenta Castilho.

Hoje, a La Casa de la Madre tem outros projetos e, cada vez mais, os empresários trabalham para ir além da prestação de serviços, mostrando seu propósito no mercado. Ser dono do próprio negócio exige um grande sacrifício, há dificuldades, frustrações e muita cobrança. É preciso traçar um objetivo e manter o foco. Para dar uma força aos jovens profissionais, Castilho destaca “12 regras de ouro” para ser um empreendedor de sucesso.

1. Defina o seu critério de sucesso. Cada um tem um conceito de sucesso. Imagine o que é sucesso para você, como seria? Estar rico, fazer fotos “no filter” no Instagram, viajar de férias para Dubai… “Para mim, ter sucesso é uma coisa superior a tudo isso, como poder estar aqui na ESPM dando uma palestra de pijama. É muito mais legal do que estar de terno, suando!”, afirmou o roteirista, durante sua apresentação na ESPM (Escola Superior de Propaganda e Marketing), dia 16 de maio, em São Paulo, enquanto aparecia de pijama no palco, literalmente.

2. Encontre seu propósito. Coloque-se no mercado com a sua verdade: Para a atual geração, de jovens profissionais, não faz sentido montar uma empresa só para ficar rico, isso pode até ser fácil. O difícil é ficar rico e ter sucesso dentro dos critérios que são determinados, sendo fiel ao seu propósito e colocando no mercado a sua verdade.

3. Encontre a oportunidade. Encontre uma brecha no mercado de algo que não existe. “Eu e o Brivilati criamos a nossa oportunidade: o storytelling, um diferencial no mercado publicitário, que foge dos padrões. Conseguimos fazer com as marcas percebessem a importância de contar uma história e passamos a ser reconhecidos por esse trabalho”, diz Castilho.

4. Encontre um parceiro para sonhar junto. Quando você está mal o outro te levanta. Por outro lado, se você faz uma parceria com o sócio errado, ele pode te afundar. Cada um tem uma linha de pensamento, sua individualidade, mas dentro do negócio sempre cabem as duas ideias. Pensar junto sempre agrega, é positivo para o trabalho.

5. Rabisque um pouco e “vá pras cabeças”. Estude o mercado, siga algumas regras, mas o importante é começar logo a colocar em prática. Desenvolva, teste, veja se funciona, se vale continuar ou matar o produto e partir para outro. Dentro da uma iniciativa, é possível ter muitas iniciativas. Mas, é fundamental ter disciplina para não matar o negócio e perder a oportunidade de desenvolver seu próprio projeto.

6. Lance seu site, seu Instagram e “pareça” uma empresa. Crie um nome, tenha um endereço físico de empresa e abasteça sua rede social com várias fotos de produtos e serviços, para transmitir confiança, não parecer algo novo.

7. Mapeie todas as áreas que sua empresa precisa ter e aprenda a fazer tudo sozinho. Mesmo que você não goste de alguma função, precisa saber como faz, porque, no início, não terá como contratar pessoas para todas as áreas. E, quando puder contratar, terá conhecimento de cada função, do trabalho que precisa ser realizado e não ficará refém de outros profissionais.

8. Tenha departamentos e parceiros para executar cada função. Mesmo que você não tenha como contratar funcionários, inicialmente, crie departamentos e procure parceiros para cuidar de cada responsabilidade, seja um amigo ou parente. Você pode estar por trás de todas as decisões, mas é importante que os clientes tenham contato com outras pessoas da empresa, pois torna a relação mais profissional. “No nosso caso, tivemos um funcionário imaginário, o Francisco Tavares, que era diretor financeiro. Ele tinha um jeito todo formal e ficou por um bom tempo nessa função, até termos condições financeiras para contratar um profissional de verdade”, lembra Castilho.

9. Aprender a escrever e contar sua história. Se você está criando uma empresa e quer colocar sua voz no mercado, precisa criar uma narrativa para ela. A história vai desde o que você posta nas redes sociais, da visão que sua família tem do seu negócio, até a imagem que passa para o público e para a imprensa. Para nós, por exemplo, é essencial ter uma assessoria de imprensa, para trabalhar a imagem da empresa, seja no lançamento de um projeto ou na comunicação de novas parcerias.

10. Sobreviver aos churrascos de família. Aos olhos de alguns familiares, ser dono do próprio negócio não é positivo. Algumas pessoas vão tentar te colocar para baixo, pois acreditam que o seguro é fazer uma faculdade e seguir carreira no mercado convencional de trabalho, com carteira assinada.

11. Sobreviva: Superar as dificuldades é fundamental “Se tivéssemos desistido em 2015, teria sido legítimo, era só fechar as portas, mas continuamos. Empreender, seguir uma verdade é muito real”, destaca Castilho. Quando você está afundando, com a “água no nariz”, aparece uma solução que te salva. Contar com esse fator, resistindo bravamente, é essencial para quem quer empreender e levar o negócio adiante.

12. Contratou seu primeiro funcionário? Parabéns. Agora, você é o chefe: A partir de agora, você é que aquela pessoa vista como injusta, que não reconhece o valor dos funcionários. É preciso aprender a lidar com isso, porque fazer sua visão ser compreendida é extremamente difícil. Olhem para seus chefes com outros olhos, porque eles vão te ensinar muito. “Hoje, eu vejo que todos os meus chefes me ensinaram muito, porque eles passaram por situações que eu simplesmente não entendia o que estava por trás delas, por inocência e falta de experiência. O mundo dá voltas! Então seja compreensivo com seu chefe.”

 

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