Li em um site (Freshnetworks.com) que 2011 será o ano em que as mídias sociais tirarão uma folga. Bem, é difícil acreditar nisto, mas uma coisa é verdade: este é o ano em que haverá mudanças para as agências de mídia social e para as marcas. Um artigo recente do jornalista Tim Sanders realmente nos força a pensar nas estratégias de mídias sociais. O texto é bem provocativo e o conteúdo do post, em essência, excelente. A matéria foi baseada, por sua vez, em um comentário do chairman da Coca Cola em Nairobi, Chris Kirubi: "Você não precisa de estratégias de mídias sociais – você precisa de estratégias de marca que aproveitem as redes sociais. Não se livre da estratégia convencional apenas porque há um novo canal de comunicação – é assim que se perde a noção de marca. Tecnologia é o rabo, não o cão".
Como você pode imaginar, tal afirmação causou comoção no meio da social media, com seus consultores e analistas irados e enumerando, de forma enfática, a razão de sua existência e a importância de suas profissões. É claro que os consultores e analistas de mídias sociais são, de fato, importantes nos dias de hoje. Mas, ao invés de toda a histeria que se seguiu à afirmação de Kirubi, o que estes profissionais deveriam dizer é que tudo, inclusive as mídias sociais, dá retorno aos objetivos das empresas e às estratégias de marca. E, mais importante: agrega valor à companhia.
O time de estratégia de qualquer negócio tem como objetivo analisar como as mídias sociais podem ser usadas para contribuir na dinâmica da empresa. O que faz com que este time seja essencial para uma companhia é o fato de que muitos dos seus membros vêm de diferentes áreas de trabalho, com diferentes backgrounds, diferentes visões, especialidades e experiências. Tudo isso ajuda na hora de se chegar ao cerne de como e porque as mídias sociais podem ser usadas em diferentes funções dentro de uma empresa. Por colocar em prática todo este conhecimento de forma pragmática, o conselho especializado legitima a profissão de consultor e analista de mídias sociais.
Há alguns aspectos que devemos considerar quando pensamos em como as mídias sociais podem ser usadas para ir ao encontro dos objetivos das empresas. A chave deste processo é seguir três áreas:
Análise: entender o porquê de você querer usar as mídias sociais, o que já está sendo posto em prática, o que seus consumidores querem e quais os recursos já estão disponíveis em sua empresa.
Escolha de estratégia: depois de levar em conta toda informação colhida em sua análise, o próximo passo é considerar quais ferramentas e conceitos produzirão melhores resultados para sua companhia.
Implementação estratégica: mídia social não é apenas de uma boa ideia ou campanha – trata-se tanto de uma mudança cultural como de uma tecnológica. Esta implementação requer um planejamento apropriado que garanta que a estratégia que você escolheu seja executada de forma que esteja em sincronia com o restante de sua empresa.
Atualmente, a maioria das companhias ou já tentou usar as redes sociais por conta própria ou procurou por agências especializadas para ajudá-las. Desta maneira, estes comércios e organizações estão bem mais informados a respeito do valor desta nova ferramenta de comunicação e saberão quando o que lhes é oferecido não passa de enganação. Como resultado, os oportunistas "gurus das mídias sociais" simplesmente desaparecerão? Tomara. E haverá um mercado para quem realmente entende de mídias sociais? Claro que sim! Na verdade, 2011 será o ano em que as empresas saberão distinguir entre os dois e escolher o melhor. E nada de folga!
Cláudia Valls é analista de mídias sociais e colaboradora do iDigo – Núcleo de Inteligência Digital, que promove o cursos e realiza consultorias sobre o uso corporativo da web. www.idigo.com.br.