6 dicas para uma empresa sobreviver diante do atual cenário econômico

“O ano de 2016 já pode ser considerado perdido para as empresas no Brasil”, afirma Luciano Salamacha, Doutor em Administração, Mestre em Engenharia de Produção, com MBA em Gestão Empresarial e Pós-Graduação em Gestão Industrial, e Docente na FGV Management, onde foi por sete anos considerado o melhor professor de Estratégia de Empresas nos MBAs.

Salamacha, que também atua como consultor e no conselho de companhias nacionais e multinacionais, elenca seis dicas básicas para as empresas chegarem “vivas” em 2018. São elas:

1. Foque sua atuação em sobrevivência. 2016 é um ano que não terminará em comemoração por uma retomada milagrosa do crescimento econômico;

2. Revise sua política de concessão de crédito. Clientes tradicionalmente adimplentes poderão ser envolvidos pela elevação da inadimplência no mercado. A combinação de “custo de vida em elevação” com “elevação do desemprego” gera um elemento corrosivo da tranquilidade na concessão do crédito. Setores ligados a bens de consumo durável são os mais suscetíveis a sofrer neste momento;

3. Olhe para o ticket médio mais baixo. Compras menores serão a tônica nos próximos dois anos e isso implica que as empresas deverão conquistar mais clientes se quiserem manter o mesmo faturamento;

4. Atenção à avaliação dos executivos que estão na gestão da empresa. Neste momento é preciso pessoas sensatas e flexíveis para conduzir o barco em mar turbulento;

5. Torne a análise estratégica o principal foco de suas reuniões. A instabilidade exige sensibilidade em relação às mudanças, e perder o foco com questões operacionais menores pode significar fuga da real responsabilidade;

6. Pense no médio e longo prazo: empresários, profissionais e consumidores vivem de expectativas positivas. Essa é a função da gestão da empresa e esse foco somente é encontrado com uma visão mais ampla sobre o potencial de consumo do Brasil.

Luciano Salamacha explica que esta séria crise econômica na qual o Brasil mergulhou foi motivada por três grandes pilares: o crescimento da inflação; a retração da economia repercutindo em queda no PIB, e a elevação dos custos das tarifas públicas, notadamente energia elétrica e combustível, que ainda impactou na elevação das taxas de juros e, consequentemente, na pressão sobre o custo financeiro do capital de giro.

Segundo o especialista, o posicionamento adotado para 2016 e 2017 foi de austeridade total na gestão dos custos, redução da previsão das vendas e um repensar sobre todos os processos adotados pelas organizações. “Ficou evidente a tendência que, para sobreviver, seria necessário vender para mais clientes -ainda que com volume per capita menor- para conseguir manter ou evitar queda grave no faturamento”, completa Salamacha.

Também ficou imperativa a revisão dos relacionamentos com os clientes. “Antes, um cliente construía uma relação duradoura. Hoje, as empresas não podem tentar manter esses relacionamentos baseados em cenários de estabilidade e consumo em um ambiente fortemente influenciado pela instabilidade”, justifica o Doutor e Professor da FGV Management.

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