Do pix e cashback a fintech as service, Rafael Pires, especialista em tecnologias financeiras, cita quais as mudanças que irão transformar as compras no varejo e ‘matar’ os boletos e carnês
Nos últimos anos, uma verdadeira gama de tecnologias financeiras adentraram o mercado e o cotidiano das pessoas. Motivadas por fintechs, aos poucos, o dinheiro em papel e moeda se tornam um dos meios mais antigos de realizar transações financeiras. Um dos setores que foi impactado por essa digitalização financeira foi o varejo.
” Acredito que por uma questão cultural a cédula em papel ainda irá perdurar por muito tempo, mas desconfio se os boletos e o cartão de créditos conseguirão sobreviver”, comenta Rafael Pires, especialista em tecnologias financeiras. “A alta aceitação do público por novas tendências tecnológicas, assim como a sua preferência pelo dinamismo e usabilidade fazem com que essas tecnologias sejam uma tendência em um caminho sem volta. Uma coisa é certa, muita coisa vai mudar. A Geração Z pede por uma nova maneira de realizar transações, e, por consequência, por um novo varejo”, finaliza o especialista.
Confira abaixo sete tecnologias financeiras que irão transformar a maneira como o varejo realiza suas transações:
Fintech as a service
Fintech as service é quando uma startup do meio financeiro – fintech – oferece a opção de que outras empresas gerem soluções financeiras para seus produtos de modo totalmente personalizável. Na prática, ela digitaliza os serviços da empresa e a torna muito mais adaptável aos tempos atuais. Muitas vezes a transformaçãoé tanta que chega ao ponto da empresa oferecer serviços bancários para seus clientes, como aberturas de contas, pagamentos de pagamento, empréstimos, etc.
“Você já pensou em ir para o Starbucks, tomar um café e sacar R$ 50,00? Essa é uma das propostas do fintech as service”, comenta Pires.
De acordo com o especialista, para empresas do varejo, a utilização do fintech as service em seus meios de pagamentos é algo que virá muito a somar, já que uma vez que ela deixa essa demanda com uma fintech, a empresa não tem mais que se preocupar com questões tecnológicas ou burocráticas de todo o processo. A partir do momento que a marca possui uma solução dinâmica aplicada totalmente a demanda do atual consumidor, ela ganha também um maior destaque no mercado.
Cashback
Muito utilizado nos Estados Unidos, o cashback tem ganhado cada vez mais força no Brasil. Ele funciona da seguinte maneira, quando o usuário realiza compras em e-commerces e sites parceiros, ele “acumula pontos” como em um programa de fidelização. Ao realizar um determinado número de compras, ele tem a opção de receber o dinheiro que gastou de volta. Na Internet o cashback já é bastante utilizado por brasileiros , a novidade é que ele está também entrando no varejo. Segundo o especialista, tanto receber o troco de forma digital quanto também receber o valor daquilo que foi gasto após um determinado número de compras serão tendências aceitas de braços abertos pelo consumidor que irão modificar as transações financeiras do varejo para sempre.
Pix
Lançado em novembro de 2020 no Brasil, em poucos meses o pix entrou no cotidiano do brasileiro na hora de realizar compras ou transferir valores. A tendência já mudou boa parte do varejo, sejam grandes redes ou comércios menores, como mercados, açougues e barbearias. Tudo indica que as mudanças vindas com o pix estão longe de acabar.
Touchless
O isolamento social deu ainda mais força para as tecnologias touchless, afinal, não tocar em objetos significa também se prevenir contra possíveis vírus e bactérias. Com isso, tecnologias como o QR Code – código de barras que podem ser escaneados pela câmera do celular – e também pagamentos por aproximação como o NFC, se tornaram ainda mais populares. Cartões que realizam pagamento por aproximação também se tornaram mais adequados nesse período. Vale lembrar também o lançamento de produtos de grandes multinacionais, como as Wallets Samsung, Google e Apple, todos com tecnologia touchless.
WhatsApp Pay
Um dos aplicativos mais utilizados do mundo, foi liberado pelo Banco Central em 30 de março desse ano para oferecer um novo recurso, o WhatsApp Pay. Em resumo, o WhatsApp Pay é uma maneira de realizar pagamentos digitais, tanto para pessoas físicas quanto jurídicas, utilizando exclusivamente o aplicativo. De acordo com o especialista, tanto as funcionalidades já conhecidas pelo público quanto a sua utilização diária – para muitas pessoas como uma necessidade profissional – faz com que o WhatsApp Pay caia como uma luva no gosto e cotidiano daqueles que querem realizar transações de forma dinâmica e segura, e, com isso, praticamente obriguem o varejo a se adaptar a essa demanda pública.
Criptomoedas
Embora muito se fale sobre os altos rendimentos das criptomoedas – em especial o bitcoin – para Pires ainda há um grande desafio delas entrarem ao varejo: a sua alta volatilidade. Afinal, como fechar o caixa ou realizar a precificação em criptomoeda de um produto se às 11 horas ela tinha um valor e trinta minutos depois ela pode valer o triplo? O especialista informa que hoje seria necessário um sistema muito complexo para o varejo aderir os bitcoins, mas se recorda que algumas fintechs estão trabalhando em moedas digitais de menor volatilidade. De qualquer modo, o alto interesse de grandes bancos e redes globais de meios eletrônicos de pagamentos – como a Visa e a Mastercard – faz também Pires acreditar que muito em breve, a exemplo de alguns e-commerces e marketplaces, o varejo também irá se adequar as transações por criptomoedas.
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