Como avançar no meio da crise

Enquanto avança o pacote fiscal que vai cortar R$ 70 bilhões dos gastos públicos este ano, segundo calcula o governo, começa debate sobre como manter acesos os negócios no meio da crise. É aquela história de crescer com as dificuldades, sempre destacada nos momentos difíceis da economia. O objetivo do pacote é devolver o crescimento à economia a partir do ano que vem, mas até lá não tem como abreviar a conjuntura atual de juros elevados, falta de dinheiro e encolhimento dos consumidores por força do aumento do desemprego.

Os momentos de dificuldades da economia brasileira, vários nas últimas décadas, sempre fomentaram a criação de novas ideias para ajustar os negócios aos limites mais restritos do mercado, desde que se adotem algumas regras básicas já bem conhecidas. Para o presidente da Ordem dos Economistas de Santa Catarina (OESC), Luiz Henrique Belloni Faria, a primeira coisa é investir em inovação. O economista observa que, lamentavelmente, o nível de inovação do empreendedor brasileiro é baixíssimo, com raras exceções, e isso precisa ser corrigido rapidamente se as empresas quiserem avançar durante este período difícil.

Além do uso da tecnologia para melhorar o desempenho, Faria sugere ampliação dos contatos com os clientes e a colocação, num segundo plano, da comercialização de produtos com menor valor agregado, além de não dispensar a assessoria de um profissional da área econômica.

Para o presidente da OESC, apesar das dificuldades atingirem uma grande fatia dos empreendedores, alguns segmentos vão seguir ilesos, principalmente aqueles que atuam na área de bens e serviços suscetíveis ao consumo domiciliar. No mais, vão se dar melhor os que se prepararam melhor para encarar a crise. “Para enfrentar uma crise é imprescindível a fiel compreensão do seu ramo de negócios e estar preparado à tomada imediata de ações emergentes, com tudo envolto ao espírito de reação à crise”, afirma. Faria sugere ao empreendedor que não se limite ao olhar na área financeira para reduzir custos, mas também uma dedicação mais integral ao planejamento, metodologia e ordem.

Uma velha e boa dica é buscar orientação e conhecimento para melhorar a ação e, com isso, achar brechas para que o negócio prospere. É sempre melhor se renovar, se reinventar para fazer o negócio prosperar do que ficar se queixando da crise. O momento recomenda ainda ampliar as reuniões da equipe para a discussão de novas ideias que possam alavancar negócios. Às vezes, apenas uma delas será suficiente para deflagrar um novo processo e fazer a organização decolar. É importante aproveitar bem o tempo: o momento de crise exige trabalho bem além do normal.

 

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