Em um momento de crise aguda como a que passa o País, as micro e pequenas empresas são as que mais sofrem. No entanto, mesmo com o abalo na economia muitos encontram nesse período uma oportunidade de abrir o próprio negócio. O número de MEIs – microempreendedores individuais no Brasil saltou de 4,6 milhões para 6,1 milhões até julho de 2016.
Levantamento produzido pelo Banco Central em parceria com o Sebrae, revelou que a tomada de capital pelas micro e pequenas empresas cresceu 35% entre janeiro de 2012 a agosto de 2016. No mesmo período, a proporção de pequenos negócios com operações de crédito pulou de 29% para 39%. As microempresas com faturamento em até R$ 360 mil/ano representam 62% do valor total das operações de crédito concedidas às MPEs. O dado é de 2015 e a pesquisa foi realizada com mais de 3 mil pequenos negócios.
Ao passo em que aumenta o número de empresas, o acesso ao crédito é vital para manter o negócio em ascensão. No entanto, mais do que isso, o empreendedor precisa da cidadania financeira para entender as necessidades de gerenciar bem o seu negócio e se apropriar do capital de forma consciente e eficiente. Um dos caminhos é buscar capacitação técnica e profissionais especializados em gestão financeira para MPEs.
“O microcrédito produtivo é um aliado desde que bem usado. Contribui para manter a sustentabilidade de uma empresa, reduz custos, equilibra as contas, pode ser utilizado para pagar compras à vista. Agora, se for para endividar ainda mais, é necessário reavaliar, pois pode se tornar um vilão. ”, explica Ricardo Assaf, presidente da Associação Brasileira das Sociedades de Microcrédito (ABSCM), fundada há 17 anos, no Rio de Janeiro.
O microempresário precisa ter uma atitude positiva em relação ao dinheiro. Um dos fatores primordiais que pode decretar a falência de uma empresa é não saber controlar o próprio fluxo de caixa, ou seja, desconhecer as contas a pagar e o crédito a receber, além de desprezar a utilidade do planejamento.
“Planejar é palavra de ordem, e não se aplica somente à iniciativa, mas à administração do negócio como um todo. Desta forma, é essencial organizar os recursos humanos, materiais e financeiros de modo a garantir que o micro ou pequeno empreendimento seja tocado com tranquilidade, antecipando possíveis imprevistos. Pensar a curto, médio e longo prazo, definir metas, avaliar as alternativas possíveis, monitorar resultados e rever procedimentos são tarefas que impactam diretamente o sucesso de uma empresa”, aconselha José Benício de Oliveira Neto, diretor executivo da ABSCM.
Estudo feito pelo Sebrae para identificar os motivos que levam o fechamento das empresas no Brasil e fatores que contribuem para as chances de sucesso mostrou que, 39% dos empreendedores entrevistados não sabiam qual era o capital de giro necessário para abrir o negócio. Foram realizadas 1.846 mil entrevistas com proprietários ativos e ex-sócios proprietários.
Educação financeira: onde e como buscar?
O Banco Central do Brasil criou o Programa de Cidadania Financeira que, entre outros serviços, oferece dicas, cursos gratuitos sobre finanças pessoais, vídeos educativos, palestras, treinamentos de como a empresa pode cuidar da educação financeira dos colaboradores. O material é didático e pode ser usado gratuitamente pelas organizações ou pessoa física. O BCB integra o Comitê Nacional de Educação Financeira (Conef).
Já o Sebrae oferece consultoria individualizada para empresas, workshops e capacitação profissional para que o empreendedor possa aprender a ter o controle financeiro do negócio. No portal, o usuário tem acesso aos vídeos, cursos à distância e pode acompanhar a agenda de eventos gratuitos em todo o País. O “Sebrae Mais Gestão Financeira” é um programa que oferece ferramentas gerenciais de como controlar, analisar, planejar e simular informações financeiras para uma tomada de decisão mais eficiente e inteligente.
Para saber mais e obter mais detalhes sobre esse e outros programas, o contato é 0800-5700800 ou pelo site: www.sebrae.com.br