Manoel Victor Tomaz, consultor em gestão financeira, lista cinco indicadores que fazem a diferença na rotina dos negócios
Uma pesquisa recente da Economática, mostra que o endividamento de empresas abertas dobrou nos últimos dez anos. De dezembro de 2011 a março de 2021, o valor total dos endividados passou de 486 bilhões para 1,213 trilhão de reais. Com a economia em marcha ré, o empresário brasileiro vive em meio a turbulências. “Além dos desafios comuns de empreender no Brasil, como a recorrente criação de novos impostos e variação cambial, a pandemia está sendo um desafio à parte, totalmente inesperado”, comenta Manoel Victor, especialista em gestão e consultoria financeira, da M.Victor Consultoria.
Para evitar problemas e manter a saúde financeira da empresa, é importante que o empreendedor fique atento a alguns indicadores que podem ajudá-lo a tomar decisões estratégicas, identificar, prevenir e solucionar problemas que podem causar possíveis prejuízos. O especialista da M.Victor Consultoria lista os cinco principais indicadores financeiros que o empreendedor deve acompanhar:
Margem de contribuição: é a quantia que sobra da receita obtida da venda de um produto, serviço ou mercadoria após retirar o valor dos custos e despesas variáveis. Não é suficiente apenas olhar para a coluna de “receita” da planilha e dali subtrair os gastos gerais para obter o lucro. A conta é um pouco mais complexa: é preciso gerar o IMC – Ìndice de Margem de Contribuição. E isso é feito encontrando o valor dos custos e despesas variáveis, como o que é gasto com fornecedores, matéria-prima, pessoal de produção, entre outros.
Resultado operacional: é o lucro obtido depois de deduzir a receita líquida de vendas, o custo de mercadoria vendida, despesas de pessoal, despesas administrativas, financeiras e outras despesas operacionais. É esse índice que vai realmente mostrar qual a real situação da empresa, pois representa apenas o lucro gerado pelas operações da empresa, desconsiderando juros e impostos. “Um resultado operacional positivo significa que a operação está saudável, uma vez que ele representa o quanto de dinheiro entra na sua empresa por conta dessas operações”, explica Manoel Victor.
Fluxo de caixa livre: é o saldo de caixa que está livre em um negócio, ou seja, o dinheiro livre depois de realizado todos os pagamentos obrigatórios para o funcionamento da empresa. “É um indicador fundamental para saber se é possível investir em novos produtos ou serviços, pagamento de dividendos, se a empresa tem acionistas e até mesmo reduzir dívidas ativas. “O FCL é o total de dinheiro disponível na empresa, porém não leva em consideração o potencial de crescimento do negócio, por isso esse medidor é usado para ter base da saúde da empresa e não para transações externas ou avaliação de negócios”, adiciona.
Custo dos produtos vendidos: é um cálculo usado para mensurar as despesas diretamente associadas ao processo de produção e/ou distribuição do produto. Esse mostrador é fundamental para que a empresa possa fazer a precificação de um produto ou serviço, ou até mesmo para avaliar estratégias de venda, alteração de fornecedores e aperfeiçoamento das vendas. O cálculo é feito somando o valor do estoque inicial (EI) ao valor de compras (C) e ainda subtraindo o valor do estoque final (EF). Assim, além do faturamento total da empresa, ou saber o rendimento após o pagamento de tributos e outras despesas, o valor investido em compras de materiais também é um indicador importante para verificar se o barco está conseguindo se manter navegando bem.
Endividamento: “O endividamento financeiro em uma empresa significa a relação entre os ativos totais da organização e o somatório do valor das parcelas de compras ou de crédito a vencer” afirma o especialista. Esse cenário pode ser real caso haja a ocorrência de algumas situações, as mais comuns são: falta de planejamento – quando a empresa falha em analisar dados e parâmetros que deveriam estar disponíveis na DRE; falta de vendas – que vai afetar o capital de giro da empresa, causando um problema de prazo médio de recebimento maior que o prazo médio de pagamento; dependência de capital de terceiros – que pode ser um resultado das situações anteriores, o que leva a empresa a contrair dívidas para pagar outras dívidas. Apesar de a palavra “dívida” já trazer a ideia de algo negativo, ela pode ser “boa” quando é contraída de forma planejada e estruturada, com a finalidade de investir em ativos que vão servir para alavancar o crescimento ou faturamento da empresa, ou reduzir custos da mesma.
De acordo com uma pesquisa da Associação Brasileira de Comunicação Empresarial (Aberje), proteger a saúde financeira da organização é um desafio para 45% das empresas brasileiras. Flexibilizar e adaptar-se para adotar estratégias extremamente ágeis é uma adversidade também para 45%. Para o consultor da M.Victor, mais do que ter em mãos os indicadores, é fundamental que o empreendedor conte com apoio profissional para a tomada de decisão, utilizando os dados em ações estratégicas no negócio. “Só assim é possível manter a empresa financeiramente saudável, escolher o melhor caminho a seguir e também crescer apesar das adversidades que o mercado possa apresentar”, finaliza.
Sobre a M.Victor Consultoria – Especializada em gestão e terceirização do departamento financeiro, a M.Victor é uma consultoria que alia a expertise de seus profissionais, boas práticas de negócios e tecnologia para entregar soluções completas a pequenas e médias empresas que precisam estruturar seu processo de gestão.
Com uma equipe multidisciplinar, que engloba consultores, especialistas em finanças e desenvolvedores de software, desenvolve projetos exclusivos para a realidade de cada cliente, focando na entrega de soluções que facilitem a gestão, organização e tomada de decisão nos negócios.