Com clientes e investidores atentos às práticas socioambientais, Governança Corporativa torna-se aliada das empresas
Mais do que nunca, o tema ESG vem sendo amplamente discutido e adotado por organizações e investidores de diferentes segmentos. A sigla corresponde à implementação de boas práticas de responsabilidade socioambiental de uma empresa. Identificado pela letra G, o pilar de Governança Corporativa é a base para que todas as estratégias, iniciativas e práticas tenham resultados positivos, pois é ele que vai representar todas as partes de administração de uma companhia, ou seja, o alinhamento entre investidores, gestores e demais partes interessadas.
“É preciso que as organizações estejam atentas às soluções de impacto socioambiental para aplicá-las em seus processos de governança. Para se conseguir impactos positivos, é necessário olhar para todos os pontos estratégicos, como a transparência, prestação de contas, equidade e responsabilidade corporativa. O ESG como um todo é uma das chaves para minimizar os impactos sociais e ambientais causados pelo meio empresarial, além de ajudar a atingir o cumprimento dos os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU”, afirma Alcione Pereira, fundadora e CEO da Connecting Food, primeira foodtech brasileira especializada em conectar os alimentos que seriam descartados por empresas, mas ainda são bons para o consumo, às organizações sociais que atendem pessoas em situação de vulnerabilidade social.
No contexto brasileiro, o assunto vem sendo cada vez mais refletido entre as empresas, que estão se mostrando mais preocupadas com a aplicação dessa agenda. Dados da Pesquisa Panorama ESG Brasil 2023, realizada pela Amcham e Humanizadas, indicou que, das 574 empresas de médio e grande porte entrevistadas, 82% acreditam que os CEOs devem liderar ativamente a estratégia ESG. Além disso, o estudo mostra que o assunto permeia 57% das organizações, que informaram buscar aderir ao conceito para ter impacto positivo em questões socioambientais, e 47% ainda se consideram referência e/ou implementam melhores práticas sustentáveis. No que se refere aos aspectos econômicos, 59% das companhias que estão inovando com foco em ESG afirmaram que estão expandindo seus negócios.
Para implementar práticas de governança corporativa ainda mais eficientes, é preciso que a organização contribua para a sustentabilidade, construa e ganhe credibilidade e busque melhorias e soluções inovadoras em seus processos. Pensando nisso, a CEO da Connecting Food separou 4 dicas essenciais que podem ajudar.
1. Responsabilidade corporativa
Um dos pontos principais da governança sustentável está na responsabilidade corporativa. Neste pilar está atrelada a garantia do cuidado com os impactos que a empresa causa no ambiente em que ela está inserida. Isto é: é preciso promover o olhar e a reflexão sobre a própria imagem da empresa, levando à adoção de práticas socioambientais.
2. Transparência
Este é um pilar fundamental para que se possa construir uma relação de confiança entre todas as pessoas e instituições relacionadas com a empresa. Para isso, além das informações obrigatoriamente compartilhadas por lei, é preciso ter uma base que disponibilize dados relevantes e de interesse de todas as partes envolvidas e que possam ser facilmente acessados.
3. Prestação de contas
Junto com a transparência, a prestação de contas também é fundamental para manter a imagem positiva de uma organização. Por meio dessa prática, líderes e gestores devem apresentar periodicamente informações relacionadas às suas atuações na administração da empresa de modo claro e compreensível.
4. Inovação
Para agregar ainda mais valor a uma organização por meio da governança corporativa, um bom caminho a ser seguido é estreitar relações com empresas que ofereçam soluções e projetos inovadores, que causem impactos positivos e estejam alinhados às práticas ESG. Desse modo, além de contribuir para a geração de novas ideias, é possível garantir destaque e vantagem no mercado competitivo.