Micro e pequenas empresas estão se planejando melhor para enfrentar os ajustes econômicos e buscando diferencial para se destacar no mercado. O bom desempenho aparece no faturamento, que não para de crescer em diversos negócios mineiros. É o caso dos empresários Henrique Baldini e Marcelo Abreu, de Passos, no Sul de Minas. Eles se conheceram no período de faculdade, em 2012 se reencontraram e juntos abriram uma franquia de fotodepilação na cidade.
Com o passar do tempo, os sócios encontraram dificuldades na gestão do negócio e resolveram mudar alguns quesitos relacionados à administração, aos pacotes oferecidos para os clientes, à diversificação da forma de pagamento e à criação de garantias de resultados. “Percebemos algo errado com a franquia, quando outras franqueadas começaram a fechar as portas. Mudamos para sobreviver no mercado, foi uma readaptação”, conta Baldini.
Diante das oportunidades oferecidas pelo mercado da beleza, os jovens empreendedores quiseram ir além. Procuraram o Sebrae em Minas Gerais e fizeram o curso Estratégias Empresariais. Foi aí que perceberam que poderiam investir em um novo negócio: uma academia. O pontapé inicial foi a realização de uma pesquisa de mercado. “Aprendemos que devemos avaliar nossos concorrentes e pensar no que o cliente quer e precisa”, explica o empresário.
Depois de participarem de feiras e cursos do segmento, os sócios montaram em março deste ano a Academia Club21. Os empresários investiram em infraestrutura e atendimento. “Compramos equipamentos novos, reformamos todo o espaço deixando o ambiente mais agradável, com lanchonete, loja de roupas fitness e ainda disponibilizamos para o aluno um aplicativo que informa todos os exercícios que devem ser feitos, além do acompanhamento dos resultados, mostrando a perda de medidas e peso, e o que ainda pode ser melhorado”, diz.
A academia também disponibiliza serviços com fisioterapeutas e faz um acompanhamento dos resultados obtidos pelos alunos. “Monitoramos se os objetivos do aluno estão sendo cumpridos por meio do aplicativo. Além disso, entramos em contato com ele para saber o motivo das faltas, estimulando-o a não desanimar”, conta Baldini. O resultado veio em dois meses. A academia já possui três vezes mais a quantidade de alunos esperada para o período. “Em um mês o faturamento da academia superou o faturamento anual da clínica de estética”, completa.
Questionado sobre o momento de dificuldade que a economia brasileira está passando o empresário é enfático. “A crise é para quem fica parado. Temos que avaliar as oportunidades, buscar informações e trabalhar bastante. Hoje, tenho dois negócios totalmente diferentes, mas que dão lucro, mesmo em um período de alerta”.
Energia renovável
Outra empresa que aumentou as vendas, principalmente devido ao elevado custo da energia foi a Seltec, de Teófilo Otoni, no Vale do Mucuri. O empresário Jomar Britto de Oliveira, que já participou do Empretec, metodologia criada pela Organização das Nações Unidas (ONU) e aplicada no Brasil pelo Sebrae, percebeu o momento ideal para ampliar os negócios. “Com a conta de energia mais cara e a escassez de água as pessoas estão buscando cada vez mais alternativas, o que contribui para o crescimento do mercado da energia fotovoltaica”, justifica o empresário.
Nos cinco primeiros meses deste ano se comparado ao mesmo período de 2014, a empresa registrou um aumento de 103% com o comércio de usinas solares fotovoltaicas, sistema de geração de energia elétrica a partir da luz solar. As vendas que antes eram regionais agora já estão sendo realizadas para o Espírito Santo, Bahia e Rio de Janeiro. O sistema de geração de energia fotovoltaica custa a partir de R$ 15 mil, o que inclui o projeto e a instalação. O sistema é composto por placas condutoras, feitas de silício e um inversor, responsável por transformar a energia solar em eletricidade e disponibilizá-la na rede da distribuidora, no caso, a Cemig.
De acordo com o empresário, a economia é de 95% na conta de luz. Outro produto que fez a empresa aumentar o faturamento foi o sistema de aquecimento térmico, composto por placas, que transforma a luz solar em calor, que aquece a água. O investimento necessário para obter a tecnologia é a partir de R$ 5 mil, incluindo, além dos equipamentos, a mão de obra para instalação. “Em uma casa, o chuveiro elétrico é responsável por 40% da conta de luz”, complementa o empresário.
Com informações da Agência Sebrae