No mercado digital do mundo inteiro uma realidade é inegável: o vídeo é um formato que cresce a cada dia e tende a dominar a maneira como interagimos na Internet, seja através de compras on-line, absorção de conteúdos e recepção a promoções de todos os tipos. Mas para surfar com segurança dentro desse meio é preciso conhecimento, saber o que pode ser relevante ou não em uma estratégia que use vídeos e como realizá-los.
Camilo Coutinho, estrategista digital e especialista em vídeos e youtube, fundador da Double Play Media e criador do canal Play de Prata é um perito na área. Escolhido pelo YouPix como uma das 30 pessoas mais influentes do Brasil no meio digital, ele ensina a criar vídeos de maneira eficiente e focados. “Primeiro tem de ser algo relevante. A base é ser sexy, mas para isso é preciso conteúdo”, ensina, de forma bem-humorada. Muito veiculado em redes sociais, como o Facebook, os vídeos do Youtube são as grandes estrelas desse universo em ascensão.
Pesquisas recentes apontam que vídeos já influenciam a tomada de decisão de pelo menos 90% dos usuários e uma a cada três atividades on-line são consumidas nesse formato. A força desse recurso no ambiente digital aponta também para um desempenho crescente, quando se fala de vendas e promoções.
Um usuário comum assiste, em média, 32 vídeos por mês e 80% deles lembram o conteúdo assistido nos últimos 30 dias. Dados divulgados pelo consultor Lucas Amaral apontam que os vídeos aumentam a taxa de cliques em e-mail marketing entre 200 e 300% e vídeos incluídos em landing pages, aquelas páginas que direcionam o visitante para o conteúdo principal, aumentam a taxa de conversão em até 80%. E como se tudo isso já não fosse suficiente para determinar a importância vital dos vídeos em estratégias de sucesso, relatórios do Youtube apontam que o consumo de vídeos através de dispositivos móveis aumenta 100% a cada ano.
De acordo com Camilo Coutinho, para que um vídeo seja realmente eficiente, primeiro o realizador tem de saber do que está falando. Além disso, é preciso estratégia de veiculação e uma estimativa de retorno do investimento. Também precisa ter qualidade, não é necessária uma câmera 4k, mas a qualidade e principalmente o áudio têm de ser bons. Caso esse primeiros preceitos não sejam levados em conta, leva em média seis segundos para uma pessoa sair do vídeo.
Na hora de produzir e veicular é preciso ter consistência, uma somatória desses acertos que levará as pessoas a entenderem a diferença que o vídeo faz na plataforma. “Isso torna os algoritmos e a busca por palavras chave no Youtube mais efetiva”, resume Coutinho. Portanto, primeiro é preciso determinar para quem é o seu vídeo e qual a solução que você entrega. Porque, no mínimo, ele tem que se pagar. Quem é a audiência, o que ela busca on-line, e como ela busca on-line, é outra questão que deve estar bem clara na hora de traçar uma estratégia. “Você é responsável pelo entendimento do seu vídeo e de como as pessoas vão utilizá-lo. Uma Story telling de cinco minutos não dá, a coisa tem que ser rápida”, assegura.
Produzir um vídeo tem de levar em consideração, antes de qualquer coisa, se há conexão com a linguagem do público, da audiência. O consumidor só dá atenção a quem se conecta com ele. Camilo Coutinho alerta para o fato de que um upload de vídeo no Youtube solicita o preenchimento de pelo menos 38 itens e processos que irão qualificar a postagem e impulsionar o desempenho entre os algoritmos dos sites de busca. Isso inclui o preenchimento de itens como palavra-chave, título, descrição, Tags, listas de reprodução, legendas, index social e muito mais. “O problema é que ninguém preenche mais do que três desses procedimentos e depois quer resultado”, avalia.
Nesse sentido, a escolha do Thumbnail é talvez o mais importante quando a questão é fisgar o consumidor. O Thumbnail nada mais é do que as imagens em miniaturas ou as escolhidas para aparecerem na frente do link ou vídeo, imagens geralmente leves e chamativas, que podem ser a diferença entre a escolha pelo clique no vídeo ou não. “Quando uma pessoa está na busca, 60% do apelo vêm do thumbnail e 40% vem do título, por isso uma boa thumbnail pode significar a diferença entre uma visualização no seu vídeo e a desistência do usuário”, diz Coutinho. Por isso, é preciso prestar atenção na anatomia do thumbnail, para que palavras ou imagens não sejam cortadas na hora da edição da imagem.
Depois de solucionados os passos necessários para a realização de um bom produto, é preciso cuidar de todo o conteúdo periférico, ou seja, o ecossistema do vídeo. Além do vídeo principal, as opções são várias. Pode se separar o conteúdo em vários pontos, que vão de gifts com cenas engraçadas para o Instagram e outras redes, até teaser de 30 segundos, vídeo quadrado com legenda para o Facebook, foto do frame, meme de conteúdo, making of, e uma série de conteúdos periféricos para vídeo principal.
Quando a questão é comunicação rápida, Coutinho é enfático: “As lives são fazendas de engajamento. Mas atenção para erros grotescos, como ficar enrolando e esperando entrar gente. Ou ficar saudando todo mundo que está na live e adiar o conteúdo”. Além disso, um bom vídeo também é seguido de texto. Isso mesmo, é preciso traduzir o conteúdo para Blog. Escrever um artigo com o conteúdo que foi falado ajuda o vídeo a subir no ranking de posições em sites de busca e em outros parâmetros.
Conforme Camilo Coutinho, o processo é contínuo e tudo depende de realizar conteúdos relevantes e bem feitos, que busquem ajudar a vida das pessoas. “Não se prendam a criar conteúdo para robôs, mas que tornem a vida das pessoas melhor, através de seus produtos. Isso é o que vai fazer que o conteúdo fique melhor ranqueado e chegue para mais público”, define.