Executiva aponta 5 benefícios de formar influenciadores internos nas empresas

Fortalecimento de marca empregadora e descentralização da comunicação interna são fatores para potencializar a existência desses profissionais

Quando se fala em influenciadores internos, uma palavra é central para essa figura: diálogo. De acordo com a pesquisa Disrupting the Function of IC, 60% dos colaboradores dão mais crédito quando falam com pessoas que estão no mesmo nível hierárquico que elas. Na prática, o que esse dado mostra? 

Segundo outro estudo da Associação Brasileira de Comunicação Empresarial (Aberje), divulgado no início de março, 28% das empresas planejam implementar programas de influenciadores internos como parte das ações para levar a comunicação aos públicos operacionais. 

Para identificar os influenciadores internos, é importante ter no radar os colaboradores que conseguem mobilizar e engajar outros funcionários, e que fazem isso sem esforço algum. “Eles são pessoas que têm o propósito e os valores da empresa correndo em seu DNA. Mas se engana quem acredita que, para formar essas pessoas, é necessário selecionar funcionários aleatoriamente, oferecer inúmeros programas de treinamento e ter um processo intenso de vigilância. Na verdade, empresas que fortalecem a sua marca empregadora e promovem uma comunicação descentralizada desde a base, já criam seus influenciadores internos naturalmente”, conta Lana Wigand, CMO do Comunica.In, plataforma que atua com a gestão da comunicação interna de grandes empresas como Deloitte, Bayer, Burger King e Grupo Boticário. 

Quais são os benefícios de ter influenciadores internos nas organizações? Lana explica 5 oportunidades de desenvolver esses profissionais dentro das empresas. 

1. Mapeiam as necessidades dos colaboradores

Os influenciadores internos ajudam a capilarizar a comunicação interna de acordo com os objetivos de cada setor, dando novas faces a uma mesma informação. “Essas pessoas têm o poder de mobilizar e articular os outros funcionários, além de conseguir centralizar as demandas de um departamento para encaminhar ao board da organização. Isso ajuda a dar mais base e credibilidade para as ações de comunicação interna que são adotadas”, explica Lana. 

2. Realizam a manutenção da saúde mental dos funcionários

“É fato que as pessoas tendem a se sentir mais confortáveis em compartilhar seus principais desafios do mundo profissional e fora dele com ‘pessoas iguais a elas’. Os influenciadores internos são a principal ferramenta para detectar, de uma forma bem mais natural, qual é o clima organizacional e se a empresa deve direcionar uma ação específica para um determinado departamento, por exemplo. Porém, é nítido que isso deve ser feito com cautela e planejamento para que alguns funcionários não se sintam expostos pelas campanhas. É aí que o time de Comunicação Interna entra em ação”, conta Wigand. Logo, profissionais que atuam como influenciadores internos podem ajudar na manutenção da saúde mental e engajamento de outros colaboradores. 

3. São promotores da marca

Um dos principais benefícios de descentralizar a comunicação interna é criar promotores internos da empresa. “Poucas organizações entendem o employee generated content como uma maneira de publicizar a empresa organicamente para outros públicos estratégicos. A realidade é esta: quanto mais forte for a marca empregadora, mais os colaboradores vão se sentir à vontade e motivados a compartilhar o quanto trabalhar naquela organização é prazeroso”, complementa a executiva. 

4. Promovem um fluxo natural das informações

“Para permitir que a comunicação interna cumpra seu papel de uma forma mais natural e holística, deve haver planejamento e execução por parte da área de CI, mas permitir que os colaboradores se expressem de uma forma autônoma e sem um mecanismo intenso de vigilância também são fatores importantes para ajudar na formação dos influenciadores internos”, diz Lana. Essas são formas de permitir um fluxo de informações mais articulado e menos robotizado.

5. Ajudam a “rádio-corredor” a ser aliada da comunicação interna

Ela pode ser a vilã ou melhor amiga da comunicação interna, vai depender da maneira como é articulada dentro das organizações. “Com os ambientes de trabalho migrando para o remoto ou híbrido, esse veículo acaba ganhando cada vez mais espaço e ramificações. Com os influenciadores internos, isso pode se tornar algo benéfico, visto que haverá informações chegando no momento certo e na hora certa, evitando determinados ruídos de comunicação”, finaliza. 

Em resumo, descentralizar a comunicação interna e fortalecer a marca empregadora, favorecendo e incentivando colaboradores a serem criadores de pautas e conteúdos, é o caminho para enriquecer o diálogo e tornar o que precisa ser dito cada vez mais acessível a todos os funcionários, independente da área ou nível hierárquico. Uma comunicação interna bem articulada começa na tecnologia, visando a construção de ações pautadas em um pensamento analítico e estratégico para, assim, refletir no ambiente externo às organizações.

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