Marketing e vendas desafiam startups

Ao assistir a trama hollywoodiana “Quero matar meu chefe” milhares de pessoas se identificaram com o sentimento de infelicidade na vida profissional. No filme, trabalhadores insatisfeitos elaboram um plano confuso para se livrarem de seus chefes. Felizmente, a ideia não funciona e, tanto os personagens quanto os telespectadores descobrem que a melhor solução não é dar um fim ao chefe, mas sim tomar uma boa dose de coragem e fazer você mesmo a mudança que você almeja.

Esse movimento de mudança de carreira, principalmente se o primeiro passo é tomado sem nenhuma garantia, ainda é o tema de muitos sonhos e discussões entre os brasileiros, mas muitas vezes o medo de falhar e se ver sem alternativas ainda impede ótimas empresas de serem criadas. Com base em uma pesquisa realizada nos Estados Unidos, a Aceleratech, vencedora dos prêmios Spark Awards e LatAM Founders de melhor aceleradora do país em 2014, realizou pesquisas para saber como é o perfil do empreendedor brasileiro, os desafios e as vantagens de se ter uma empresa, para entender qual a motivação, e se, o sonho empreendedor realmente compensa o enorme volume de trabalho e a decisão de sair de um trabalho estável.

Alegar que há somente uma motivação por parte dos empreendedores é um tanto quanto equivocado. A possibilidade de se trabalhar com o que ama, ter total autonomia na tomada de decisões e ser capaz de construir algo do zero são os motivos mais citados por quem já fundou uma empresa. Apesar de 45% dos empreendedores tirar 1 a 7 dias de férias por ano, cerca de 60% deles se dizem muito felizes e muito realizados profissionalmente.

Quanto ao perfil dos empreendedores de startups do país, os fundadores de startups são jovens, 69% são homens, com idade entre 20 e 35 anos, e praticantes de algum tipo de exercício físico. Muitos afirmam não saber gerenciar o tempo, e consequentemente, mais da metade dos empreendedores trabalham mais de 50 horas por semana.  Outro ponto muito importante foi o fato de 50% dos respondentes não saber quais são as taxas de crescimento de sua startup. Essas taxas não são apenas essenciais para a demonstração para investidores, mas principalmente para o controle do desempenho da startup para o empreendedor.

O brilho nos olhos de uma oportunidade de negócio, junto à grande quantidade de trabalho, leva muitos trabalhadores a se perder, não sabendo gerenciar o financeiro, escalar a startup e vender, o exercício mais importante de uma startup. Dentre as principais dificuldades mapeadas pela pesquisa, os setores de Vendas, Marketing e de como escalar a startup foram identificadas como os principais pontos de atenção.

Com a pesquisa ainda foi possível identificar qual o estágio do faturamento das startups no país, que se mostraram muito iniciais, sendo que 51% faturam de zero a 50 mil ao ano.

Um fato interessante é que 60% dos empreendedores não conhecem o que é uma aceleradora de startup.  E os que conhecem o conceito afirmam que na hora de escolher uma aceleradora os fatores mais relevantes são a metodologia de aceleração, o investimento feito pela aceleradora e o contato com investidores.

O modelo de negócio de startup mais comum é o chamado “B2B”, onde uma empresa comercializa o seu produto para outras empresas, soma 70% das startups. Também achamos os modelos “B2C”, aquele onde a empresa vende para o consumidor final através de e-commerce, e o “B2C2B” quando a empresa vende para o consumidor final através de algum distribuidor ou atacado.

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