Os desafios do gestor durante a pandemia

A vice-presidente da Apsen Farmacêutica, Renata Spallicci, afirma que duas das grandes tarefas dos líderes na atualidade é saber gerir de forma eficiente o seu tempo e exercer a empatia

A pandemia de covid-19, que já infectou milhões de pessoas no mundo inteiro, modificou drasticamente a maneira de trabalhar, afetando a rotina de funcionários, corporações e gerando desafios inéditos a gestores. A necessidade que muitas empresas tiveram de apelar para o trabalho remoto a fim de evitar o espalhamento da doença e o fato de que o cenário atual é profícuo para o surgimento e recrudescimento de problemas de ordem emocional e psíquica, vem exigindo cada vez mais dos líderes corporativos habilidades específicas relacionadas a organização de tarefas, gestão do tempo, eficiência e inter-relacionamento.

De acordo com a vice-presidente da Apsen Farmacêutica, Renata Spallicci, o trabalho remoto e a proibição de viagens, ocasionados pela pandemia, abriram brechas na agenda de CEOs, que precisam aprender a preenchê-las da melhor maneira em favor das empresas. “Desse modo, eles encontraram o momento oportuno para se concentrarem no que realmente importa”, afirma.

Renata pondera que aquele tempo empregado em longas viagens de avião e reuniões presenciais pode agora ser direcionado para novas demandas, inclusive no sentido de possibilitar o florescimento da criatividade, essencial para o surgimento de novos projetos. “A experiência da covid-19 deixou mais claro do que nunca que os CEOs devem ser extremamente assertivos sobre como usar o tempo”, destaca.

Conforme a vice-presidente da Apsen, a mudança na rotina de trabalho gerada pela pandemia mostrou ainda para os líderes corporativos que é possível descongelar os modelos operacionais das empresas, redefinindo como o trabalho deve ser executado a fim de se tornar mais eficiente. “Ficou claro, por exemplo, que o desempenho da corporação tende a melhorar quando os presidentes concentram seu escasso tempo em um trabalho que apenas eles podem fazer e gerenciam sua energia com o mesmo rigor e disciplina com que administram seu tempo”, afirma.

Tais mudanças de foco foram responsáveis por muitas empresas alcançarem metas inimagináveis antes da pandemia. Como exemplo, a executiva cita o caso do Centro Médico do Hospital Infantil de Cincinatti, em Ohio, nos Estados Unidos, que se surpreendeu ao realizar cinco mil consultas online por semana em 2019, após prever no início daquele ano somente duas mil consultas no total, pois se acreditava que seria necessário fazer ajustes em larga escala, que levariam anos para serem implementados.

A importância da empatia

Talvez o desafio mais importante do gestor em tempos tão difíceis quanto o atual, no entanto, seja exercer a empatia. Nesse sentido, segundo Renata, o líder corporativo deve aprender que uma de suas grandes funções, mais do que definir estratégias e estabelecer decisões, é auxiliar os colaboradores a se manterem emocionalmente equilibrados. O ambiente de medo e insegurança gerado pela pandemia exige esse compromisso do líder.

Além disso, as dificuldades inerentes ao home office – lidar com problemas de ordem tecnológica, como a qualidade do sinal da internet; dividir o espaço com familiares, muitas vezes crianças; cuidar de urgências domésticas simultaneamente ao trabalho etc. – contribuíram para que os líderes se tornassem mais flexíveis e tolerantes, qualidades que certamente devem ser exercitadas mesmo após o fim da pandemia.

A vice-presidente da Apsen Farmacêutica ressalta que se os líderes forem mais empáticos, tolerantes e flexíveis com as pessoas com que trabalham em todo os níveis hierárquicos certamente valerá a pena. Esta preocupação genuína com o outro fará com que os colaboradores trabalhem mais contentes e felizes. Isso, por sua vez, gera um maior envolvimento deles nas atividades da empresa, que tende a resultar em resultados melhores e permanentes para a corporação.

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