Pesquisa mostra que é possível verificar as tendências e desejos das pessoas e transformá-los em objetos de consumo
Os desejos das pessoas podem ser transformados em objetos para serem vendidos, afirmou o antropólogo e cientista social Marcelo Silva Ramos no Seminário Tendências de Comportamento e Consumo. “A ideia é valorizar o que é essencial ao bem-estar no cotidiano das pessoas e não incentivar o consumismo, que nada mais é do que o exagero, a compra do supérfluo”, explicou.
As conclusões de Ramos fazem parte da análise da pesquisa Happiness Brasil, apresentada no Seminário Tendências de Comportamento e Consumo. O evento foi realizado, o último dia 27, pelo Sebrae em Goiás em parceria com o Centro de Tecnologia da Indústria Química e Têxtil do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai/CETIQT).
“O objetivo da pesquisa era encontrar a motivação para os valores por trás dos momentos de felicidade e fazer sua correspondência com produtos e serviços que podem ser explorados de forma inovadora pelo mercado”, disse Ramos na palestra.
“Deveríamos investir em liberdade e felicidade, nossos maiores capitais”, aconselhou Mirian Goldenberg, professora do Instituto de Filosofia e Ciências Sociais da Universidade Federal do Rio de janeiro e colunista da Folha de São Paulo, em sua apresetação. Como exemplo de mulher revolucionária, a professora citou a atriz Leila Diniz. “Ela foi um mito de ousadia, humor e irreverência, exibiu sua barriga de gravidez na praia, em plenos anos 70, quando isso era considerado feio e vergonhoso”, analisa a professora.
Corpo
De acordo com pesquisas realizadas por Mirian Goldenberg, no Brasil, o corpo é o mais importante capital na cultura do país. Essa valorização excessiva da bela silhueta acaba por tornar as pessoas escravas da beleza, além de infelizes. “Mulheres começam a sofrer cada vez mais cedo com o envelhecimento e apesar dessa preocupação, apenas dois por cento delas se acham bonitas”, disse.
Durante o seminário, a gestora do Programa de Consultoria Tecnológica Sebraetec, Cássia Aparecida Corsatto, apresentou o Agentes Locais de Inovação (ALI). O projeto oferece consultoria gratuita aos empresários de micro e pequeno portes para tornar os negócios mais competitivos, sustentáveis e inovadores. A programação do evento foi composta por palestras e mesa-redonda. Durante o seminário também foi lançado o 1º Circuito Turístico da Moda em Goiás.
A consultora do Sebrae Goiás na área de Turismo, Lara Abrantes, e o empresário Renato Balduíno, explicaram ao público que o objetivo é incluir a moda goiana no circuito turístico. A iniciativa terá duas etapas: qualificação para atendimento ao turista, e divulgação, por meio de folders e de um catálogo turístico, que será distribuído nas rodadas de negócios.