Que atire a primeira pedra aquele empresário que só ao fim do ano percebeu que haviam falhas em seu planejamento estratégico. O problema, mais comum do que se imagina, não só compromete os resultados em curto prazo, como também pode afetar a empresa de forma global durante muito tempo.
Por isso, ao invés de tornar o planejamento estratégico um modelo engessado no trabalho, o consultor empresarial Roberto Vilela indica que ele seja dinâmico. “Não quer dizer que você deve abandonar os objetivos ou não ter uma rota traçada para a sua atuação. No entanto, é preciso estar ciente de que o mercado está em constante variação e adaptações muitas vezes são fundamentais”, diz.
Ele elenca quatro passos fundamentais para quem quer fazer do planejamento estratégico empresarial um roteiro de sucesso:
Esteja aberto a mudanças
“Ninguém pensa da mesma forma a vida inteira e não tem nada de errado em mudar de ideia. Especialmente se significar uma melhoria de processos e de atuação. É claro que estar disposto a alterar algumas questões na empresa não é sinônimo de inconstância. Esteja atento ao mercado e pronto para seguir novas boas práticas, sem deixar de lado a essência do seu negócio”, aconselha.
Não abra mão da comunicação com o mercado
Seja através do relacionamento com a mídia, do social selling – o uso de canais de comunicação via internet para estar mais próximo do público – ou o bom e velho telefonema. Para Roberto, um planejamento estratégico só é executado de forma eficaz se a equipe está disposta a falar e principalmente ouvir o que o mercado tem a dizer. Por meio de pesquisas de satisfação ou estudos do segmento, é importante garantir que a atuação esteja em consonância com o que o público deseja.
Se for necessário, recalcule a rota
Assim como é importante estar aberto a mudanças, esteja ciente de que muitas vezes uma nova estratégia precisa ser adotada. “Essa atitude foi muito comum em empresas que sofreram com a crise econômica dos últimos anos. Em muitas delas, manter o planejamento inicial seria sinônimo de fracasso. Por isso, às vezes é necessário redefinir todo o trabalho, levando em consideração a missão da empresa, sua visão e valores, mas também as oportunidades que a economia oferece para que a sustentabilidade do negócio não seja prejudicada”, avalia Roberto.
Cobre resultados e não tempo
Novos formatos de trabalho são cada vez mais comuns no Brasil. O crescimento do home office e a chegada de uma nova geração de profissionais levanta uma importante questão sobre gestão de pessoas. “Não adianta querer continuar cobrando pelo tempo que o funcionário passa na empresa, como se fazia antigamente. Esse modelo só funciona em situações específicas e puramente operacionais. Quando se fala de cargos estratégicos, é importante que se cobrem os resultados do trabalho que irão garantir o cumprimento do planejamento estratégico. Se para chegar a isso o profissional precisa atuar em horário diferenciado, é essencial verificar a possibilidade. Atualmente, até mesmo a lei já dá esse respaldo”, ressalta o consultor.
Por fim, Roberto ainda lembra da importância de se contar com apoio profissional. “Um olhar de um especialista, que tenha visão de mercado e consiga avaliar o trabalho da empresa sem um vínculo de proximidade é um fator decisivo para otimização dos resultados”, conclui.