No momento em que as empresas resolvem enxugar o seu quadro profissional, a tensão entre os colaboradores fica mais evidente. Nada mais natural, afinal de contas cada empresa adota um estilo de gestão e possui as suas próprias métricas para avaliação de pessoal.
Portanto, quem vai ficar na empresa e quem vai sair depende muito de cada caso na opinião profissional de Thaísa Batista, responsável pela qualidade da Nossa Gestão de Pessoas e Serviços. “Os principais motivos que eu percebo entre quem sai e quem fica são, primeiramente, a parte financeira, mas também o comportamental e o trabalho desempenhado pela pessoa”, afirma.
Thaisa explica que o empresário avalia muito o custo benefício na hora de tomar a decisão. “Se o profissional possui um salário que está dentro de uma média e um desempenho comportamental muito bom, a possibilidade dessa pessoa ficar na empresa é alta. Agora, se o custo beneficio desta pessoa é médio e o desempenho ou o comportamento está abaixo do que se espera, aí sim essa pessoa possui riscos de ser desligada da empresa”.
Mais do que uma questão técnica, Thaisa reforça que é preciso se comportar no ambiente de trabalho também. “A pessoa mais rebelde, que não cumpre horários, possui uma chance bem maior de entrar na lista de cortes quando essa aparece”.
Profissional polivalente tem mais chances
Eliane Catalano, Coordenadora de Seleção da Nossa, aponta que as empresas buscam o perfil inovador, aquele profissional que saiba enfrentar desafios e trabalhar sob pressão. “Ele tem que ter o conhecimento técnico, um perfil comportamental adequado na sua postura, mas que ele também ofereça um algo a mais. Precisa ser resiliente em regimes de pressão, que hoje é grande”.
Outro fator que as empresa buscam em um profissional é que este seja estável, mas não pela questão de tempo. “Ás vezes a pessoa fica muito tempo em uma empresa, mas neste período ela não foi buscando desafios ou não evoluiu, ficou na mesma função em uma zona de conforto. Isso é péssimo” explica Eliane.
Thaisa lembra da máxima que muitas empresas utilizam: A empresa contrata pelos requisitos técnicos e demite pelos comportamentais. “No momento de redução de quadro, comportamento é um detalhe analisado, além do custo do funcionário e da produtividade. O tempo de casa não entra nessa avaliação. Pode existir sim um apego, mas nunca será determinante na hora da redução de quadro” explica Thaisa.
Negócio pelo negócio pode mudar quadro
Outro ponto que Thaisa aponta, não tem ligação com o profissional, mas sim com o momento da empresa mesmo. É a chamada redução pela redução. “Pode ser por mudança no negócio da empresa, que ela precisou cortar por custos ou por um momento de crise. O profissional pode ser excelente, mas a realidade da empresa muda e ele pode perder o trabalho justamente por uma mudança estrutural mais forte” finaliza Thaisa.