14/02/2012
É comum encontrarmos artigos e livros tratando do assunto missão das empresas. Muitas consultorias também se dedicam a ajudar os empreendedores nessa tarefa.
Ao analisarmos a forma como essa questão é tratada, vamos encontrar missão e visão, muitas vezes, consideradas como sinônimos, embora usualmente nas empresas a palavra missão seja a expressão comum.
A visão antecede a missão. Alguém idealiza algo e se envolve no processo de torná-la realidade.
Não é difícil entender esse conceito, basta analisarmos as definições das duas palavras:
Visão – Idéias extravagantes, utopia.
Missão – Função ou poder que se confere a alguém para fazer algo, obrigação, dever.
A visão cria enfoque, identifica a direção a ser seguida, dá poder às pessoas e as obriga a seguir em frente.
Os gestores, de modo geral, reconhecem que não ter uma visão claramente estabelecida dificulta a determinação da missão, contundo não sabem criá-la. De fato, não é tarefa simples.
A visão deve ser a mola propulsora das esperanças e dos sonhos das pessoas que com ela estejam envolvidas.
Muitas declarações de missões, emolduradas nas empresas, desestimulam os colaboradores por uma simples razão: não tem nada a ver com as coisas que estão acontecendo.
As palavras ali colocadas têm que ter significado para as pessoas da organização.
Ainda que a empresa tenha resultados positivos, o sucesso tem que estar em equilíbrio com o que ele representa.
Ao descrever sua visão e estabelecer a missão da empresa, você vai descobrir que uma coisa é descrevê-la, outra é fazê-la acontecer, por isso envolva as pessoas, peça que o ajudem nessa tarefa.
A tarefa de estabelecer a razão da existência da organização cria no grupo entusiasmo e compromisso.
Para desenvolvimento desse trabalho é importante refletir porque a empresa existe e que necessidades atende do ponto de vista do cliente.
Algumas perguntas ao serem respondidas já estarão descrevendo a visão e sua missão:
O que é a empresa?
Por que ela existe, em que tipo de negócio está?
Por que fornecer aquele produto e para que fim?
Quais os valores que regem a visão, ou como as pessoas se comportarão ao realizar o trabalho, discernindo o que é certo ou errado?
Para onde está indo, qual o cenário de futuro?
Uma forma de testar a visão e a missão estabelecidas é usar um problema complexo de atendimento a um cliente que não ficou muito satisfeito e verificar com base nessas questões onde está a falha.
Tomemos um exemplo drástico:
Um departamento governamental, não os homens do fogo, que tivesse como missão “Defender os direitos dos cidadãos estabelecidos na constituição e protege-los do perigo” e falhasse no combate a um incêndio deveria ser questionado:
Esse era o seu propósito?
É para isso que o departamento existe?
O produto ou serviço fornecido combate o fogo?
O serviço não seria isolamento da área e comunicação ao corpo de bombeiro?
Os valores que regem o trabalho, o risco a que foram submetidos os profissionais, estavam corretos?
O cenário de futuro não deve ser o de tranquilidade da população e confiança, como isso será criado e gerenciado?
No desejo de atender e proteger as pessoas, os princípios básicos não foram esquecidos e negligenciados, gerando uma ineficiência na condução do propósito?
A observação da visão está diretamente relacionada ao modo como é criada, na forma é comunicada a todos e como é vivida.
É necessário coragem para criar uma visão e estabelecer uma missão, e mais ainda para agir de acordo com ela, por uma razão fundamental: “O líder deve servi-la e não ser servido por ela”. Ele deve ser o facilitador do trabalho de seus colaboradores e não o contrário.
Para que possa manter viva a visão dentro da sua empresa crie um slogan, pois este fará com que seja “um por todos e todos por um”.
Ivan Postigo é diretor de Gestão Empresarial, articulista, escritor e palestrante. www.postigoconsultoria.com.br