Rede de supermercados faz plano de sucessão familiar para 3 séculos

Originária de um comércio de frutas e verduras, a empresa trabalha para faturar R$ 1,5 bi até 2020. Além disso, mantém um plano de sucessão familiar que contempla três séculos. No vocabulário da família Koch, a palavra crise tem outro significado. “O que falta para o empreendedor brasileiro é acreditar. O Brasil precisa que todos os empresários pensem positivamente para voltar a crescer. Porque se você não está crescendo é porque não está fazendo bem o trabalho de casa”.

A percepção do presidente da Rede Koch de Supermercados, José Koch, abre espaço para um novo olhar sobre o cenário econômico brasileiro. Em apenas 21 anos, o caminhãozinho de frutas e verduras se transformou em uma conceituada rede de supermercados no litoral norte de Santa Catarina.

Enquanto muitos empresários não vislumbram um futuro promissor, os irmãos Albano, Antônio, Geraldo, José e Sebastião anunciam que a projeção de crescimento de vendas dos próximos cinco anos deve chegar a 158%. Com isso, a Rede familiar espera faturar R$ 1,5 bilhão até 2020.

O presidente é otimista quando o assunto é o plano de expansão. Para ele, se o momento é ruim a saída é planejar alternativas em longo prazo. “Não podemos parar e, por isso, estamos investindo com cautela. Nossas metas são de longo prazo e a todo o momento podem ser revistas. Precisamos ter mais coragem para em períodos difíceis saber nos reinventar”, destacou.

Mas, se agora o momento é de grandes perspectivas, o início de tudo exigiu paciência, apostas altas e muita persistência. Por mais de 12 anos, levantar cedo, colher as frutas e verduras frescas, montar e desmontar barracas foi a rotina dos cinco empresários. Junto com os pais Evaldo e Lucia, que cuidavam da lavoura cultivando os produtos que seriam comercializados, os irmãos saiam ainda na madrugada pela Grande Florianópolis fazendo feiras livres e, mais tarde, sacolões.

A virada

Em 1994, na pequena Tijucas, cidade com pouco mais de 26 mil habitantes no litoral norte catarinense e há cerca de 50km de Florianópolis, com a venda de um Ford Verona os irmãos construíram a primeira loja da Rede. “Vimos em Tijucas uma carência de variedade de produtos. Passávamos diariamente pelo local e quando parávamos para comer alguma coisa, as opções eram mínimas. Foi então que percebemos a chance de arriscar na oferta de outras mercadorias. Além disso, a rotina que tínhamos era muito pesada, não é uma vida agradável montar e desmontar barracas.”

A expansão para as cidades litorâneas foi o que deu impulso para o crescimento da Rede. “O público atendido era bem maior e mais homogêneo, uma vez que esses lugares recebem turistas de todas as regiões do país e estrangeiros”, comenta José.

No ranking da Associação Brasileira de Supermercados (Abras), divulgado em 2015, a empresa ocupa a 4ª posição de faturamento no Estado e a 62ª no cenário nacional. O diferencial é que a Rede é a que mais está em ascensão no segmento nos últimos anos, com crescimento consolidado de 40% em Santa Catarina.

De Tijucas, onde possui duas lojas e um Centro de Distribuição, a Rede expandiu para Camboriú (2), Itapema (3), Itajaí (1), Porto Belo (1), São João Batista (1) e Navegantes (1). Esta última foi inaugurada em 2014 com o conceito de centro de compras, já que reúne 25 lojas de conveniência, quatro quiosques e uma praça de alimentação com 700m². Das 11 lojas, quatro são consideradas hipermercados.

Somadas todas as unidades, a Rede emprega 1.650 colaboradores e atende 9 milhões de clientes ao ano. Com o objetivo de preparar os colaboradores para gerenciar melhor os setores e incentivar o crescimento dentro do local de trabalho, a empresa investe na formação e treinamento dos mesmos. tUm dos auxílios é por meio de programas internos de capacitação, que já contribuiu para dezenas de avanços na carreira profissional.

Sucessão de gerações

Nos planos dos empresários, não está somente a ampliação de unidades, mas também a continuidade do negócio dentro do círculo familiar.

Com uma história familiar de sucesso, os diretores realizam com os herdeiros a imersão na cultura de comportamento da empresa. O objetivo é preparar os filhos para assumir os negócios. “Elaboramos uma carta para servir de orientação para os próximos anos. É um acordo para o futuro, uma promessa da família para manter a filosofia da gestão dedicada e doada à alma da organização”, explica José Koch.

A Carta para o Futuro, assinada por todos os integrantes, assegura o compromisso da sucessão familiar pelos próximos 300 anos. “Existem dificuldades inerentes às empresas, por isso, desenvolver um plano de sucessão familiar é importante dentro da filosofia de uma empresa planejada para progredir. Queremos garantir o crescimento por pelo menos mais três gerações.

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