12|10|2011
As redes sociais são muito mais do que uma tendência. O Twitter foi o principal instrumento de comunicação e organização da “Primavera Árabe” e de outros episódios recentes. O Facebook já conquistou milhões de usuários e sua influência é reconhecida e apregoada por todos. As pessoas utilizam as novas mídias tanto para o entretenimento, como para realizar novos negócios. A Wikipedia nos mostrou que as pessoas além de buscar informações, desejam compartilhá-las.
Mas não foram todos os costumes tradicionais que desapareceram. É preciso cuidado ao postar mensagens nas redes. O congressista Anthony Wiener (EUA) não foi a primeira pessoa pública a ter a sua reputação incinerada pelo uso do Twitter, com a publicação de fotos inapropriadas.
Portanto, foi com interesse que li a pesquisa da Regus, realizada com 17 mil executivos de 80 países, que mostrou as redes sociais como uma ferramenta importante para o sucesso. Entretanto, existe muita discrepância entre os vários países. As empresas na China e Índia são as que mais utilizam as redes para conseguir novos clientes (65% e 61%, respectivamente), o que representa um aumento significativo quando comparado há um ano. Já a média global é de 47%, ante os 40% de 2010. De todos, os japoneses são os mais céticos com a ideia de conquistar novos negócios por meio das redes sociais: apenas 23% ante 30% no ano passado.
Outra precaução: 61% dos entrevistados declararam que as empresas não seriam bem-sucedidas se utilizassem apenas as redes sociais e as campanhas online, e excluíssem outros métodos. Embora 35% das empresas planejem um orçamento maior destinado as atividades em redes sociais, elas ainda são minoria.
As mídias sociais não são a resposta para tudo, uma vez que são imprevisíveis em suas repercussões. Na China, com a censura, o mundo virtual é previsível. Contudo, os chineses têm a Renren, a sua própria versão análoga ao Facebook, popular entre os estudantes. Além de ser o território da Kaixin, uma rede dedicada a executivos. É claro que referências a temas controversos são proibidos, mas o poder de disseminação das redes é inegável mesmo entre os chineses. De qualquer forma, a censura é inviável para os negócios.
Qual é o caminho? Todos devemos ter um perfil no Facebook, no Twitter ou no LinkedIn? A colaboração é a única forma de fazer negócios hoje? De jeito nenhum.
Você entra nas redes se quiser. As mídias estabelecem conexões, e quanto mais conexões, maior será a sua abertura para novas ideias e maior será a sua visão para prevenir o surgimento de problemas. O limite de conexões é determinado pela capacidade das pessoas de estabelecerem essas conexões. E as grandes decisões continuam sendo feitas por pessoas.
Mark Dixon é CEO e fundador do Grupo Regus em 1989, em Bruxelas, na Bélgica.