12|04|2012
Em meio a milhões de citações, o termo sustentabilidade ainda gera confusões e equívocos. Assim, é importante o segmento de varejo buscar referências para que possam desenvolver práticas sustentáveis genuínas e também obter a preferência dos consumidores ao comunicá-las de maneira responsável. Listamos algumas tendências para ajudá-los na definição de estratégias e ações.
Lojas novas: para os empresários que buscam medidas de diferenciação no mercado para seus pontos de vendas, a sugestão é projetar e construir suas novas lojas de modo a atrair clientes, oferecer-lhes uma ótima experiência de compra, ter baixos custos operacionais e baixos impactos sobre as pessoas e o meio ambiente. Um caminho é seguir critérios de sustentabilidade ambiental consagrados. Como exemplo, podemos citar as lojas de Indaiatuba e da Vila Clementino do Pão de Açúcar, certificadas LEED – Leadership in Energy and Environmental Design. Estas lojas foram construídas, principalmente, pensando nos clientes e, também, seguindo medidas para redução dos impactos ambientais e também para a redução do consumo de água e energia, entre outras ações.
Edificações Existentes: Esse tema é extremamente importante para os shopping centers. Um shopping center sustentável é aquele que atrai os clientes, tem os lojistas satisfeitos, gera lucro para os investidores e tem todos os envolvidos em suas atividades satisfeitos. Quer ter os investidores e os lojistas satisfeitos? Comprove a eles que a gestão de operações é realizada dentro dos melhores internacionais. Isso gera confiança entre a empresa administradora e a associação de lojistas. Como fazer isso? Obtendo uma certificação, por entidade independente de que as atividades operacionais são as mais profissionais que se conhece, inclusive internacionalmente. O resultado disso? Lojistas convencidos de que pagam o menor condomínio e investidores satisfeitos com a preservação do patrimônio, isso sem falar em limpezas menos agressivas à saúde que beneficiam os clientes e colaboradores, com mais conforto e bem-estar, além da redução dos custos de operação e mitigação dos impactos na cidade. Em São Paulo, já existem edificações certificadas pelo critério LEED de Operação e Manutenção, destacando-se o condomínio CYK, em plena av. Paulista, onde se localiza uma grande rede de livrarias.
Produtos e Fornecedores: estabelecer critérios para seleção de fornecedores e seus produtos, preferencialmente, sustentáveis é um caminho de diferenciação. É claro que não existe varinha de condão. É um trabalho árduo, mas que pode gerar respeito e preferência do consumidor se você souber fazer uma comunicação séria do que você fez e está fazendo para escolher de quem você compra. É importante, também, que os critérios para compras sustentáveis sejam muito bem definidos para não haver problemas com imagem, como, por exemplo, comercializar produtos fabricados por empresas que não respeitem a legislação trabalhista. Uma dica é dar preferência para produtos com rotulagem tipo FSC (madeiras) e o Selo SustentaX para produtos de decoração e construção civil, por exemplo). Além disso, caso não encontre produto ou fornecedor entre os já rotulados a SustentaX oferece um serviço gratuito para gestores de compras (http://www.selosustentax.com.br/gestores_compras.php)
Propaganda e Marketing: comunicar corretamente as iniciativas sustentáveis de sua empresa é um grande desafio. Já existem diretrizes do próprio Conar (Conselho Nacional de Autorregulamentação Publicitária) para publicidade com apelos de sustentabilidade para orientar o mercado a ter uma comunicação correta, sem práticas como propaganda enganosa ou falsidade ideológica. Ao que tudo indica, as empresas de publicidade ainda não estão preparadas para esse novo cenário onde não vale tudo. Por exemplo, neste mês de março 2012, o Conar decidiu suspender, por unanimidade, a campanha publicitária “Vamos tirar o planeta do sufoco” da (Associação Paulista de Supermercados), por não trazer as devidas comprovações e orientações aos consumidores.
Outras fontes sobre como se comunicar responsavelmente com o consumidor são o Guia SustentaX para Comunicação Responsável com o Consumidor com e o Guia de Comunicação e Sustentabilidade do CBDES – Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável.
Pesquisar o setor e buscar referências do que é correto são maneiras de se aprimorar a sustentabilidade no varejo. O tema é recente, há ainda muito aprendizado pelo frente, mas é sempre vital lembrar de que os bons exemplos devem ser sempre seguidos. E não se esqueça nunca de que sustentabilidade empresarial é garantir rentabilidade e perenidade para sua empresa, gerando seu lucro de forma responsável para com a sociedade.
Newton Figueiredo é fundador e presidente do Grupo SustentaX, que desenvolve, de forma integrada, o conceito de sustentabilidade empresarial.