Tatiana Pimenta, fundadora e CEO da Vittude, dá dicas essenciais para as empresas cuidarem da saúde mental do colaboradores
De acordo com uma pesquisa realizada pela Vittude, empresa referência no desenvolvimento e gestão estratégica de programas de saúde mental para empresas, 33% dos colaboradores avaliados apresentam algum tipo de transtorno mental em níveis severos ou extremamente severos. Desses, incluem ansiedade, depressão e estresse, com 14% dos entrevistados apresentando níveis severos ou extremamente severos de ansiedade. Pensando nisso, e levando em conta a campanha de Setembro Amarelo, que busca conscientizar as pessoas sobre a prevenção do suicídio, Tatiana Pimenta, CEO da healthtech, elaborou 3 dicas sobre como as empresas podem contribuir para evitar esses problemas.
1 – Não trate o assunto como um tabu
Apesar dos avanços em direção a um futuro melhor, certos preconceitos e tabus ainda dificultam a compreensão da importância do tratamento psicológico e psiquiátrico. “Embora essas condições não se traduzam necessariamente em suicídio, elas podem agravar o problema. É importante compreender que todos estão suscetíveis a enfrentar esse problema devido a diversas circunstâncias, como estilo de vida, traumas, perda de entes queridos, término de relacionamentos e problemas de saúde mental e física. Em outras palavras, opiniões equivocadas impedem a prevenção de um problema que afeta uma grande parcela da população brasileira”, explica Tatiana.
Sendo assim, é importante encorajar os colaboradores a falarem abertamente sobre seus sentimentos e a pedirem ajuda quando necessário.
2 – Invista em campanhas de prevenção
Enquanto algumas pessoas conseguem gerenciar suas emoções e pensamentos com mais facilidade, outras não têm o mesmo sucesso. É por isso que campanhas de prevenção são essenciais, pois podem ajudar as pessoas a buscar ajuda e a se sentirem à vontade para compartilhar seus sentimentos com um profissional qualificado, de forma discreta. “Mostre que não é preciso temer a expressão de sentimentos, mesmo que isso seja doloroso, e encoraje a busca por ajuda profissional. O Setembro Amarelo tem como uma de suas missões divulgar essa abordagem, quebrando gradualmente os tabus associados às doenças psiquiátricas e ao suicídio”, diz a CEO.
3 – Auxilie na busca por um profissional
É importante que as organizações demonstrem apoio incondicional, mas não exijam que a pessoa procure ajuda imediatamente. Afinal, leva tempo para que alguém ganhe confiança suficiente para compartilhar seus sentimentos. É importante ouvir as preocupações, queixas e necessidades do outro com empatia. “Dedique um pouco do seu tempo para dar a devida atenção. Entender o raciocínio de alguém pode ser difícil quando estamos fora da situação, mas é essencial praticar a empatia e tentar compreender as emoções do colaborador”, finaliza a fundadora.
Por fim, é importante que os gestores aconselhem os funcionários a buscarem ajuda profissional, pois muitas vezes, as pessoas tentam resolver problemas pessoais por conta própria, mas não conseguem superá-los completamente. “Sugerir ajuda profissional não é ofensivo; na verdade, é a forma mais eficaz de oferecer assistência”, completa.