30|05|2012
Há algum tempo, o tema sustentabilidade é destaque e ganha cada vez mais espaço em nossa sociedade. Com a conscientização da população em relação ao assunto, as empresas começam, pouco a pouco, a serem beneficiadas ou penalizadas por suas ações, de acordo com suas práticas sustentáveis. E essa percepção de sustentabilidade também começa a influenciar o mercado financeiro.
Sustentabilidade em uma empresa vai além das ações de preservação da natureza, tema muito comum hoje. Uma empresa, para ser sustentável, deve praticar ações que gerem resultados econômicos, sociais e ambientais. Não basta plantar árvores. Ser sustentável também implica em questões de governança corporativa, tanto interna como externa, e implica em gestão e ações transparentes.
Nas finanças, uma companhia não sustentável, sem governança corporativa, começa a encontrar dificuldades em conquistar mercado, em ampliar seu market share e em captação de recursos. Em um futuro muito próximo, empresas sustentáveis terão um custo de captação de recursos muito mais baixo que empresas não reconhecidas por suas ações sustentáveis – movimento que também já começa a ser visto.
Nesse ambiente, o investidor também está começando a avaliar as companhias de capital aberto por este ângulo. É um movimento embrionário, mas que não tem volta, e se intensificará a cada dia. E, neste sentido, as corretoras têm um papel fundamental para a disseminação de informação por meio de análises das empresas e de carteiras de investimentos recomendadas.
No que se refere aos investimentos, outro ponto muito importante deve ser analisado: a relação entre rentabilidade e sustentabilidade. Um investidor, seja ele individual ou institucional, não aplicaria seus recursos em uma companhia que comete atrocidades.
Para os investidores institucionais, já existe, inclusive, fundos de investimentos específicos com esse perfil. Para os individuais, ainda não há demanda para isso, mas acredito ser questão apenas de tempo.
Uma empresa sustentável gera benefícios para ela mesma, para os investidores e para a sociedade. Para a empresa, ao ser sustentável, há o fortalecimento da marca. Com isso, se necessitar de crédito, por exemplo, será mais fácil e mais barato consegui-lo, pois a percepção de risco da empresa será melhor.
Já os investidores, com uma perspectiva melhor para a empresa, também se beneficiarão. Afinal, é provável que as ações da companhia terão uma trajetória de valorização no longo prazo. Ou seja, ganha a empresa, o investidor e a sociedade.
*Antonio Milano Neto é CEO da SLW Corretora